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16 de Maio de 2019 às 11:34

Pará dá aula nas ruas em defesa da educação


Crédito: Reprodução

Belém PA - Uma verdadeira pororoca humana movida por uma energia contagiante de jovens, estudantes, pais e mães de alunos, educadores, trabalhadores e trabalhadoras de diversas categorias, inclusive por bancários e bancárias, tomou as ruas de Belém e de diversas cidades paraenses, em todas as regiões do estado, nessa quarta-feira, 15 de maio, em adesão à Greve Nacional em defesa da Educação no Brasil. O Sindicato dos Bancários do Pará esteve presente nas manifestações de Belém e Marabá em solidariedade a esse movimento popular que só faz crescer em defesa da educação e da previdência pública.

No último dia 30 de abril, o ministro da Educação Abraham Weintraub declarou que cortaria 30% do orçamento das universidades federais que provocassem “balbúrdia” em seus campi, citando nominalmente a Universidade de Brasília (UnB), a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e a Universidade Federal Fluminense (UFF). No dia seguinte, o secretário de Educação Superior da pasta, Arnaldo Barbosa de Lima Junior, afirmou que o corte se estenderia “de forma isonômica para todas as universidades”.

Por esse motivo, a Greve Nacional da Educação foi convocada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação (CNTE) e teve início em escolas do ensino básico, fundamental e médio das redes pública estadual e municipal de todo o país. Após o anúncio dos cortes de recursos na educação, na semana passada, a paralisação foi ampliada com a adesão de profissionais do ensino superior, técnico e de escolas da rede privada. Todos pararam completamente as atividades nesta quinta-feira (15).

Greve teve repercussão mundial

A tag #TsunamiDaEducação ocupou o topo do Twitter Brasil e mundial na manhã de hoje. A tag dialoga com o tamanho da mobilização que tomou conta das escolas, institutos federais, universidades, praças, ruas e avenidas das capitais de todos os estados brasileiros e do Distrito Federal, além de centenas de cidades do interior do país.

Falta muita educação para Bolsonaro

Em Dallas, nos Estados Unidos, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse à imprensa, em tom de deboche, que as manifestações realizadas hoje em todo o país foram feitas por “uns idiotas úteis, uns imbecis”, demonstrando todo seu desprezo pela causa popular em defesa de mais investimento e qualidade na educação brasileira.

“É natural, é natural. Agora… a maioria ali é militante. É militante. Não tem nada na cabeça. Se perguntar 7 x 8 não sabe. Se perguntar a fórmula da água, não sabe. Não sabe nada. São uns idiotas úteis, uns imbecis que estão sendo utilizados como massa de manobra de uma minoria espertalhona que compõe o núcleo de muitas universidades federais do Brasil”, afirmou Bolsonaro.

Bancários na luta por educação e aposentadoria

“A adesão da população que não quer a reforma da Previdência e acredita que o investimento na educação é o caminho para o desenvolvimento do país foi fundamental para o fortalecimento das mobilizações de hoje, no Pará e em todo país. A greve da educação realizada hoje foi uma espécie de aquecimento para a greve geral do dia 14 de junho. Temos certeza que essa mobilização, somada a mais uma declaração ridícula e mal educada de Bolsonaro, coloca mais combustível na nossa luta e contribuirá para construção da maior greve geral da história do Brasil. Seguiremos na luta por educação e pela aposentadoria, até a vitória!”, destacou o dirigente do Sindicato dos Bancários do Pará, Suzana Gaia, durante o ato público em Belém.

“A educação não vai ficar refém do Bolsonaro e esta greve, que já é vitoriosa em todo o estado do Pará e em todo Brasil, é um esquenta para a greve geral do dia 14 de junho, quando nós derrotaremos este governo, que quer tirar a comida da mesa do trabalhador, que quer tirar a escola pública do estudante, que quer tirar a saúde pública e a aposentadoria da população. Parabéns à juventude pela organização. Pela unidade marcharemos juntos, para derrotar esse governo fascista e entreguista. Não passarão! Seguiremos e venceremos!”, declarou a dirigente do Sindicato dos Bancários e da CUT Pará, Vera Paoloni, durante a manifestação em Belém.

“Hoje foi um dia histórico para a cidade de Marabá. Jovens, negros , estudantes, mulheres, LGBTs, professores, trabalhadores rurais unidos em caminhada pela Transamazônica para defender a educação pública. Foi uma demonstração de que o governo Bolsonaro não fará os cortes que deseja com tanta facilidade, pois o povo está junto para defender esse direito básico. O ato de hoje também serviu para mobilizar para a greve geral no dia 14 de junho, dia em que pararemos mais uma vez para ir contra a reforma da previdência social. Não vai ter corte, vai ter luta!”, ressaltou a dirigente do sindicato dos Bancários em Marabá, Heidiany Moreno, durante o protesto na cidade.

 
           
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Fonte: Bancários PA
Fotos: Ginno Pérez Salas (Marabá) e Daiane Coelho (Belém)


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