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27 de Junho de 2018 às 19:41

Remuneração milionária de executivos mostra que bancos podem dar aumento real aos bancários


Crédito: Reprodução

Não apenas os acionistas surfaram no lucro de R$ 57,63 bilhões de Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e Santander em 2017. Também ganharam diretores e conselheiros, cujas rendas milionárias ficaram conhecidas nesta terça-feira 26, devido à decisão do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), que obrigou empresas de capital aberto a abrir as remunerações máximas e mínimas de seus executivos.

O TRF2 derrubou liminar impetrada pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef), que impedia a divulgação dos salários dos executivos das empresas de capital aberto. A decisão favorável à CVM foi conferida por 3 a 0.

Com isso, empresas brasileiras que integram a Bolsa de Valores nacional estão obrigadas a tornar públicos os salários de seus presidentes, diretores e integrantes dos conselhos de administração, assim como já acontece nos Estados Unidos.

Além do lucro líquido de mais de R$ 24 bilhões em 2017, no mesmo ano o Itaú distribuiu dividendos de R$ 9 bilhões às três famílias controladoras do maior banco privado brasileiro (Setúbal, Villela e Moreira Salles).

Itaú

O mais bem pago diretor de banco foi Cândido Bracher, do Itaú, cujos rendimentos somaram R$ 40,9 milhões em 2017, entre salários e participações. No cargo há um ano e oito meses, Bracher susbtituiu Roberto Setúbal na direção do maior banco privado do país. 

No ano passado, a família Setúbal pagou R$ 292,6 milhões a 22 diretores e R$ 49 milhões a 11 conselheiros. Cada diretor recebeu, em média, R$ 13,5 milhões por ano ou R$ 1,125 milhão por mês. É pouco perto dos R$ 24,9 bilhões líquidos que o banco lucrou.

Santander

O Santander remunerou muito bem o executivo Sergio Rial que só no Brasil, garantiu 27% do lucro global do banco espanhol: R$ 29,9 milhões. O quinto banco do país (terceiro entre os privados) lucrou 44,5% a mais em 2017, chegando aos R$ 8 bilhões, melhor resultado de sua história. A filial brasileira pagou R$ 255 milhões a 45 diretores (R$ 5,6 milhões para cada) e R$ 3,7 milhões a seus cinco conselheiros.

Bradesco

No último exercício, o Bradesco foi, de longe, o banco privado que mais gastou com executivos: R$ 680 milhões. Cada uma das sete cadeiras do Conselho de Administração embolsou R$ 10 milhões no ano passado. Luiz Carlos Trabuco, que trocou este ano a presidência da diretoria pela do Conselho de Administração, recebeu, em 2016, R$ 16,4 milhões, a remuneração máxima da Diretoria Estatutária. Ano passado, teve uma leve redução: R$ 15,9 milhões.

Após passar, em março, o comando da diretoria para Octavio Lazari, que veio da seguradora do grupo, Trabuco deve receber, pelos valores de 2017, R$ 17 milhões na presidência do Conselho de Administração (C.A.). Por controlar também a seguradora (100% do banco), o Conselho do Bradesco garante a maior remuneração entre os bancos.

Banco do Brasil

Fecha a fila o Banco do Brasil. O diretor Paulo Caffarelli recebeu R$ 1,7 milhão em 12 meses. A renda média dos 45 altos dirigentes entre vice-presidentes (12) e 27 diretores, além dos membros do Conselho Fiscal, ficou em R$ 1,2 milhão.

O BNDES remunera o presidente com  mais de R$ 87 mil mensais. Sorte do atual dirigente, Diogo de Oliveira. Antes, como ministro do Planejamento, ele estava sujeito ao teto de R$ 33,7 mil mensais. No BNDES são 14 salários/ano, mais dois de participação nos lucros, limitado a 25% do resultado, parte obtido em cima da aplicação dos recursos aportados pelo Tesouro. 

Bancários querem 5% de aumento real

“Somente no primeiro trimestre de 2018 os cinco maiores bancos lucraram R$ 20,6 bilhões, aumento de 20,4% sobre o mesmo trimestre do ano anterior. E agora sabemos dos salários milionários dos executivos. Os bancários também contribuíram com seu esforço e sua lucratividade para a obtenção de resultados. E por isso merecem os 5% de aumento real e as demais reivindicações que estamos fazendo na Campanha Nacional deste ano”, lembra Cleiton dos Santos, presidente da Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN).


Fonte: Fetec-CUT/CN, com Jornal do Brasil


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