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19 de Outubro de 2017 às 14:15

Protestos no Dia Nacional de Luta fortalecem a mobilização em defesa da Caixa 100% pública e da Funcef

As atividades atingiram unidades da empresa por todo o país, especialmente nas capitais. Manifestações reforçaram ainda a luta por nenhum direito a menos


Brasília - Na Caixa Econômica Federal, as turbinas das mobilizações em defesa do caráter 100% público do banco foram aquecidas nesta quarta-feira (18), em todo o Brasil, com a realização do Dia Nacional de Luta, por iniciativa das entidades representativas, com o apoio da Fenae. Por conta das notícias de privatização ou da possibilidade de abertura de capital, um misto de apreensão, revolta e disposição para a luta tomou conta dos empregados lotados em unidades da empresa por todo o país, dando visibilidade para a campanha “Defenda a Caixa você também”, lançada em 3 de outubro.

Em reuniões realizadas nos locais de trabalho, combinadas com atos nas portas das unidades, retardamento na abertura de agências e outras formas de protestos, dirigentes sindicais e empregados debateram ações para barrar as tentativas de alterações no Estatuto da empresa que interferem nos direitos dos trabalhadores e transformam o único banco 100% público em Sociedade Anônima. Na ocasião, além da importância de defender o caráter social e público da Caixa, foi reafirmada a luta por nenhum direito a menos. No fim do dia, porém, a votação no Conselho de Administração sobre mudanças estatutárias acabou sendo adiada.

Outro foco dos protestos foi a defesa dos participantes da Funcef. Houve a cobrança do pagamento do contencioso pela Caixa e contra o PLP 268/16, que propõe a redução da presença dos trabalhadores na gestão dos fundos de pensão. Muitos trabalhadores assinaram o abaixo-assinado da campanha “Contencioso: essa dívida é da Caixa”, disponível no site www.fenae.org.br. Acesse o abaixo-assinado no Avaaz.   

Em várias localidades, segundo informações divulgadas por entidades sindicais e associativas, a recepção dos empregados foi excelente. Em Brasília, a manifestação ocorreu no edifício-sede da Matriz I. Houve ato público na agência Jardim Camargo Novo (Avenida Paulista) e no prédio que abriga a Gerência de Fundo de Garantia (Gifug), no centro administrativo e financeiro de São Paulo. Ações semelhantes foram adotadas no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Fortaleza, Salvador, Natal, Recife, São Luís, Teresina, Florianópolis, Vitória, João Pessoa, Maceió, Belém, Campo Grande, Cuiabá e inúmeras outras cidades Brasil afora.

Os atos desta quarta-feira (18) tiveram tuitaços e, em diversas bases sindicais, foram concluídos em audiências públicas em defesa da Caixa e de outros bancos públicos, a exemplo da que foi realizada na Câmara Municipal de São Paulo.

As manifestações abordaram, basicamente, a defesa da Caixa 100% púbica. Isto é visto como fundamental, sobretudo em um momento em que o governo ilegítimo de Michel Temer demonstra intenção de avançar nas privatizações do patrimônio público, podendo respingar-se na Caixa, que opera diversos programas sociais e linhas de crédito do governo federal. Uma constatação: os empregados não aceitam que o banco seja submetido apenas à lógica de mercado, em detrimento do seu papel social e estratégico para o Brasil.

"Os bancários da Caixa estão de parabéns pela mobilização desta quarta-feira. Mostramos nossa força a todos os setores que queiram privatizá-la e lutamos para que a empresa permaneça 100% pública, com a suspensão de qualquer proposta que a transforme em S/A, culminando depois em abertura de capital”, afirmou Jair Pedro Ferreira, presidente da Fenae. Ele disse que as funções sociais que a Caixa opera hoje no país estão sob ameaças caso o banco seja privatizado ou tenha parte do capital aberto para a especulação financeira. “A Caixa é operadora de políticas públicas e sociais, então os pobres serão os mais prejudicados por essa política, como sempre, e isto não podemos permitir. Essa luta em defesa da Caixa deve ser de todo e cada cidadão brasileiro”, completou.

Essa mesma opinião é partilhada por Marcos Saraiva (Marcão), diretor de Comunicação e Imprensa da Fenae. “O debate que tem de ser feito nesse momento ultrapassa as fronteiras da Caixa e avança para dentro dos municípios, para as Assembleias Legislativas, pois é necessário esclarecer a população sobre o que vai acontecer se o banco for privatizado. Isso seria trágico para a sociedade”, denunciou.

No ato na agência da Praça do Ferreira, no centro de Fortaleza, Marcão convidou a população a participar do lançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Bancos Públicos, dia 27 de outubro, na Câmara Municipal de Fortaleza, “pois a ameaça não é apenas contra a Caixa, mas contra todo o patrimônio público brasileiro”.

Fonte: Fenae


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