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17 de Janeiro de 2018 às 13:59

Novo estatuto da Caixa pode reconduzir vice-presidentes afastados


Jornal GGN
Os quatro vice-presidentes da Caixa afastados por determinação do presidente Michel Temer (MDB) por suspeitas no desvio em fundos de pensão podem ser reconduzidos ao cargo com a aprovação de um novo estatuto da Caixa. 
 
O afastamento foi determinado nesta terça-feira (16) por recomendação do Banco Central e do Ministério Público Federal. Os vice-diretores da Caixa estão sendo investigados no âmbito da Operação Sépsis, deflagrada em 2016, sobre irregularidades no Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS), vinculado à Caixa. 
 
Na nota de recomendação do MPF ao governo a solicitação era o afastamento dos 12 vice-presidentes do banco, mas a Casa Civil e a Caixa rejeitaram e só afastaram os vice diretores Antonio Carlos Ferreira (corporativo), Deusdina dos Reis Pereira (Fundos de Governo e Loterias), Roberto Dorziê de Sant'Anna (Governo) e José Henrique Marques da Cruz (Clientes, Negócios e Transformação Digital). 
 
No mesmo dia, o presidente da Caixa Gilberto Occhi disse à Folha de S. Paulo que a decisão de reconduzir ou não os vice-presidentes do banco deverá ser tomada pelo Conselho de Administração da instituição, ligado também ao Ministério da Fazenda, que na próxima sexta-feira (19) irá aprovar um novo estatuto que confere ao colegiado do banco poderes para nomear e exonerar os executivos. Atualmente essa atribuição é do presidente da República. Nesse contexto, os vice-diretores afastados terão a oportunidade de apresentarem as suas defesas. 
 
Quando perguntado se todos os vice-diretores afastados tem condições de voltar Occhi respondeu que caberá a cada um dos servidores sob investigação a capacidade de apresentar as fundamentações para as suas defesas.
 
"O Conselho de Administração é que vai avaliar. Eu entendo é que vai caber a cada um deles a capacidade de apresentação de suas fundamentações, porque tudo já está posto. Eventualmente escapou um dado, escapou uma informação". 
 
Occhio também declarou que não tem sentimento de injustiça em relação ao ocorrido: "Conheço todos eles, uns mais outros menos. Meu sentimento neste momento não é nem de ter uma injustiça ou não. Meu sentimento hoje é de extrema tristeza. Não é decepção, não é mágoa".
 
O próprio Occhio foi citado pelo delator Lúcio Funaro de que teria uma meta de propina no banco. Mas quanto a isso respondeu que a Caixa e o Ministério Público não levaram em consideração a fala de Funaro "porque não tem embasamento". 
 
"E quem o Lúcio Funaro disse que falou para ele sobre essa situação [o empresário Silmar Bertin, do Grupo Bertin] declarou por escrito à Caixa que nunca teve essa conversa com ele, nem comigo, nem nunca pediu nada nem nunca a ele foi pedido nada", completou. 

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