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16 de Outubro de 2019 às 07:27

Nesta quinta 17, CUT e povos locais vão denunciar o que ocorre na Amazônia

Cacique Raoni já confirmou presença no Ato Nacional em Defesa do Meio Ambiente e dos povos da Amazônia, em Marabá. Movimentos sociais, trabalhadores rurais e povos da Região também estarão presentes


CUT Nacional
Érica Aragão

Para denunciar ao mundo o que vem acontecendo de fato no Amazônia, a CUT, os povos locais, ambientalistas, parlamentares e movimentos sociais e populares farão na próxima quinta-fera (17), em Marabá, o Ato Nacional em Defesa do Meio Ambiente e dos Povos da Amazônia.

O Fórum em Defesa da Amazônia, que organiza o ato, quer  realizar uma reunião pública, expressar posicionamento do grupo e ouvir da sociedade civil, ativistas e comunidade acadêmica quais são os problemas enfrentados na região.

Na mesa de abertura do Ato Nacional, estarão presentes todos os integrantes do Fórum, representantes do governo do Estado, do município, igrejas, das comunidades tradicionais e locais e movimentos sociais e populares.

A programação prevê também uma mesa só para escutar os povos da Amazônia, outra para debater os Desafios e os Riscos do Quadro Atual à Floresta, Cultura e Territórios da Amazônia. Uma Marcha em Defesa da Amazônia e dos Povos da Amazônia e um Ato Político-Cultural em Defesa do Meio Ambiente e dos Povos da Amazônia encerrarão o Ato Nacional em Defesa do Meio Ambiente e dos Povos da Amazônia.  

A situação caótica da Amazônia chamou a atenção do mundo depois da repercussão negativa que a divulgação sobre o aumento das queimadas na Região provocou. O presidente Jair Bolsonaro (PSL) não só contestou os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) que mostraram que, em agosto deste ano havia sido registrado o maior número de focos de queimadas da média histórica desde 1998, como demitiu o diretor da entidade, Ricardo Galvão.

 “Nós precisamos dizer ao mundo o que acontece de verdade na nossa região. As queimadas na Floresta, que ficou tão conhecida nos últimos meses, é uma das ações criminosas que a gente quer denunciar, entre tantas atrocidades que tem acontecido com os trabalhadores e as trabalhadoras na região amazônica,” afirmou a Secretária-Geral da CUT Nacional, Carmen Foro, que também é agricultora familiar amazônida.

Segundo ela, o ato foi pensado devido a necessidade de expressar ao mundo uma outra versão dos fatos, diferente da informada pelo governo e pela mídia comercial que, para proteger anunciante, não ouve de fato quem está sofrendo os impactos de uma série de ataques do governo Bolsonaro e seu ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

Os brasileiros e as brasileiras, de acordo com Carmen, precisam saber que o problema da Amazônia não está só nas queimadas, pelo contrário, além das fatalidades que já acontecem por lá, ainda tem um governo pactuado com o capital nacional e internacional que age como uma fera indomável, pronta para destruir a região.

“A Amazônia já queima faz tempo, já assassina faz tempo, explora rios e contamina as águas faz tempo, mas a política de Bolsonaro e de seu ministro potencializa tudo isso”, afirma Carmen.

Como no caso da liberação do uso desenfreado do agrotóxico nas áreas produtivas, este governo faz a política que libera tudo, mas não fiscaliza nada na Região, nem a questão ambiental, nem a social e trabalhista- Carmen Foro

O secretário do Meio Ambiente da CUT, Daniel Gaio, concorda com Carmen e acrescenta que este ato, além da defesa da Amazônia, será muito importante para organizar o processo de resistência dos que são os mais afetados diretamente pelas políticas, ou falta de políticas, de Bolsonaro.

“A gente sabe que numa guerra entre o capital - representado pelo governo - e o trabalho são os trabalhadores, trabalhadoras rurais e sindicalistas que, além dos direitos, têm suas próprias vidas ameaçadas por estes conflitos. E nada melhor do que juntos e juntas para encarar esta batalha”, destaca Gaio.

Carmen complementa ressaltando que Bolsonaro coloca a floresta e os povos da Região numa situação de fragilidade. E ele não esconde e não nega que está ao lado daqueles que sempre exploraram, depredaram, expropriaram a Amazônia, sem nenhum respeito aos povos locais, diz a dirigente. Isso praticamente avaliza as ações de destruição da Amazônia e desrespeito aos povos locais praticadas pelo capital, denuncia.  

A população não sabe com quem contar porque é um governo que governa contra nós, dando armas aos fazendeiros e ao latifúndio para matar trabalhador, incendiar criminosamente a Amazônia, explorar o minério da região e escravizar trabalhadores e trabalhadoras em nome de um desenvolvimento que só exclui e aumenta a desigualdade- Carmen Foro

“A nossa saída é denunciar, resistir e lutar”, afirma a secretária-Geral da CUT.

Esta política de Bolsonaro, que de ambiental não tem nada, não destrói só a Amazônia, mas sim todos os biomas brasileiros, afirma secretário do Meio Ambiente da CUT, Daniel Gaio.

“A política do governo Bolsonaro de destruição do meio ambiente ataca todos os biomas brasileiros, mas a Amazônia se destaca neste sentido, pelo simbolismo que tem”.

Além do simbolismo, Daniel Gaio destaca outros itens que explicam os ataques a Amazônia, como a disputa por terras, os projetos de mineração, de hidrelétricas e outros que fazem parte da proposta equivocada de desenvolvimento dos que governam o país atualmente.

“Se não gritarmos daqui, nada sobreviverá porque estamos falando de biodiversidade, de 60% do território nacional, de genocídio dos indígenas, de lideranças sindicais e de trabalhadores rurais, da igreja e da maior floresta do planeta", conclui a Secretária-Geral da CUT, Carmen Foro.

Serviço:

Ato Nacional em Defesa do Meio Ambiente e dos povos da Amazônia

Quando: 17 de outubro

Horário: a partir das 8h

Local: no Ginásio Poliesportivo da Folha 16, no bairro Nova Marabá, no Pará


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