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29 de Julho de 2017 às 11:50

Movimento sindical precisa resistir e lutar contra a volta da barbárie

Essa foi a síntese da mesa sobre análise de conjuntura neste sábado 20, no segundo dia da 19ª Conferência Nacional dos Bancários, que está sendo realizada em São Paulo. Fetec-CUT/CN participa com 67 delegados


O avanço do neoliberalismo em todo o mundo, inclusive no Brasil, com as políticas que estão sendo implementadas pelos golpistas e rentistas, trará de volta a barbárie e levará a explosões sociais sem controle com desdobramentos imprevisíveis. O movimento sindical precisa resistir e lutar nesse cenário extremamente adverso, conscientizando e organizando a classe trabalhadora para o enfrentamento.

Essas foram, em síntese, as avaliações feitas pelos debatedores que participaram da mesa de análise de conjuntura representando as centrais sindicais, neste sábado 29, no segundo dia da 19ª Conferência Nacional dos Bancários que está sendo realizada em São Paulo, no Hotel Holliday Inn.  

Secretário de Política Econômica e Desenvolvimento Sustentável da Confederação Sindical dos Trabalhadores das Américas (CSA), Rafael Freire Neto abriu a série de exposição avaliando que se espraia pelo planeta a “terceira onda neoliberal, que vem atacando valores construídos pós-Segunda Guerra Mundial, com ataques à democracia e ataque brutal aos direitos dos trabalhadores e do povo e às liberdades democráticas”.

Para ele, não será possível uma saída apenas nacional para essa crise: “Precisamos ter capacidade de dar uma resposta regional, envolvendo toda a América Latina”.

Frente ampla

Augusto Vasconcelos de Oliveira, presidente do Sindicato da Bahia e representante da CTB, disse que as contrarreformas do governo golpista provocaram um “cenário devastador” no Brasil, “com destruição dos direitos dos trabalhadores, desindustrialização e o crime de lesa-pátria que foi a imposição do teto de investimentos em programas sociais, porque vai punir até os brasileiros que ainda não nasceram”.

Na visão dele, “estamos travando uma disputa em um cenário adverso que não escolhemos. Temos que criar uma frente ampla no Brasil, que vá além da esquerda e seja do tamanho do país, o que significa trazer pra nosso lado até setores golpistas que estão descontentes com os rumos do país. Temos que isolar os rentistas. O inimigo é poderoso, mas não é imbatível”.

Edson Carneiro, em nome da Intersindical, discordou da tese de frente nacional ampla com uma “aliança por cima”. Em sua opinião, o golpe mostrou que “não há como o capital fazer concessões ao andar de baixo. Precisamos mobilizar a classe trabalhadora e construir uma nova correlação de forças para enfrentar o rentismo, sem aliança por cima”.

“Apesar de erros cometidos, é necessário construir a unidade das centrais e da classe trabalhadora. Temos de sair daqui com um plano de lutas para impedir avanço do trabalho precário na categoria e no país. E finalmente precisamos construir uma candidatura popular e exigir eleições diretas pra presidente”, concluiu Edson Carneiro.

‘Caminhamos para a barbárie’

O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, também defendeu a articulação de uma “aliança mais ampla, inclusive com setores dos industriais”, para derrotar os golpistas e sua agenda neoliberal, que inclui a venda da soberania nacional. Na sua visão, há “um campo fértil” para a formação dessa frente, aglutinando até setores golpistas que estão descontentes por seus interesses contrariados.

Ele avalia que a reforma trabalhista não visa apenas “acabar com os sindicatos, mas também com a justiça do trabalho”.

Vagner previu um quadro sombrio se as políticas neoliberais não forem interrompidas: “Estamos caminhando para a barbárie. O mundo não suporta a grande quantidade de miseráveis que o neoliberalismo está criando. Haverá saques, fábricas, bancos, haverá convulsão social”.

No movimento sindical, em sua avaliação, “se os sindicatos forem enfraquecidos o crime organizado vai tomar conta de setores importantes do sindicalismo. E aí os empresários pagarão um preço mais caro do que imaginavam”.

Referendo sobre reforma

Após as exposições do dirigente da CSA e dos representantes das centrais sindicais com representação da categoria bancária, foi aberto espaço de debate com apresentação das visões das diversas correntes políticas presentes à 19ª Conferência Nacional dos Bancários.  

Houve defesas e críticas à proposta de frente ampla nacional e consenso quanto à necessidade de unidade e de mobilização da categoria e da classe trabalhadora para resistir aos ataques contra os direitos trabalhistas e a soberania nacional.

Proposta diferente foi apresentada por Ademir Wierwerker, diretor do Sindicato de Porto Alegre e da CUT Rio Grande do Sul: realizar uma grande mobilização nacional, com o recolhimento de milhões de assinaturas para entregar ao Congresso Nacional e ao STF, para reivindicar a convocação der um referendo nacional da reforma trabalhista.


Fetec-CUT, com Seeb Brasília


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