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13 de Março de 2018 às 08:35

Mulheres nas ruas e na luta por mais direitos, respeito e igualdade


Crédito: SEEB/PA

Belém PA - Estudantes, donas de casa, desempregadas, várias profissões e histórias, mas o mesmo desejo por mais respeito, direitos e igualdade levou mais de 2000 mulheres a marcharem pelas ruas de Belém para mostrarem à população o real significado do 8 de março que não está em flores, homenagens e presentes.

“A data surgiu de uma iniciativa das próprias mulheres reunidas em uma conferência internacional de mulheres socialistas para discutir as demandas e reivindicações delas na época, que se diga de passagem, algumas persistem até hoje. Já conquistamos muito ao longo da história, fruto da luta de nossas antecessoras que nos deixaram esse legado. Estamos aqui contra esse governo que aprova ‘reformas’ que retiram direitos e precarizam ainda mais a presença das mulheres no mercado de trabalho”, explica a vice-presidenta do Sindicato e bancária da Caixa, Tatiana Oliveira.

A ‘reforma’ trabalhista, em vigor desde novembro do ano passado, criou diversas formas de flexibilização da jornada de trabalho, entre elas uma modalidade de contrato chamada de ‘intermitente’, em que não há jornada fixa. O pagamento é feito ao fim de cada período de prestação de serviços de acordo com o tempo trabalhado.

“É preciso lutar pelos nossos direitos, temos que nos mobilizar para denunciar casos de abuso, violência, assédio e diferença salarial, além de outra esfera, como na proposta da ‘reforma’ trabalhista e da previdência. Esse dia de manifestação é muito significativo, pois precisamos fazer reflexões com a sociedade e trazer à tona as discussões que estão em pauta no Congresso, como o feminicídio”, afirma a dirigente sindical e bancária do Banco da Amazônia, Suzana Gaia.

Ivaneide Silva, estudante universitária e militante da Frente Feminista, se juntou as milhares de mulheres e se mostrou preocupada com o que a espera nesse novo mercado de trabalho ‘reformado’. Mas enquanto o dia de ter uma carteira assinada não chega, ela tenta se qualificar e conciliar os estudos com as aulas de reforço para ajudar com as despesas na universidade. “Eu espero que essa minha lida e a conclusão de um curso de nível superior possa ser um incentivo para as outras mulheres de minha família”, diz confiante.

E por falar em educação, no Brasil, elas puderam se matricular em estabelecimentos de ensino a partir do ano de 1827. O direito a cursar uma faculdade só foi adquirido 52 anos depois, em 1879, com um decreto imperial. E no ano de 1887 o país formou a sua primeira médica.

A primeira mulher do país e a segunda latino-americana a obter diploma foi Rita Lobato. O trabalho de conclusão de curso abordou a operação cesariana, um tema controverso e centrado também na feminidade.

Apesar da possibilidade, que antes era exclusiva dos homens, hoje em dia, as mulheres são maioria em universidades e curso de qualificação, mas ainda há distinção entre elas. Segundo o IBGE, há grande desigualdade entre as próprias mulheres quando o assunto é educação, por causa da cor ou raça. A pesquisa revelou que 23,5% das mulheres brancas têm ensino superior completo, um percentual 2,3 vezes maior que o de mulheres pretas ou pardas (10,4%) que concluíram esse nível de ensino.

 

Fonte: Bancários PA, Rank Brasil Recordes Brasileiros e IBGE


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