Brasília - Para marcar o dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes e Doenças  do Trabalho, mundialmente lembrado em 28 de abril, o Sindicato irá entregar aos bancários a cartilha “Você não está sozinho”, que visa refletir sobre a relação do adoecimento psíquico da categoria bancária com a organização do trabalho e suas novas formas de gestão.

Com a publicação, bancários e bancárias têm acesso às informações sobre o perfil dos adoecimentos relacionados ao sofrimento devido às jornadas de trabalho extenuantes, metas de produção inalcançáveis, riscos de assaltos e sequestros.

“Se não bastasse a crescente pressão dos bancos por metas abusivas, os bancários também sofrerão com a retirada de direitos advindas da terceirização, que ameaça o emprego e condições de trabalho, além das propostas de reforma previdenciária e trabalhista”, afirma Mônica Holanda, secretária de Saúde do Sindicato.

Resultado da Clínica do Trabalho, criada pelo Sindicato em parceria com a Universidade de Brasília, a cartilha “Você não está sozinho” foi lançada em julho de 2016, com o objetivo de orientar e possibilitar ao bancário identificar situação de risco que podem levá-lo ao adoecimento.

Clique aqui e leia a cartilha 

Prevenir é o melhor remédio

O mecanismo mais eficiente para reduzir acidentes e doenças tem a ver com medidas de segurança e de prevenção. Nesse sentido, além de ampliar as ações de apoio psicológico e jurídico àqueles que sofrem com a violência organizacional, o Sindicato tem investido nas formas de prevenção.

De acordo com dados da cartilha, entre as questões que mais incomodam os bancários que buscam ajuda junto ao sindicato, estão: falta de reconhecimento no trabalho, sensação de trair a si mesmo, sobrecarga de trabalho, metas abusivas e deterioração das relações socioprofissionais.

Dos sintomas mais citados pelos bancários, estão: vontade de desistir de tudo (53,20%), sentimento de que não vale a pena viver (38%), pensar em morrer (29,10%). De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o suicídio tem se tornado um problema de saúde pública mundial.

“Essa situação nos preocupa e nos exige uma atenção maior para com a prevenção. Buscar ajuda, mesmo que pareça constrangedor, é de fundamental importância para se diagnosticar o problema e buscar uma solução definitiva. É essencial que a pessoa confie que não está sozinho nesta luta. Esse é o papel do Sindicato”, afirma a secretária de Saúde.

28 de abril

Nesse dia em que as vítimas dos acidentes e doenças relacionadas ao trabalho são homenageadas, é também um momento em que os movimentos sindicais enfatizam a luta por melhores condições de trabalho e para que se busquem formas de prevenção. A data foi criada para lembrar a morte de 78 trabalhadores vítimas da explosão de uma mina no estado da Virgínia, nos Estados Unidos, em 1969.

Em 2003, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) consagrou a data como o dia para reflexão e manifestação dos trabalhadores sobre a segurança e saúde no trabalho.

Mais informações na cartilha publicada pela CUT, clique aqui. 

Acidente no trabalho

Pela Constituição (art. 7º), é direito dos trabalhadores o seguro contra acidentes do trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa. Além das lesões corporais, podem ser consideradas para efeito de acidente no trabalho as perturbações de ordem funcional que, no exercício do trabalho, ou por motivo dele, provoque a morte ou a incapacidade para o trabalho, total ou parcial, permanente ou temporária.

Só em 2013, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram registrados mais de 4,9 milhões de acidentes de trabalho. Dados oficiais do Ministério da Previdência Social apontam apenas 700 mil acidentes/ano. Subnotificados, esse número não considera os acidentes e mortes de trabalhadores terceirizados. 

Rosane Alves 
Do Seeb Brasília