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24 de Agosto de 2016 às 18:56

Por intransigência da Caixa, segunda rodada de negociação específica termina sem avanços


Crédito: Sônia Mele - Fetec-CUT/CN

A segunda rodada de negociação da pauta específica dos empregados da Caixa, realizada nesta quarta-feira 24 em São Paulo entre a direção da empresa e o Comando Nacional dos Bancários, assessorado pela Comissão Executiva dos Empregados (CEE Caixa), também terminou sem avanços diante da intransigência patronal diante das reivindicações dos trabalhadores. A terceira rodada não está agendada, mas pode ocorrer na próxima semana.

“Mais uma vez o que a Caixa apresentou foram apenas alguns poucos penduricalhos e para a maioria das cláusulas tratadas ela disse ‘não’. A negociação até agora tem sido muito pobre a Caixa não demonstra vontade em avançar. Vamos ter que demonstrar uma capacidade de mobilização muito grande se quisermos sensibilizar a direção da empresa”, avalia Wandeir Severo, representante da Federação dos Bancários Centro Norte (Fetec-CUT/CN) na Comissão Executiva dos Empregados (CEE Caixa), que participou da negociação.

“A CEE Caixa foi muito dura com os representantes da empresa, tornando a negociação de hoje num clima mais tenso que na rodada anterior. Foi preciso fazer isso porque os negociadores da Caixa não vieram com proposta nenhuma. Deixamos claro que não vamos aceitar essa quantidade de ‘nãos’ que a Caixa trouxe pra gente”, acrescenta Wandeir, que também é diretor do Sindicato de Brasília.

Veja abaixo um resumo da segunda discussão específica com a Caixa, realizada no Hotel Maksoud Plaza de São Paulo depois de concluída a terceira rodada de negociação do Comando Nacional dos Bancários com a Fenaban, feita no mesmo local.

 

Reestruturação, pendente da reunião anterior

A Caixa reafirmou que a reestruturação está suspensa, mas que as realocações continuarão, por ser um processo permanente na empresa. Disse que o caso Cehag foi uma adaptação e que houve planejamento inclusive com conhecimento e participação de áreas da Matriz.

Os representantes dos empregados questionaram o alegado planejamento, uma vez que os trabalhadores afirmam o contrário, e reafirmaram que a reestruturação continua sendo usada como instrumento de assédio moral e causando terror aos bancários.

Os dirigentes sindicais também questionaram o caso dos tesoureiros, bem como de toda a Giret, onde há um clima de incerteza. A Caixa disse que está garantida a função apenas dos supervisores que forem para as Girets e centralizadoras. Ou seja, nada mudou.

 

Saúde do trabalhador

Questionada sobre abertura de CAT em dia útil, a Caixa alega que abre o documento para os empregados, mas só quando e depois de avaliado por médico ou psicólogo.

Os representantes dos empregados apontaram o desconhecimento da Caixa da obrigatoriedade da emissão de CAT em até 24 horas e da não necessidade de CID.

A Caixa nega que haja recusa de atestados médicos, mas os dirigentes sindicais insistiram que há até mesmo invalidação de atestados.

 

Condições de trabalho e assédio moral

A Caixa alega que desenvolve campanhas internas de atendimento às demandas dos empregados após realização de pesquisa interna com os empregados (pesquisa de clima). Os representantes dos empregados pediram acesso a essa pesquisa, reafirmaram que estão aumentando os casos de adoecimento – e até de suicídio – e que a empresa não está dando amparo aos trabalhadores adoecidos e nem combatendo efetivamente o assédio moral.

 

GDP

Quanto às metas, os membros do Comando Nacional e do CEE Caixa lembraram a antiga reivindicação de que só fossem elaboradas e acompanhadas com a participação efetiva dos empregados, considerando condições, localidade, sazonalidade etc. Cobraram o fim do GDP (Gestão de Desempenho de Pessoas), que foi implantado unilateralmente, citando o caso do superintendente que está mandando mensagem de cobrança de metas por mensagens de celular, o que é vedado pela Convenção Coletiva dos Bancários (CCT), e que essa prática se repete em várias partes do país.

A Caixa disse que o GDP está implantado somente para os gerentes, que estariam se beneficiando com desenvolvimento pessoal, benefícios na carreira e sociais.

Os dirigentes sindicais insistiram no fim do GDP e rebateram a empresa, argumentando que a Caixa está classificando os empregados como insipientes, rotulando-os, constrangendo-os e os desestimulando.

