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3 de Janeiro de 2019 às 08:18

NOTA DE REPÚDIO CUT/DF: Desrespeito à maior negociação coletiva mundial é marca do primeiro dia do governo Bolsonaro


No início deste século, durante o Governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva, o movimento sindical brasileiro, liderado pela Central Única dos Trabalhadores – CUT – e suas entidades filiadas, realizou, anualmente, a Marcha das Centrais com o objetivo de conquistar avanços na pauta da classe trabalhadora.

Uma das reivindicações mais importantes da Marcha era a valorização e aumento real do poder de compra do salário mínimo brasileiro que, no ano de 2002, por exemplo, tinha o valor de R$ 200, menos de 90 dólares.

Durante o Governo Lula, o diálogo foi intensificado entre os representantes da classe trabalhadora e o Governo Federal. O resultado positivo gerou a maior negociação coletiva da história do Brasil e do mundo, que resultou na atual fórmula de correção do salário mínimo, que iniciou sua vigência em 2012 e, nos dias atuais, beneficia cerca de 48 milhões de brasileiras e brasileiros, tendo um valor que supera 250 dólares mensais.

Neste ano de 2019, o salário mínimo deveria ser reajustado para o valor de R$ 1.006. Porém, no seu primeiro dia de Governo, Bolsonaro assina decreto reajustando o valor do mínimo para R$ 998 descumprindo a fórmula de correção vigente.

A atitude de Bolsonaro mostra total desrespeito com a classe trabalhadora. Sinaliza que leis e acordos coletivos podem ser descartados e ignorados. Durante a campanha presidencial, Bolsonaro, em suas propostas, já apresentava seu compromisso com a desvalorização e precarização do trabalho, com sua carteira verde e amarela, e a retirada de direitos, com sua afirmação que realizará a reforma da Previdência sem diálogo com os representantes da classe trabalhadora, acabando com as aposentadorias e benefícios de milhões de brasileiras e brasileiros.

Assim, por meio desta nota, afirmamos nosso total repúdio ao ato de Jair Bolsonaro, em seu primeiro dia de mandato, que desrespeita a maior negociação coletiva da história da classe trabalhadora e sua sinalização de desvalorização, perseguição e precarização dos direitos trabalhistas e sociais de milhões de brasileiras e brasileiros. Também reafirmamos que estaremos ao lado das trabalhadoras e trabalhadores, seja nos locais de trabalho ou nas ruas, na luta pela garantia dos direitos trabalhistas e conquistas sociais, sem dar trégua aos ladrões de direitos.

Rodrigo Britto
Presidente da CUT Brasília


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