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3 de Junho de 2016 às 17:30

Representante dos empregados no CA, Fernando Neiva vota contra nova direção da Caixa

Fetec-CUT/CN participa de manifestação de protesto em frente à Matriz da Caixa contra a nomeação do novo presidente, que coloca a empresa em risco


O representante eleito dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, Fernando Neiva, votou contra a nomeação do novo presidente da empresa, Gilberto Occhi, por considerá-lo “uma grande ameaça para o banco enquanto empresa pública e solidária, que nasceu há 155 anos com o objetivo de servir à parcela da sociedade que não é atendida pelo setor financeiro privado”. Neiva foi o único integrante do Conselho de Administração da Caixa a votar contra a indicação do governo golpista.

A Federação dos Bancários Centro Norte (Fetec-CUT/CN) e o Sindicato de Brasília realizaram um ato contra a ameaça de privatização da Caixa, na quarta-feira 1º, mesmo dia em que tomou posse o novo presidente da instituição, Gilberto Occhi, no lugar de Miriam Belchior. A manifestação, que contou com a distribuição da um boletim do Sindicato denunciando os riscos desse processo, foi em frente ao Matriz I da instituição, no Setor Bancário Sul. 

“Neste momento, é fundamental a unidade de todos os trabalhadores para barrar a investida privatista de Temer e sua gestão neoliberal”, frisou o diretor da Fetec-CUT/CN Enilson da Silva, que esteve no protesto, acrescentando que os planos de Temer estão totalmente na contramão do que o Brasil e os empregados da Caixa precisam e merecem. “Por isso, continuaremos atuando firmemente para defender a Caixa como empresa pública e coibir essa ameaça nefasta”, enfatizou.

 

Ameaça ao banco público

“Por ser do quadro de funcionários do banco, o novo presidente deveria se preocupar em fortalecer a Caixa. Mas, ao contrário, quer abrir o capital da empresa, conforme afirmou durante sua posse”, analisou Neiva na reunião do Conselho que aprovou a indicação.

Em entrevista à imprensa, Occhi admitiu que o banco precisa de recursos para se capitalizar e compensar os saques da poupança, que contribui com as atividades ligadas à área da habitação. Para atingir esse objetivo, o executivo já sinalizou que irá abrir o capital da Caixa Seguridade, da Loteria Instantânea e da área de cartões de crédito.

“Ou seja, quer privatizar os setores mais rentáveis do banco e sucatear a Caixa enquanto instrumento de fomento para o desenvolvimento econômico e social no país”, critica o representante dos empregados no Conselho de Administração.

 

Caixa ultrapassa Itaú e mostra importância

Segundo o Banco Central, no primeiro trimestre deste ano a Caixa assumiu a segunda colocação no ranking entre os maiores bancos brasileiros, superando o Itaú. Em março, obteve um aumento de 3% em ativos totais com relação a dezembro do ano passado, totalizando R$ 1,242 trilhão. A carteira de crédito encerra o trimestre com alta de 0,7%, totalizando R$ 684 bilhões. Em 12 meses, a alta foi de 9,2%.

“Os números, resultado da política de concessão de crédito implementada pelos governos Lula e Dilma, só ressalta a falácia daqueles que insistem em afirmar que a Caixa precisa ser privatizada porque não dá lucro”, avalia Fernando Neiva.

 

Governo golpista

Para o representante dos empregados, a posse de Occhi é mais um passo do governo golpista que representa uma grande ameaça contra os trabalhadores, incluindo a categoria bancária, e contra as classes sociais menos favorecidas. Em menos de um mês, o governo interino já atacou os programas sociais Minha Casa-Minha Vida e Bolsa Família, além de golpear o Prouni e o Fies.

“Temer está alinhado com o que há de mais conservador e nefasto no mercado empresarial, em detrimento da classe trabalhadora e das políticas públicas de proteção social”, acrescenta Neiva.

 

A luta continua

A luta em defesa da Caixa enquanto empresa pública está constantemente na pauta das entidades representativas dos bancários. Mas, nos dois últimos anos, essa batalha tem se intensificado. Em fevereiro de 2015, a Contraf-CUT, a Fenae e outras entidades criaram o Comitê em Defesa da Manutenção da Caixa 100% Pública.

A partir dessa data, com o apoio dos sindicatos de bancários, o Comitê passou a organizar diversas manifestações por todo o país. O enfrentamento também acontece por meio de audiências públicas, seminários e reuniões com o governo federal e a direção da Caixa. Em maio de 2015, foi criada a Frente Parlamentar em Defesa da Caixa Econômica Federal.

“Não aceitaremos o desmonte da Caixa para entregá-la ao capital privado. Por isso, iremos manter o assunto em debate junto à categoria e à sociedade. A Caixa é de todos brasileiros e assim deve permanecer”, conclui Fernando Neiva.

Fonte: Fetec-CUT/CN com SEEB/Brasília


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