Reiteraram que não haja qualquer tipo de cobrança eletrônica ou ranqueamento individuais e que a Caixa iniba essa prática. A empresa se comprometeu em fazê-lo.

 

Custeio da Saúde Caixa

A Caixa quer jogar a responsabilidade para o Conselho de Usuários. Há uma expectativa de que se tenha uma proposta para utilização do superávit do Saúde Caixa até 31 de dezembro deste ano.

Os representantes dos empregados mais uma vez cobraram a proposta de redução do teto de coparticipação, que a Caixa ainda não apresentou no Conselho Diretor, descumprindo o acordo negociado na campanha nacional do ano passado.

 

Funcef

A Caixa afirma que não tem pendência alguma ou dívida não honrada com a Funcef, mas os empregados entendem que a responsabilidade pelo CTVA e outras verbas é exclusiva da empresa, o que foi demonstrado pela assessoria jurídica da CEE Caixa.  Os representantes dos empregados insistiram que não desistirão do assunto, apesar da resposta negativa da Caixa.

 

Manutenção do Fundo de Revisão de Benefícios

A Caixa diz que não tem como assegurar, a princípio, essa reivindicação dos empregados, alegando que os regulamentos do Reg/Replan e do Novo Plano estão em desarcordo com o CGPC 26. Mas a CEE Caixa cobrou a responsabilidade da empresa como patrocinadora e co-responsável pela Funcef.

 

Aposentados

Os representantes dos empregados cobraram da Caixa a renegociação de dívidas dos aposentados, mas a empresa disse que já está fazendo pela menor taxa.

 

Infraestrutura das unidades

Outra reivindicação é a alteração do RH184, com a extinção do caixa minuto, avaliador minuto e tesoureiro minuto. O banco confirma a extinção da função de caixa, retirado do Plano de

 

Funções Gratificadas

Os bancários apresentaram ainda o desejo da garantia de participação dos empregados nas unidades de estrutura física e de pessoal. Mais uma vez a Caixa deu um retorno evasivo, ao dizer que faz estudos sobre a questão, sem citar a participação dos trabalhadores.

 “Diante das denúncias de arbitrariedade da empresa e das nossas cobranças veementes, a Caixa se propôs a trazer na próxima negociação uma apresentação sobre os critérios criados. Discordamos e solicitamos que nos seja enviado o quanto antes”, informa Wandeir Severo.

 

Caixa e tesoureiro

A Caixa deixou claro que não pretende descomissionar os atuais Caex, mas disse que não nomeará mais nenhum.

“Classificamos com inaceitável tal situação e que isso significa extinguir os caixas. A empresa está deturpando o PFG e atacando a todos os empregados e não só os Caex. A Caixa precisa rever essa postura com urgência”, critica Wandeir.

Participação dos empregados no dimensionamento das agências

Mais uma vez a Caixa usou a desculpa de ter limitadores dados pelos órgãos controladores e alegou que a alocação de empregados não é baseada no resultado da agência.

 

Segurança bancária

Os representantes dos empregados cobraram que a Caixa assuma a sua responsabilidade por perdas e danos decorrentes de problemas de segurança.

Foram criadas unidades para cuidar da responsabilização nos casos de fraude documental e fraude digital.

Mais uma vez a CEE alegou que a Caixa está responsabilizando os empregados pelo risco do negócio e punindo-os por fraudes cometidas por terceiros e por falhas na segurança.

 

Caixa 100% Pública

Diante da cobrança dos representantes dos empregados, a representante da empresa afirmou, categoricamente, que haverá a manutenção da Caixa 100% pública.

 

Terceirização

Os empregados reivindicaram o fim da terceirização na Caixa. O Banco respondeu que repeita uma TAC. Então, os representantes dos trabalhadores lembraram que a Caixa sofreu investigação do Ministério Público de Minas pela terceirização da atividade fim.

 

Liberação de delegados sindicais

O último ponto foi que a liberação dos delegados sindicais e representantes de entidades sindicais e associativas para participarem de reuniões, cursos, seminários, congressos e plenárias onde seja necessária à sua presença, seja feita de forma centralizada pelo banco.

A Caixa afirmou que deve continuar como está e que os sindicatos que tiverem problema devem procurar a Gerencia Nacional de Negociação e Relacionamentos com os Empregados (Gener).

 

Horas de Universidade Caixa

Também não houve avanço em relação às horas de Universidade Caixa dentro da jornada de trabalho.

 

Fonte: Fetec-CUT/CN, com Contraf-CUT - Atualizada em 25/08/2016 às 00:25


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