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8 de Fevereiro de 2018 às 07:09

Motoristas de São Paulo e metalúrgicos do ABC aprovam greve dia 19 contra reforma da Previdência de Temer

Mobilização dos trabalhadores pretende impedir votação que o presidente da Câmara dos Deputados pretende pautar no dia 20


Em assembleias realizadas nesta quarta-feira 7, os metalúrgicos do ABC paulista e os motoristas de ônibus de São Paulo aprovaram a deflagração de greve no dia 19 de fevereiro contra a reforma da Previdência, que o governo pretende colocar em votação no Congresso entre 20 e 28 deste mês diante da crescente pressão do grande capital nacional e internacional pela sua aprovação.

A assembleia dos motoristas, que reuniu mais de 4 mil trabalhadores, foi realizada na quadra dos bancários, no centro de São Paulo. Os metalúrgicos se reuniram na frente ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, em assembleia da qual participaram também representantes de várias outras categorias regionais e estadual, parlamentares municipais, estaduais e federais, movimentos sociais e populares.

“Dia 19 é greve nacional no Brasil inteiro contra a reforma da Previdência”, disse Vagner Freitas, presidente da CUT, na assembleia dos motoristas. “Não sei se eles vão votar no dia 19, 20 ou 21. Mas não vamos ficar correndo atrás do calendário deles. Vamos parar todos os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil. Não só o transporte. Vamos parar servidores públicos, professores, metalúrgicos, todos.”

A afirmação feita pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de que colocará a reforma da Previdência em votação no dia 20 “para garantir a mobilização para que possa encerrar esse assunto no dia 20, dia 21, 22 ou, no limite, dia 28” contribuiu para reforçar a decisão de greve nacional. A data ainda não foi definida porque o governo não tem os 308 votos necessários para aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287 da reforma da Previdência, mas Maia acha que o Brasil precisa da reforma que restringe o acesso à aposentadoria de milhões de brasileiros.

A assembleia dos motoristas de São Paulo contou com a participação de sindicalistas de outras cidades da Região Metropolitana. "Essa reforma da Previdência quer acabar de vez com nossos direitos. E esse Sindicato jamais vai fugir da luta", afirmou o presidente do SindMotoristas, Valdevan Noventa, que conclamou a categoria para uma nova plenária no dia 16 para organizar a participação na greve do dia 19.

Barrar reformas nas ruas

Em São Bernardo, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, lembrou a importância das mobilizações e greves que a classe trabalhadora vem fazendo para barrar a votação.

"A greve acontecerá já que o governo ilegítimo insiste em aprovar essa reforma, que, na verdade, é uma deforma. Uma proposta rejeitada pela maioria dos trabalhadores. Temos que mostrar nas ruas a nossa contrariedade. Daqui até o dia 19 construiremos a forma com as paralisações irão acontecer", disse Santana.

“É greve dia 19! Se a gente não fizer luta em cada canto desse pais eles vão aprovar a reforma da previdência, que não só acaba com a aposentadoria, mas também desampara os trabalhadores e trabalhadoras nos casos de acidente de trabalho”, destacou o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre.

Ele também informou o resultado da reunião que a CUT e demais centrais tiveram com o deputado Rodrigo Maia nesta quarta 7 para pedir a retirada da proposta da reforma da Previdência da pauta do Congresso Nacional e alertou. “O recado do governo foi bem claro: quando tiverem os 308 votos necessários para aprovar a proposta da ‘deforma' da Previdência vai ser votada e aprovada. Estão ameaçando tirar recursos federais de prefeitos, governadores e vereadores caso não pressionem os deputados para aprovar a reforma”, denunciou.

Governo mexe novamente no texto para forçar a aprovação

No desespero para votar a reforma da Previdência, o relator da proposta, deputado Artur Oliveira Maia (PPS-BA), foi curto e grosso ao apresentar aos jornalistas, nesta quarta-feira 7, as mudanças de alguns itens no texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287, que restringe o acesso à aposentadoria.

Segundo ele, três trechos serão modificados, referentes a trabalhadores rurais, dependentes de policiais mortos em serviço e pessoas contempladas com o Benefício de Prestação Continuada (BCP). Mas o parlamentar deixou claro que outras alterações não estão descartadas e poderão ser feitas durante discussão e possível votação a matéria no plenário da Câmara, “contanto que o recuo do governo resulte em votos favoráveis para a aprovação da proposta”.

Fetec-CUT/CN, com CUT Nacional

 


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