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22 de Março de 2018 às 10:33

Nova onda de reestruturação no BB


Crédito: SEEB/PA

Por Fábio Gian - Bancários PA

Belém PA - O Sindicato recebeu a informação nesta manhã de uma nova fase da reestruturação, agora na Superintendência do Banco do Brasil no Estado do Pará e que envolve o fim de duas gerências de núcleo além da função de gerente de administração, sendo atingidos, ao todo, 10 funcionários, entre assessores e gerentes. É possível que esses números sejam aproximados pois nunca temos essa informação institucional do Banco.

É redundante escrever que, como sempre, os mais prejudicados por essas mudanças são sempre os últimos a saber, sendo, entretanto, os primeiros que terão que se movimentar, inclusive para outro Estado, como opção para preservação salarial.

Jamais concordei – e sei que aqui falo por todos os meus companheiros sindicalistas, com esse tipo de reestruturação que coloca no topo os interesses financeiros e de mercado muito acima do respeito ao funcionário. Entendo que há um grande desrespeito ao empregado quando o Banco determina que no período de semanas esse bancário procure por vaga em outro Estado (cujo remanejamento na mesma função é incerto), sendo uma concorrência nacional, considerando que restruturações como essas, por vezes, dividem famílias cujos filhos, frequentemente, ainda são crianças em idades escolares.

Ah! Tem outra opção que o Banco oferece: não se movimentar e perder a função, sendo que tal perda pode corresponder a mais de 50 por cento da remuneração do empregado. Dada a atual situação de endividamento das famílias brasileiras, creio que isso deixa de ser opção e passa a ser mais um estratagema.

Deixo claro que não me refiro a defesa de um órgão regional mas de pessoas, pois tento fazer esse exercício diariamente: colocar-me no lugar de qualquer empregado pois sei que isso causa sofrimento dada as incertezas de um possível remanejamento, com ou sem comissão. Sei também que essas restruturações acabam ocorrendo em diversos ambientes, seja em agências, seja em órgãos regionais e todos somos afetados por ela.

Tenho afirmado categoricamente, tanto em artigos escritos aqui no site quanto em reuniões nas unidades do Banco, que esse movimento dos bancos não são isolados mas muito bem articulados com o capital financeiro aliado a uma grande parcela de políticos burocratas que historicamente defendem o fim dos nossos direitos, seja via reforma trabalhista e o desmonte da CLT, ou de resoluções como a CGPAR 23, que ameaça a sobrevivência de entidades que nos garantem saúde, como a CASSI. Esse grupo político faz parte de uma perversa aliança e que, infelizmente, hoje, governa o Brasil.

Nosso papel é aglutinar forças enquanto trabalhadores, ainda que o cenário político seja horroroso. Acredito que, no meio dessa crise, cabem diversas reflexões, mas uma delas, em especial, defino como de extrema importância: nossa identidade classista de trabalhador. Entender que fazemos parte de uma classe trabalhadora parece pouco, mas é fundamental para o primeiro passo dessa disputa, seja contra o patrão e o governo na hora de uma greve, seja na hora do voto nas eleições gerais, pois, assim, saberemos em quem votar e em quem não votar.

O Sindicato solicitará reunião urgente com o Banco do Brasil para tratar esse e outros assuntos relacionados a reestruturação, segurança bancária, entre outros temas pendentes.

Finalizo aqui conclamando todos os bancários a participarem ativamente este ano das atividades promovidas pelas entidades associativas e sindicais que já estão debatendo Resolução CGPAR 23, PLP 268/2016; Campanha Salarial, entre outros temas de grande interesse de nossa categoria, pois quanto mais informação tivermos, maiores serão as chances de sermos vitoriosos em todo esse processo.

*Fábio Gian Pantoja é funcionário do Banco do Brasil, Diretor de Formação Cultural e Sindical do Sindicato dos Bancários do Pará e Diretor Regional da ANABB no Pará

 


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