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24 de Agosto de 2018 às 07:56

Paralelamente à negociação, bancários do BB fazem protesto por manutenção de direitos


Brasília - No mesmo dia em que está marcada uma nova rodada de negociação entre a Comissão de Empresa dos Funcionários e o Banco do Brasil, nesta quinta-feira (23), bancárias e bancários de Brasília protestavam pela manutenção das conquistas do Acordo Coletivo e da Convenção Coletiva de Trabalho. A mobilização foi organizada pelo Sindicato em frente ao Edifício BB, no Setor de Autarquias Norte.

Durante a atividade, diretores do Sindicato e da Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/CN) distribuíram a nova edição do Informativo Espelho pelos departamentos do prédio. Ao meio dia, os representantes dos trabalhadores esclareceram dúvidas e convocaram os bancários à luta.

Marianna Coelho, secretária de Assuntos Jurídicos do Sindicato, frisou que esta é a primeira Campanha Nacional da categoria após a vigência da reforma trabalhista. “Enfrentamos hoje o fim das homologações nos sindicatos, o que deixa o bancário sem a proteção da entidade representativa. Com a ‘deforma’ trabalhista, tudo o que conquistamos em anos de luta está ameaçado com o fim da ultratividade dos acordos. Precisamos nos mobilizar”, convoca Marianna.

“Esta é mais uma atividade para pressionar a direção do banco e reforçar que não aceitaremos que retirem nossos direitos. É o funcionalismo do BB dizendo ‘não’ às investidas sobre nossas conquistas históricas, por nenhum direito a menos”, alerta o diretor do Sindicato e bancário do BB Paulo Vinícius.

Secretária de Saúde e Condições de Trabalho, Mônica Holanda reforçou o repúdio da categoria à proposta da Fenaban de reduzir a PLR das mulheres em licença maternidade e dos bancários adoecidos. “Reafirmamos aqui nosso protesto contra a proposta machista da federação dos bancos que coloca as mulheres em segundo plano ao tentar reduzir a PLR. Os trabalhadores adoecidos também estão na mira dos banqueiros com essa proposta discriminatória. Como funcionárias do BB, esperamos que o banco se posicione contrário a esse ataque”, destaca Mônica.

Uma das pautas em discussão com o banco diz respeito aos ciclos de avaliação para descomissionamento por desempenho. Fátima Marsaro, diretora do Sindicato, pontuou que “apesar do banco ter iniciado o processo de negociação querendo impor uma perda nesse sentido, com a redução para apenas um ciclo de avaliação, a resistência em mesa e nos locais de trabalho garantiu a manutenção da cláusula nos moldes do atual acordo”.

Para o secretário de Assuntos Jurídicos da Fetec-CUT/CN, Wescly Queiroz, “o que temos hoje não foi presenteado ou dado pelos banqueiros. Todos os direitos da categoria bancária foram conquistados a partir de muita luta e resistência, do embate contra o capital. Queremos garantir que o trabalhador considerado ‘hipersuficiente’ seja representado pelos sindicatos”. O bancário do BB ressaltou que a Federação ajuizará ação declaratória pela validade e aplicação da Súmula 372 do TST, que versa sobre a incorporação de função.

Cassi

As propostas do banco, somadas à resolução 23 da CGPAR, representam uma grande ameaça à Cassi. Secretário de Saúde e Condições de Trabalho da Fetec-CUT/CN, Wadson Boaventura lembrou os bancários que o objetivo é a entrega do patrimônio público ao mercado.

“A Caixa de Assistência dos Funcionários do BB conta com o princípio da solidariedade e não é discriminatória. Mas, se o estatuto da Cassi for modificado conforme deseja a direção do banco e o governo, o custeio poderá ter como base a faixa etária e a faixa salarial, excluindo milhares de trabalhadores do plano. Precisamos estar atentos, considerando sempre que é o banco quem adoece o trabalhador”, frisa Boaventura.

Campanha unificada

Bancários e bancárias de bancos públicos e privados se somaram à mobilização dos funcionários do BB e demonstraram a unidade necessária para vencer nesta Campanha Nacional unificada.

Empregado da Caixa, o diretor do Sindicato Antônio Abdan conclamou os bancários do BB à luta. “Trabalhamos no segmento que mais lucra no país, resultado do nosso empenho diário. Enquanto trabalhadores de empresas públicas, devemos ter clareza sobre o nosso papel para o desenvolvimento do país e em defesa do patrimônio brasileiro”, ponderou Abdan.


Joanna Alves
Do Seeb Brasília


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