Feita a entrega das pautas de reivindicações dos bancários à federação dos bancos (Fenaban), ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica Federal, o Sindicato promove na próxima quarta-feira (20) o lançamento oficial da Campanha Nacional Unificada 2018 com a realização de um ato político em defesa das estatais. Será na sede do Sindicato (EQS 314/315), às 19h.

A necessidade de somar ainda mais forças numa grande frente de mobilização contra o desmonte do patrimônio público promovido pelo governo entreguista de Michel Temer e em defesa da soberania nacional foi definido como um dos principais eixos de luta da categoria para a Campanha deste ano, que tem como mote a inscrição “Todos por tudo. Resistir e vencer”. 

Além de aumento real de salário, manutenção do emprego e dos direitos constantes dos acordos coletivos e da Convenção Coletiva de Trabalho, PLR maior e fim do assédio moral, os bancários vão encampar ainda a luta em defesa dos bancos públicos como prioridade, por defendê-los como agentes que têm um papel estratégico no desenvolvimento econômico do país.

O assunto esteve no centro dos debates da 20ª Conferência Nacional dos Bancários, realizada em São Paulo entre os dias 8 e 10, que reuniu também representantes de outras estatais – além de BB e Caixa - que estão sob a mira privatista do governo, como a Eletrobrás e a Petrobrás. 

No caso dos bancos, é flagrante o objetivo da política em curso do governo para essas empresas. Para se ter uma noção do estrago, em 2017, por exemplo, o BB foi responsável, sozinho, pelo fechamento de 670 agências, dentro de um processo de redução de custos que também envolveu um programa de demissão voluntária para cerca de 10 mil empregados. Em relação à Caixa, que também sofre com o fechamento de agências e planos de enxugamento do quadro de pessoal, o governo vem investindo pesado na tentativa de abrir o capital do banco.  

Lucros dos bancos seguem em alta

Por outro lado, os lucros dos bancos estão cada vez maiores, seja qual for o cenário econômico. A soma do desempenho das cinco maiores instituições passou de R$ 58 bilhões, em 2016, para R$ 77,4 bilhões no ano passado, sendo que, no mesmo período, o PIB brasileiro retraiu quase 3,6%. A Caixa chegou a registrar lucro histórico de R$ 12 bilhões em 2017. No 1º trimestre de 2018, segue a tendência: foram R$ 20,6 bilhões de lucro, 20,4% de aumento em relação a igual período de 2016, quando essas instituições lucraram R$ 17,1 bilhões.  

Renato Alves
Do Seeb Brasília