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8 de Março de 2018 às 20:01

Mulheres ocupam as ruas do País em defesa da democracia e na luta por igualdade de direitos

Milhares saíram às ruas neste dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, para marchar por liberdade, intensificar a luta contra o golpe e exigir o fim da violência


Manifestação em Brasília

Milhares de mulheres do campo e da cidade protagonizaram, nesta quinta-feira (8), atos e manifestações pelo Dia Internacional da Mulher em todas as regiões do Brasil

Elas saíram às ruas neste dia 8 de março para marchar por liberdade e intensificar a luta e a resistência contra o golpe de Estado que está desmontando as políticas públicas, em especial as relacionadas aos direitos das mulheres.

“Estamos nas ruas para garantir o Estado Democrático de Direito, para unir forças e derrotar os golpistas, que estão destruindo nossos direitos”, ressaltou a secretária nacional da Mulher Trabalhadora da CUT, Junéia Batista, que participou do ato na Av. Paulista, em São Paulo, onde estiveram reunidas milhares de trabalhadoras.

Segundo Junéia, a democracia é a questão principal que está em jogo no País neste momento. “Estamos na rua porque não queremos perder tudo o que conquistamos na Constituição Federal de 88 e nos governos democráticos e populares de Lula e Dilma”. 

As mulheres, que levaram para as ruas diversas pautas de reivindicações, entre elas o fim da violência doméstica e do feminicídio, exigiram respeito, dignidade e igualdade de tratamento. As reivindicações foram exibidas em todas as partes, estampadas nas faixas, camisetas e bandeiras empunhadas pelas mulheres, além das palavras de ordem, que exigiam o direito de andar nas ruas sem ser assediada ou estuprada.

“São mulheres nas ruas reivindicando e lutando pela não criminalização do aborto, pelo direito de não ser assediada nem estuprada, pelo direito a ter salário igual a um trabalho de igual valor ao do homem”, reivindicou a Junéia.

Confira como foi o dia de manifestações em todo País:

Logo cedo, às 5h30, o parque gráfico do jornal O Globo, na cidade do Rio de Janeiro, foi ocupado por cerca de 800 mulheres de diversos movimentos populares. Era preciso, segundo elas, denunciar mais uma vez a participação da emissora no golpe de 2016, que destituiu uma presidenta legitimamente eleita com 54 milhões de votos - Dilma Rousseff

Em referência à ocupação, foi iniciado um twittaço com a hastag #8McontraGLOBO por volta das 8h da manhã. Em menos de uma hora, o protesto virtual já era um dos assuntos mais comentados no Brasil. Às 9h20, o twittaço contra a Rede Globo chegou ao terceiro lugar entre os destaques nacionais da rede social.

Na mesma linha de denunciar a participação do setor empresarial no golpe de 2016, cerca de 800 manifestantes ocuparam uma fábrica ligada à Riachuelo, na região metropolitana de Natal, no Rio Grande do Norte.

Em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, as mulheres trabalhadoras do campo e da cidade marcharam pelas ruas centrais em defesa da democracia e da soberania nacional e fizeram um protesto simbólico contra o feminicídio. Em seguida, elas se deslocaram para o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) para protestar contra a criminalização dos movimentos populares, a seletividade da justiça brasileira e o auxílio-moradia dos juízes.

Em Belo horizonte, Minas Gerais, cerca de mil mulheres ocuparam, pela manhã, a sede do Tribunal da Justiça Federal. "Hoje julgamos e condenamos a justiça brasileira, por seu caráter elitista, antidemocrático e antinacional", diziam as mulheres que participaram do ato.

Em Aracaju, as mulheres realizaram uma intervenção na porta do poder Judiciário, denunciando a omissão da justiça em relação à violência contra as mulheres, a exemplo dos 15 casos de feminicídio que ocorreram no estado de Sergipe entre 2016 a 2018.

Em Porto Velho, capital de Rondônia, cerca de 500 mulheres bloquearam o acesso aos portos de gás e gasolina. Mulheres ligadas aos movimentos sociais e sindical, à Frente Brasil Popular e Levante Popular da Juventude ocuparam o pátio do Centro Político Administrativo (CPA) da cidade, na região do Rio Pacaás.

Na Bahia, as trabalhadoras sem-terra ocuparam a fazenda da Frutmag, do Grupo Magnesita, em Santo Sé, que em 2013 demitiu 1.800 trabalhadoras e trabalhadores. Na cidade de Boa Vista do Tupim, na região da Chapada Diamantina, as trabalhadoras ocuparam a prefeitura em defesa da democracia e pela retomada da Reforma Agrária no país. Em 2017, nenhuma família foi assentada no Brasil, o pior resultado desde que o Incra passou a fazer o levantamento em 1995.

Em Brasília, houve ocupação na sede do Incra. Cerca de 200 mulheres participaram da ação que denunciou, além do avanço do agronegócio, o aumento da escalada de violência contra a mulher.

No Piauí, mulheres sem-terra ocuparam a sede do Incra, em Teresina, para exigir soluções para os entraves no processo de Reforma Agrária. Teve também manifestação na Praça Rio Branco, onde as mulheres se concentraram e depois seguiram em caminhada pelas ruas do centro da capital.

IROBERTO PARIZOTTI

Em Fortaleza, no Ceará, 10 mil mulheres se concentraram na Praça da Bandeira e depois saíram em caminhada pelas ruas da capital contra o golpe, pelo fim da violência e em defesa da democracia.

Em Belém, no Pará, cerca de 400 camponesas marcharam pelas ruas da capital e escracharam a multinacional Hydro na Amazônia, a maior responsável pelo crime ambiental no município de Barcarena.

No Mato Grosso, as camponesas do MST ocuparam a fazenda Entre Rios, no município de Jacira, a 150 km de Cuiabá. A fazenda, que está penhorada no Banco do Brasil por empréstimos vencidos e também com dívidas na Receita por não pagar os impostos, foi o local escolhido pelas mulheres para a mobilização deste 8 de março.

Em Pernambuco, o Fórum de Mulheres do Araripe realizou um ato público contra o fechamento das escolas do campo.

Já na capital Maranhense, São Luís, outro grupo de mulheres ligadas ao MST protestou em frente à Assembleia Legislativa, e denunciou a violência no campo. Em 2017, foram 65 pessoas assassinadas em conflitos no campo, com registro de quatro chacinas durante o ano – Colniza/MT, Vilhena/RO, Pau D’Arco/PA e Lençóis/BA.


Fonte: CUT Nacional


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