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7 de Maio de 2018 às 08:59

Plenária em Brasília rejeita proposta do BB para a Cassi


Crédito: GUINA FERRAZ

Brasília - A plenária de bancários e bancárias do BB realizada na noite da quarta-feira (2), na sede do Sindicato, manifestou posição unânime de recusa à proposta apresentada pelo banco para o plano de saúde dos funcionários da ativa e aposentados, a Cassi. Os bancários aprovaram também a continuidade das negociações entre entidades e BB para busca de uma solução para a situação financeira da Cassi.

A decisão de rejeitar as proposições da direção do BB foi precedida de análise criteriosa de cada uma delas. Além de críticas contundentes às pretensões patronais, o debate resgatou e produziu ideias para contraposta a ser formulada em fóruns nacionais do funcionalismo, com envolvimento de todas as suas representações, visando solucionar os problemas que de fato existem no plano de saúde.

Os associados reconhecem a necessidade de se buscar o equilíbrio no custeio, com a perspectiva, inclusive, de aprimoramento do plano, para reduzir a progressão dos custos, sobretudo com remodelagem da rede credenciada e com política eficaz de prevenção à saúde, a começar pela implantação imediata da Estratégia Saúde da Família.



“A proposta do BB, além de aumentar as despesas da Cassi com a criação de duas novas diretorias, onera apenas o associado com alteração do modelo de custeio sem contrapartida do banco. Em alguns casos, o ônus para o funcionário poderia chegar a 15% do salário, somando contribuições e coparticipação”, diz Mônica Dieb, secretária de Saúde do Sindicato.

O que o banco quer significa também o início da destruição do princípio da solidariedade no plano pela instituição do valor nominal de cobrança por dependente. O valor unitário proposto é de R$ 360,00.

A plenária dos associados ativos e aposentados estabeleceu a solidariedade como questão essencial, o que implica dizer que sua preservação é ponto de partida para qualquer negociação que se venha a ter com a empresa.

A proposta reprovada pela plenária inclui ainda aumento da contribuição do funcionário da ativa ou aposentado de 3% para 4%, com manutenção da contrapartida do banco em 4,5% por titular; aumento do valor da coparticipação; fim da paridade na gestão com a criação de mais duas diretorias a serem ocupadas por agentes do mercado; e a adoção do voto de Minerva para o patrocinador no Conselho Deliberativo.

Os associados entendem que as proposições dos BB têm como estratégia desfigurar o plano de saúde, quebrar o modelo de gestão e impor altos custos aos associados. “No final das constas, o que se buscar é registrar lucro em balanço com ônus financeiro e prejuízo à saúde para funcionários da ativa, aposentados e familiares”, frisa Mônica.

Combate à resolução 23 da CGPAR


A plenária desta quarta-feira apontou a necessidade de forte mobilização do funcionalismo no combate à Resolução nº 23 da Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societárias da União (CGPAR), que impõe medidas que levam à destruição do modelo de autogestão em saúde nas estatais. O entendimento é o de que a decisão do BB de lançar edital de concurso sem oferecer o plano de saúde aos novos funcionários e a proposta apresentada às entidades para a Cassi são desdobramentos da política do governo Temer de desmantelamento dos planos de saúde de autogestão.

Entre as iniciativas de combate à CGPAR 23, a plenária propôs estudo de ações no campo judicial e político, com envolvimento de todas as representações do funcionalismo do BB, em articulação com inciativas tomadas no âmbito da Caixa e das estatais em geral.

Mobilização dos associados

A plenária propôs as seguintes iniciativas para a mobilização e a conscientização dos associados em defesa do plano de saúde:

- Produção de material de comunicação específico sobre os problemas da Cassi, as ameaças contidas na CGPAR 23 e na proposta do banco, e as ideias e propostas dos associados;

- Discussões com os associados nos locais de trabalho;

- Encontros com funcionários da ativa e aposentados em cada uma das cidades do DF;

- Mobilização dos familiares para protestos nos edifícios do banco;

- Realização de Congresso Nacional precedido de encontros regionais;

- Manter a gestão paritária, a proporcionalidade 60/40 do custeio banco/associados e a paridade na gestão/governança como está hoje;

- Derrubar e denunciar a CGPAR por via jurídica e política;

- Responsabilizar o governo ilegítimo do Temer pela intervenção na gestão dos planos de autogestão via CGPAR e outras resoluções/normas cujo intuito é inviabilizar os planos;

- Campanha ampla para difundir os conteúdos de saúde do trabalhador do Sindicato;

- Realizar discussões sobre a CGPAR com outras(os) associações/planos de autogestão e outras entidades(Unidas, sindicatos e associações, consumidores dos planos de saúde);

- Entrelaçar defesa da Cassi, da Estratégia Saúde da Família e do SUS;

- Incluir a Cassi como pauta central da campanha salarial em luta contra a direção banco, Temer e a CGPAR;

- Cobrar investimento em atendimento próprio e na Estratégia Saúde da Família;

- Cobrar mais investimento e eficiência das diretorias indicadas pelo BB;

- Continuidade da mesa de negociação sobre a Cassi entre banco e entidades.

Evando Peixoto
Colaboração para o Seeb Brasília


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