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13 de Fevereiro de 2020 às 07:52

Reestruturação no BB: Bom pra quem?


No início do mês, o Banco do Brasil (BB) anunciou uma série de medidas que vai alterar a forma de remuneração na instituição. Hoje (12), sindicatos de todo o país foram para frente de alguma agência do BB denunciar mais um ataque do atual governo contra a categoria.

Em Belém, a manifestação foi em frente à unidade na Presidente Vargas. “O Banco do Brasil não é de um partido, políticos vão e voltam, o BB existe há mais de 200 anos e é patrimônio do povo brasileiro que precisa ser mantido e preservado com o mesmo objetivo que nasceu: fomentar o crédito rural e contribuir para o desenvolvimento sustentável de todas as regiões do Brasil . Ou o banco respeita seu funcionalismo ou uma greve não está descartada”, destaca o diretor do Sindicato dos Bancários do Pará e bancário do BB, Fábio Gian.

O Banco do Brasil é o responsável por aproximadamente 70% do crédito rural no país, portanto é tão importante para o funcionalismo como para a sociedade como um todo. “Estamos desde o início da semana em Caravana Bancária pelo sudeste do estado, e o Banco do Brasil está presente na maioria dos municípios que visitamos. A reestruturação pode também impactar no fechamento de agências e deixar milhares de pessoas sem essa opção de atendimento bancário”, avalia o presidente da entidade e bancário do banco, Gilmar Santos.

Levantamento feito pelo jornal O GLOBO em dados do Banco Central revela que, no fim de 2019, dois em cada cinco municípios do país não têm sequer uma agência bancária desde 2013, quando a cobertura atingiu seu auge.

Principais pontos da reestruturação analisados pela Contraf-CUT

Redução da gratificação
Atualmente, é muito pequeno o número de funcionários que não têm gratificação de função. Desta forma, a redução de remuneração fixa vai atingir a grande maioria dos funcionários.

Redução da PLR
Além de reduzir o valor de referência (VR) da gratificação que o funcionário recebe mensalmente, o banco também reduz o valor da PLR paga aos funcionários, uma vez que esta leva em conta o VR. Assim, além de terem perda de remuneração mês a mês, os funcionários perderão também na PLR. Não podemos esquecer, ainda, que também há perda no valor do FGTS, 13º…, como já explicado mais acima.

Mudanças só valem para novos
O banco tenta amenizar os prejuízos que serão causados aos funcionários. Sabemos que o banco, vira e mexe, resolve fazer uma reestruturação obrigando as pessoas a irem para cargos e extinguindo outros. Isso faz com que todos os funcionários fiquem sujeitos a essas mudanças. Aliás, faz parte das mudanças atuais a extinção de cargos e a criação de outros.

Equiparar desempenho ao do mercado
O banco esconde que seu desempenho é melhor do que o dos bancos privados, como mostram os índices de eficiência dos bancos do Banco Central. No gráfico de eficiência fica claro que a liderança do BB é histórica. Também no aspecto tecnológico, o banco se equipara ao mercado e não precisa se “adequar” para competir com os bancos privados.

Bônus aumentará remuneração
Bônus é uma verba remuneratória que não se incorpora ao salário e não conta para o cálculo de FGTS, férias, 13º. O funcionário é iludido de que está ganhando mais com o bônus, mas, na ponta do lápis, ele perde. Além disso, é um “benefício” que o banco decide unilateralmente. Pode dar, ou tirar quando quiser e para quem quiser.

Meritocracia
As metas também são definidas unilateralmente pelo banco. Poucos funcionários conseguem cumpri-las, ainda mais que, com as mudanças, para fazer jus ao bônus, o funcionário precisará cumprir 120% da meta. O que o banco quer é pagar um adicional para executivos indicados pelo governo.

Retenção de talentos
O presidente do BB, Rubem Novaes, que quer privatizar o banco a qualquer custo, alega que o Banco do Brasil tem dificuldade de reter talentos. A verdade é que ele quer aumentar os salários de executivos de Brasília, nomeados pelo governo. Foram indicados pelo mercado ocupam cargos de confiança. Dos funcionários concursados, a proposta é reduzir os salários. A perda de remuneração pode chegar a 15%.

Após o ato, alguns dirigentes sindicais reuniram com os bancários e bancárias  para falar sobre o plano de reestruturação,  e traçar estratégias de luta.

 

Fonte: Bancários PA com Contraf-CUT


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