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22 de Novembro de 2018 às 17:01

Paulo Guedes nomeia dois notórios privatizadores para dirigir Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal

Economista neoliberal formado em Chicago como o ministro da Fazenda, Rubem Novaes vai para o BB. E Pedro Guimarães, banqueiro especialista em privatizar, chefiará a Caixa


Contradizendo-se mais uma vez depois de afirmar durante a campanha que não pretendia privatizar a Caixa e o Banco do Brasil (BB), a equipe do presidente eleito Jair Bolsonaro acaba de nomear para comandar os dois maiores bancos públicos federais figurinhas carimbadas do mercado financeiro que defendem a privatização das empresas públicas.

Rubem Novaes, formado na Universidade de Chicago (EUA), berço do liberalismo econômico, é o nome que o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, escolheu para presidir o Banco no Brasil, acendendo o sinal de alerta para o risco de privatização da instituição. Novaes é amigo de Guedes desde os tempos da Universidade de Chicago.

Isso porque Rubem defende as privatizações e, à frente do BB, deve iniciar a gestão já promovendo a venda do braço de investimento da instituição, seguindo a diretriz definida por Guedes de retirar os bancos públicos de todos os negócios bancários que geram competição com os bancos privados. O objetivo final do ministro da economia de Bolsonaro é de privatizar o maior banco público do Brasil.

“Paulo Guedes quer aparelhar os dois maiores bancos públicos com banqueiros de instituições financeiras privadas, que vêm com o objetivo de  entregá-los ao mercado ”, critica Rafael Zanon, representante da Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN) na Comissão de Empresa dos Funcionários do BB e diretor do Sindicato de Brasília.  

Especialista em cortes

Para a Caixa Econômica Federal, foi confirmada nesta quinta-feira 22 a nomeação de Pedro Guimarães, também sócio do banco Brasil Plural, especialista em privatizações e um dos responsáveis por fazer o levantamento das estatais que podem ser vendidas na gestão Bolsonaro.

Guimarães atua há mais de 20 anos no mercado financeiro na gestão de ativos e reestruturação de empresas.

Falta somente a aprovação de Bolsonaro, uma vez que, pelo estatuto do banco, o nome terá de ser indicado pelo futuro presidente da República. Os executivos atuais não poderão ser trocados pelo presidente porque, pelas novas regras, precisam ser escolhidos pelo Conselho da instituição.

Na presidência da Caixa, Guimarães, que é doutor em Economia pela Universidade de Rockester (EUA), onde especializou-se em privatizações, deverá comandar a venda da área de cartões de crédito e de seguros. A ideia de Guedes, conforme matéria da Folha de S. Paulo, é delegar para a iniciativa privada negócios que não são fazem parte da “política pública” conduzida pelo banco. Essa diretriz também será reproduzida no Banco do Brasil, que deverá vender seu braço de investimentos.

Desmantelamento da empresa pública

Para a diretora do Sindicato de Brasília e empregada da Caixa Rafaella Gomes, “a escolha de Pedro Guimarães é uma comprovação de que será reforçado de imediato o processo de desmantelamento da empresa pública e diminuição de seu papel, o que já vem ocorrendo na Caixa”.

Ela acrescenta: “Esse processo é irresponsável e causará danos irreparáveis aos trabalhadores da Caixa e principalmente ao país. A privatização só vai favorecer o capital internacional, como vem sendo feito no caso da privatização das subsidiárias da Petrobras e Eletrobras”.

Privatização da Lotex

Prova de que esse processo já foi deflagrado é o leilão da Lotex, marcado para o dia 29 de novembro. Sem contar que no edital, a Caixa está proibida de participar do leilão, mesmo em consórcio com outras empresas, e o texto prevê ainda que só 16% do arrecadado irá para a área social (educação, esporte, cultura, saúde e Previdência), ao contrário dos 40% previstos hoje. Dirigentes sindicais acreditam que o objetivo é privatizar primeiro a Lotex e depois o conjunto das loterias.


Fonte: Fetec-CUT/CN, com Seeb Brasília


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