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17 de Abril de 2018 às 10:21

MST ocupa afiliada da Globo na Bahia e em Cuiabá, fazenda de Oscar Maroni em SP e faz atos pelo Brasil


Crédito: Divulgação/MST
Integrantes do MST realizaram ação em afiliada da Globo na Bahia

Como parte da Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realiza nesta terça-feira (17) uma série de atos pelo Brasil. Em Salvador (BA), dezenas de integrantes do movimento ocuparam a sede da Rede Bahia, afiliada local da Globo. Junto com a CUT, o MST também fez protesto contra a afiliada da Rede Globo em Cuiabá. Em Araçatuba, interior de SP, outro grupo de manifestantes ocupou a fazenda pertencente ao empresário Oscar Maroni, dono da boate paulistas Bahamas. No interior do RS, foram realizados uma série de atos para cobrar soluções para estiagem que atinge ao menos 24 municípios na metade Sul do Estado.

Ato em frente a TV Centro América - Globo MT

As ações tem como objetivo marcar os 22 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, completados nesta terça, denunciar o abandono da reforma agrária pelo governo federal, a arbitrariedade da prisão do ex-presidente Lula e cobrar agilidade nas investigações do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes.


MST realizou ocupação na fazenda de Oscar Maroni | Foto: Divulgação/MST

Atos no RS

No RS, o MST realizou manifestações e bloqueios de rodovias em diversas cidades. Na metade sul do Estado, foram realizados atos em Candiota e Canguçu. Mas também foram realizadas ações em Sarandi, Ronda Alta, Rondinha e Pontão, na região norte do Estado. Conforme a Via Campesina, mais de 2 mil pessoas estavam envolvidas apenas no ato de Canguçu. Os camponeses denunciam a falta de comprometimento do poder público com os pequenos agricultores e os assentados em relação à seca e pressionam o governo do Estado a apresentar soluções para o problema.

Segundo o dirigente nacional do MST Ildo Pereira, a produção de leite teve cerca de 70% de perda e muitas famílias desistiram da atividade. O cultivo de hortifrutigranjeiros também registrou prejuízos, e a falta de chuva por mais de três meses deixou seco 90% dos açudes pequenos. “A chuva retornou nos últimos dias, mas não em volume suficiente para recuperar as perdas, pois não conseguimos armazenar água para o consumo humano e para os animais”, relata.

Pereira acrescenta que algumas famílias já perderam animais em função da seca e que esta é a pior já registrada nos últimos 30 anos na região. Segundo ele, entre os municípios mais atingidos estão Hulha Negra, Aceguá, Candiota e Pedras Altas. Ao todo, 24 cidades já decretaram situação de emergência.

De acordo com Pereira, mesmo após inúmeras audiências para tratar sobre a pauta em Porto Alegre e em Brasília, com as casas civis do governador José Ivo Sartori e do presidente Michel Temer, a grande maioria das famílias atingidas pela estiagem ainda continua desassistida.

A respeito da reforma agrária, o MST reivindica o assentamento de mais de 2 mil famílias que estão acampadas no RS. Segundo o movimento, mais de 100 mil famílias estão acampadas em beiras de estradas e sob lonas no Brasil. No RS, o último assentamento criado foi em 2015, pelo governo Federal, no município de Esmeralda, na região Campos de Cima da Serra. Porém, ele ainda não foi reconhecido pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).


Cerca de 150 pessoas trancam a BR 293 em Candiota | Foto: Divulgação/MST

Ato em Candiota pede soluções para a estiagem e a liberdade de Lula | Foto: Divulgação/MSTCentenas de pequenos agricultores participam de marcha em Canguçu | Foto: Divulgação/MST
Ações em Candiota começaram ainda de madrugada | Foto: Divulgação/MST

 

Fetec-CUT/CN, com Sul21


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