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22 de Fevereiro de 2018 às 16:40

Paulo Vieira expõe extensão de corrupção tucana, por Kennedy Alencar


Kennedy Alencar

A defesa de Paulo Vieira da Costa, ex-diretor da Dersa em São Paulo, anexou a um inquérito no Supremo Tribunal Federal informação que consta de processo na 5ª Vara Federal de São Paulo dando conta de que ele tinha R$ 113 milhões em bancos suíços em junho de 2016.

Jabuti não sobe em árvore. Se a defesa preferiu levar a informação ao Supremo, vê vantagens jurídicas nisso. Esse inquérito investiga o senador José Serra, do PSDB de São Paulo e governador do Estado na época em Paulo Vieira da Costa detinha imenso poder na Dersa e operava como arrecadador de recursos eleitorais do tucanato paulista.

A fim de se livrar das acusações na Lava Jato, Serra tem procurado se beneficiar do prazo prescricional menor, porque possui mais de 70 anos. Para a defesa de Paulo Vieira da Costa, faz sentido colar no senador tucano.

Do ponto de vista político, a atitude da defesa de Paulo Vieira dá mais uma evidência da hipocrisia do discurso feito por líderes tucanos, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador Geraldo Alckmin, de que a corrupção do PSDB é menor do que a do PT.

Petistas e tucanos travaram nos últimos esse insólito campeonato sobre quem seria mais corrupto. A Lava Jato propiciou a criação de uma versão de que o PT sistematizou a corrupção e a levou a um nível nunca antes visto neste país. Quem cobre política há trinta anos sabe que isso não é verdade.

Em junho de 2016, em plena Lava Jato, um ex-diretor da Dersa tinha em 4 contas suíças R$ 113 milhões. Esse é um episódio que dá pistas sobre a extensão da corrupção tucana. Esses R$ 113 milhões eram recursos de origem ilícita? Eram somente dele? Ou Paulo Vieira funcionava como laranja de algum político ou alguns políticos? O esquema das empreiteiras na Petrobras não foi reproduzido do mesmo jeito em obras públicas em grandes Estados, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais?

É legítimo que a defesa de Paulo Vieira queira protegê-lo como julga melhor. Mas seria importante não desperdiçar essa informação e deixá-la ser mais um indício do caráter seletivo das investigações de corrupção no Brasil.


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