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22 de Agosto de 2018 às 14:06

Negociações específicas com o BRB caminham para impasse


Crédito: Reprodução

Brasília - O Sindicato de Brasília voltou a se reunir com o BRB, nesta terça-feira (21), para mais uma rodada de negociação para tratar das reivindicações dos bancários para a renovação do acordo coletivo em vigor. E o tom da reunião foi semelhante ao ocorrido nas rodadas anteriores: o banco insiste em propostas de retirada de direitos e mantém-se intransigência na negociação. 

O Sindicato cobrou respostas às reivindicações apresentadas na reunião da última sexta-feira (17): 

  • Pagamento da PLR referente ao primeiro semestre no dia 30 ou 31 de agosto, coincidindo com a publicação do balanço – o banco alega questões operacionais e afirma ser impossível realizar o pagamento nesta data;
  • Manutenção do Vale Cultura ou a incorporação do valor ao VP – o banco nega;
  • Pagamento de substituição da AG de operador de autoatendimento para os escriturários que operarem o cadastramento biométrico dos clientes – o banco nega e ainda afirma ser obrigação do escriturário;
  • Criação da função de supervisor de caixas e redução da taxa de juros do cheque especial – o banco diz que ainda está estudando. 

O Sindicato voltou a cobrar a manutenção da incorporação de AG e FG para os empregados que a exercerem por 10 anos ou mais, em caso de descomissionamento por decisão da diretoria, mas o banco reafirma a negativa quanto a essa reivindicação. 

“É o mesmo discurso, de retirar, retirar e retirar, pois o custo de pessoal tem de cair. Os negociadores chegaram ao absurdo de dizer na negociação que o BRB dá coisas demais, numa demonstração de desprezo pela história de como foram conquistados os direitos dos empregados hoje inscritos em nosso acordo. O banco não dá nada, os empregados é que conquistaram o que têm”, rebate Daniel de Oliveira, diretor do Sindicato. 

Banco de horas

Na negociação, o banco apresentou sua proposta de banco de horas. O Sindicato já apontou cláusulas com as quais não concorda:

  • Retirada dos 15 minutos para lanche da jornada de seis horas, estendendo-a assim para 6 horas e 15 minutos;
  • Impedimento de que os ocupantes de função de confiança requeiram hora extra, caso trabalhem mais de 8 horas;
  • Compensação de uma hora por uma hora, ao passo que em caso de pagamento de hora extra a CLT traz expressamente a obrigatoriedade de conversão de uma hora por uma hora e meia. 

Ainda sobre este debate, o banco disse que “concede” a extensão de intervalo intrajornada de 30 minutos para almoço ou lanche, tanto para quem faz 6 ou 8 horas, porém condicionado à negociação com o gestor e fora da jornada normal. 

“Com relação a esta proposta de estender o intervalo de 30 minutos a quem faz jornada de seis horas, na prática transformando-a em 6 horas e 30 minutos, é apresentada como sendo um grande negócio. Ou seja, estende a exploração por mais trinta minutos e crê que isto agradará aos empregados que hoje têm jornada de 6 horas. Parece brincadeira de mau gosto”, comenta o diretor da Federação Centro Norte (Fetec-CUT/CN) Ivan Amarante. 

Por fim, para coroar o festival de negativas e tentativa de retirada de direitos, o banco afirmou que, se um acordo não estiver concluído até 31 de agosto, não prorrogará em hipótese nenhuma o atual acordo. E afirmou peremptoriamente que está em risco a manutenção de benefícios como auxílio alimentação, creche, educação e outros. 

“É um acinte que, justamente com uma diretoria formada majoritariamente por empregados de carreira, o banco afirme que buscará a justiça mesmo sem esgotar as negociações. O BRB tem deixado claro que, ou os empregados aceitam o que está sendo proposto - importante frisar, a retirada de direitos - ou poderão ficar sem nada. Não nos resta outra alternativa senão brigar. O banco explicitou o desejo de agredir os empregados. Não podemos ficar parados, cabe a cada um a cota de luta para assegurar a manutenção e ampliação dos direitos”, finaliza Cida Sousa, diretora da Fetec-CUT/CN. 

Também participaram da negociação os empregados do banco e diretores do Sindicato Eustáquio Ribeiro e Ronaldo Lustosa. 

Nova rodada ficou agendada para esta quarta-feira (22), às 15h.

Fonte: Seeb Brasília


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