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28 de Maio de 2020 às 08:53

Sindicato de Brasília e deputada Erika Kokay protocolam representação contra Paulo Guedes

Representação foi na Comissão de Ética Pública da Presidência da República e na CVM, por agressões do ministro contra o Banco do Brasil na reunião de 22 de abril


O presidente do Sindicato, Kleytton Morais, e a deputada Erika Kokay (PT-DF) protocolaram, nesta quarta-feira (27), representação na Comissão de Ética Pública da Presidência da República e na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), contra o ministro da Economia, Paulo Guedes, por agressões contra o Banco do Brasil, feitas durante reunião ministerial no dia 22 de abril.

O Sindicato e a parlamentar pedem que seja apurada a conduta atentatória contra a Constituição Federal e as normas de ética da Administração Pública Federal, impondo ao ministro as sanções legais cabíveis.

Durante a reunião, cujo vídeo vem tendo grande repercussão no país, Guedes fez defesa enfática da privatização do BB, com uso de vocabulário impróprio, como “Então tem que vender essa p…. logo” ou “Deixa cada um se f…”.

De acordo com o documento, chega às raias do inacreditável um ministro de Estado se referir ao Banco do Brasil da forma desqualificada com que fez Paulo Guedes. “São lamentáveis e dignas do mais absoluto repúdio as palavras do ministro. Elas tanto atentam contra a moral e a ética públicas como demonstram o grande desapreço pelo bem público, pelo patrimônio do povo brasileiro, como é o caso do Banco do Brasil”, diz o presidente do Sindicato, Kleytton Morais.

Ainda de acordo com a representação, as palavras de Guedes “revelam a visão de um gestor que deveria estar a serviço do desenvolvimento e fortalecimento do banco. Mas o que se denota das palavras depreciativas de Guedes é a postura de alguém originário do mercado financeiro privado — que disputa mercado com o BB –, que prega abertamente o desmonte, o esfacelamento da instituição a qualquer custo. Ora, é inconcebível que o acionista majoritário do banco, que é a União, deprecie o valor da instituição em benefício dos seus concorrentes”.

Diante do exposto, prossegue o documento, o Sindicato e a parlamentar requerem a instauração de procedimento investigatório para apurar a responsabilidade administrativa, civil e penal do denunciado, e a avaliação de possível cometimento de crime de responsabilidade e ilícitos absolutamente danosos ao patrimônio público e à imagem do BB e eventuais prejuízos à instituição, posto tratar-se de empresa de economia mista integrante da administração pública indireta que disputa mercado com instituições privadas.

O Sindicato e a parlamentar também pedem a esses órgãos para avaliarem a incompatibilidade da postura do representado com as atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional da pasta que ocupa, bem como a existência de conflito de interesses diante das manifestações do denunciado contrárias aos interesses, valores, missão e visão do Banco do Brasil.

Mariluce Fernandes
Do Seeb Brasília


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