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9 de Março de 2017 às 08:37

No Dia Internacional, mulheres ocupam ruas do Brasil e denunciam ataques do governo golpista

Manifestações foram realizadas em praticamente toda a região Centro Norte, com participação destacada dos sindicatos de bancários filiados à Fetec-CUT/CN.


As mulheres ocuparam as ruas em todo o país nesta quarta-feira 8 de março, no seu Dia Internacional, para defender suas bandeiras históricas pela igualdade e contra a violência machista e denunciar os ataques do governo golpista de Michel Temer aos direitos sociais, como a reforma da Previdência, que atingem especialmente as mulheres. Em praticamente todas as capitais da região Centro Norte houve manifestações, com apoio dos sindicatos de bancários filiados à Federação Centro Norte (Fetec-CUT/CN). Os protestos aconteceram em todo o mundo.

“As mulheres deram mais uma bela demonstração de sua capacidade de luta contra as discriminações e contra as medidas do governo ilegítimo que está retirando direitos sociais e trabalhistas, mostrando que elas estão na vanguarda do movimento de resistência ao governo usurpador”, afirma José Avelino, presidente da Fetec-CUT/CN.

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“A diversidade de participação e a vitalidade das manifestações das mulheres contrastou com o ato melancólico e machista organizado no Palácio do Planalto por um presidente machista e sem noção que parece estar no século 19, o que espelha o que é o seu governo antipopular e neoliberal”, acrescenta a secretária da Mulher da Fetec-CUT/CN, Maria Aparecida Sousa, que participou da manifestação em Brasília.

Marcha na Esplanada dos Ministérios

Na capital federal, um grande ato unificado de mulheres marcou o Dia Internacional da Mulher, com milhares de trabalhadoras e integrantes de movimentos feministas e sindical marchando pela Esplanada dos Ministérios, até a Praça dos Três Poderes, em defesa dos direitos das mulheres. 

Faixas, cartazes, inscrições no próprio corpo com palavras de ordem e hinos que representavam a luta das mulheres - pelo fim da violência e por igualdade salarial - deram o tom da marcha, que teve início às 17h a partir de uma grande ciranda de concentração no Museu da República.

Antes, protestos e eventos em diversos pontos do DF, como panfletagem na rodoviária do Plano Piloto e atividades no metrô, já davam uma amostra da mobilização que ganharia corpo ao final da tarde e se entenderia até a noite.

Diretoras da Fetec-CUT/CN e do Sindicato dos Bancários de Brasília somaram forças na manifestação e engrossaram o coro da manifestação, principalmente contra a reforma da Previdência do governo Temer, que ameaça acabar com a aposentadoria das mulheres, e também contra o projeto de lei que escancara a terceirização e a reforma trabalhista.

"Estamos aqui para comemorar, mas também em protesto. Nossas bandeiras principais de mobilização são contra a retirada de direitos e a reforma da Previdência, que ataca as trabalhadoras de forma muito mais intensa e injusta”, frisou Mônica Dieb, secretária de Saúde do Sindicato de Brasília presente ao ato.

“Estar neste ato é lutar contra a desigualdade de gênero. E nós, mulheres trabalhadoras do sistema financeiro, temos muito para reivindicar, já que somos as vítimas dessa desigualdade”, disse Louraci Moraes, diretora da Fetec-CUT/CN.

A mobilização também teve como foco o fim da violência contra a mulher, o feminicídio e o direito ao aborto.

Homens também em prol da igualdade de oportunidades

Ao ato somaram-se homens que também protestaram contra o machismo que ainda marca e faz vítimas na sociedade. Um deles foi o diretor da Fetec-CUT/CN Washington Henrique, que reforçou a importância de defender os direitos das mulheres. “Estão tentando tirar direito conquistados com muita luta pelas trabalhadoras, mas, se depender do nosso apoio, isso não vai acontecer”, ponderou.

Local e globalmente

Uma série de atos também levou milhares de mulheres às ruas em todo o Brasil. Em São Paulo houve protesto que juntou uma multidão na Praça da Sé. No Rio, o palco foi a Avenida Rio Branco, que foi tomada por todas as cores levantadas pelas militantes em suas reivindicações. Em Belo Horizonte, as integrantes do movimento Olga Benário na Tina Martins comemoraram um ano de luta da ocupação. Salvador reuniu mil mulheres de diversos grupos e movimentos na Praça da Piedade para o Comércio, no centro. Porto Alegre também levou uma multidão às ruas.

Pela América Latina também pôde-se ouvir o grito das mulheres por igualdade. O Paro Internacional na capital uruguaia, Montevidéu, concentrou milhares de mulheres. Em Buenos Aires, a famosa Praça de Maio foi o local escolhido para os protestos. Quito, capital do Equador, reuniu cerca de 100 mil numa grande passeata pela região central da cidade.

Estados Unidos, França, Bélgica, Grécia e Romênia também registraram grandes manifestações. 

Leia mais:

˃ Em São Paulo, mulheres na rua alertam golpistas: é só o começo. 

˃ Em assembleia, mulheres repudiam Reforma da Previdência.

˃ Contra o retrocesso, trabalhadoras ocupam as ruas de todo o país neste dia 8 de março.

˃ Em defesa da aposentadoria, mulheres ocupam prédios do INSS e ruas por todo Brasil.

 

Em discurso, Temer reforça machismo

Em evento em referência ao Dia da Mulher, nesta quarta-feira no Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer teceu diversos comentários machistas que repercutiram mal tanto na imprensa quanto nas redes sociais.

"Tenho absoluta convicção, até por formação familiar e por estar ao lado da Marcela [Temer], do quanto a mulher faz pela casa, pelo lar. Do que faz pelos filhos. E, se a sociedade de alguma maneira vai bem e os filhos crescem, é porque tiveram uma adequada formação em suas casas e, seguramente, isso quem faz não é o homem, é a mulher".

E não parou por aí. Ele afirmou que as mulheres têm uma "grande participação" na economia porque ninguém é mais capaz do que elas para "indicar os desajustes de preço no supermercado e ninguém é melhor para detectar as eventuais flutuações econômicas, pelo orçamento doméstico maior ou menor".

Temer disse também que, com as perspectivas de recuperação econômica, as mulheres terão mais oportunidades de emprego, para além "afazeres domésticos". 

Por fim, sugeriu que elas "devem ocupar o primeiro grau em todas as sociedades". Vale destacar, contudo, que, de 28 pastas ministeriais do seu governo, apenas duas são ocupadas por mulheres.

Fonte: Fetec-CUT/CN, com Seeb Brasília


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