Notícias

home » notícias

6 de Março de 2018 às 07:43

Sindicato inicia homenagens ao Dia Internacional da Mulher com palestras e debates


“Em defesa da democracia, pelos direitos e contra o racismo”. Este foi o tema do debate promovido pelo Sindicato, na sexta-feira (2), como parte das atividades comemorativas do Dia Internacional da Mulher (8 de março). Trabalhadoras e delegadas sindicais discutiram sobre igualdade de oportunidades nos bancos e em outros segmentos e cobraram avanços na política de gênero.

“Este mês deve ser visto como de reflexão sobre discriminações e violências, físicas e sexuais, contra as mulheres, bem como de mobilização para a conquista de direitos e de combate às ameaças de retrocessos”, destacou a secretária de Mulheres do Sindicato, Helenilda Cândido.



“É hora do nosso grito de basta”, acrescentou Cida Sousa, secretária de Mulheres da Fetec-CUT/CN. “Lutamos por um mundo mais justo e com igualdade de direitos. É o dia de luta das mulheres”, complementou a empregada da Caixa Fabiana Uehara, diretora do Sindicato e da Contraf-CUT.

“Precisamos assumir a linha de frente com nossas histórias e vivências sem nos sentirmos melhores, mas com dignidade”, apontou a palestrante Jacira Silva, jornalista e integrante da Frente das Mulheres Negras do DF e do Entorno e do Movimento Negro Unificado (MNU/DF).



Para Jacira, as mulheres precisam ter mais visibilidade. “Não podemos ficar nos bastidores, só na condição do servir. Essa condição deve ser alterada todos os dias e precisamos ocupar os espaços de empoderamento e continuar na luta com a cabeça erguida, conquistando igualdade de direitos e de oportunidades”.

A professora Neide Rafael alertou: “Seja humilde, porém não se deixe humilhar”. Ela falou sobre a importância da cumplicidade entre as mulheres e de expressar sonoridade. “É fundamental ver e sentir o outro”. E acrescentou: “Ser mulher é ser divino, é espaço de vida. Nosso papel hoje é de garantir nossos direitos porque obrigações já temos muitas”.

Membro da Frente de Mulheres Negras do DF, Neide ressaltou também que “o racismo adoece e enlouquece qualquer cidadão, branco ou negro”. Ao destacar as ações afirmativas étnico/raciais desenvolvidas pelo Sindicato, citou o trabalho da Comissão da Verdade sobre a Escravidão Negra no DF e no Entorno, que acabou se transformando em livro.

“Me respeite que eu sou mulher”



“É fundamental avançar na equidade de gênero para a construção dos direitos”, frisou a ex-presidenta do Sindicato e da CUT Brasília, a deputada federal Erika Kokay. Ela ressaltou a necessidade de as mulheres se libertarem da culpa e passarem a ser donas de si mesmas e da própria vida. E ensinou: “Erga a cabeça e exija: me respeita que eu sou mulher”.

Erika citou a chamada ‘sociedade de perseguição’. “A mulher não pode errar nunca. Ela sai para trabalhar cheia de culpa: a casa tem que estar sempre limpa e o filho não pode adoecer”, disse, observando que a culpa é o instrumento invisível de dominação.
A deputada apontou: “É no outro que a gente se reconhece. Temos várias identidades, de gênero, de classe, social, sexual. E repetiu a frase da poetisa Cora Coralina: “Tem tantas mulheres dentro de mim”.

Erika também falou sobre assédio moral no ambiente de trabalho, a ditadura da perfeição, violência doméstica – “agressões que deixam marca na alma” – e da discriminação de gênero. A deputada lembrou ainda que em 1940 o time de futebol feminino de Araguari, cidade do Triângulo Mineiro, foi proibido de jogar, uma vez que as mulheres não tinham autorização para a prática de desportos. “À época, jogar não era coisa de mulher”.

Mulheres guerreiras

A presidente do Sindiserviços, Isabel Caetano, também participou do evento, e fez uma trajetória de sua luta como mulher e profissional.

Atriz, educadora e escritora, Cristiane Sobral marcou presença e falou da dificuldade de publicar o livro de poesias de sua autoria, “Não vou mais lavar os pratos”, por ser negra. “Sou uma escritora desafiando os padrões. Mulher, negra, suburbana, mãe, esposa.

Documento

Durante o evento, foi lido um manifesto da Frente das Mulheres Negras do DF e Entorno. Clique aqui para ler

Mariluce Fernandes
Do Seeb Brasília


Notícias Relacionadas