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18 de Janeiro de 2016 às 10:36

Manutenção da Caixa 100% pública depende da rejeição do PLS 555/2015

O combate ao projeto será uma das prioridades do movimento sindical e associativo este ano. Presidente da Fenae reforça que o retorno da lógica do Estado Mínimo, com a privatização do patrimônio público, não interessa aos brasileiros


Crédito: FENAE
Brasília - No ano em que a Caixa completa 155 anos como empresa pública e comemora os resultados alcançados como fomentadora de investimentos sociais, em especial nos últimos anos, uma ameaça está à espreita: a possibilidade de aprovação do PLS 555/2015. O Estatuto das Estatais, na verdade, poderia se chamar o Estatuto da Desestatização, pois determina que as empresas públicas serão constituídas sob a forma de S.A. (Sociedade Anônima). Na prática, ele permite a participação do capital privado em empresas como Caixa, BNDES e Correios.

A proposta foi apresentada como parte da Agenda Brasil proposta pelo Senado. É um substitutivo ao PL 167/2015, do senador Tasso Jereissati (PSDB), e uma referência ao PLS 343/2015, do também senador Aécio Neves (PSDB). A formulação do projeto é coerente com a tradição privatista combatida pelo movimento dos trabalhadores na década de 1990, quando ocorreu a maior onda de privatizações no país.

O presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, lembra que a proposta só não foi votada no ano passado devido à pressão feita pela categoria. “Temos que reforçar a mobilização em 2015. Essa lógica do Estado Mínimo, que coloca a privatização do patrimônio dos brasileiros como solução falta e ilusória, não interessa ao povo. O papel social da Caixa, que tem beneficiado milhões de pessoas nos últimos anos, está seriamente ameaçado pelo PLS 555. Não vamos permitir esse retrocesso”, avalia.

O motor propulsor que embala o projeto, segundo Maria Rita Serrano, representante suplente dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, é a mídia. “O discurso da imprensa, a imagem vendida por eles, é que a privatização pode moralizar a gestão. Amparado nisso, o Senado aprovou o pedido de urgência na tramitação desse projeto absurdo” afirma. Caso seja aprovado, o PLS 555/2015 estabelece o mesmo estatuto para empresas públicas municipais, estaduais e federais, independentemente do porte. “Não há como estabelecer um modelo padrão para todas elas”, acrescenta Maria Rita Serrano.

 

Seminário em Brasília

No dia 27 de janeiro, em Brasília (DF), um seminário vai debater o PLS 555 e suas ameaças às empresas públicas brasileiras. Organizado pelo Comitê em Defesa das Estatais, do qual a Fenae faz parte, o evento é aberto e contará com a presença de representantes de centrais sindicais, entidades do movimento sindical e associativo, movimentos sociais, parlamentares e representantes de trabalhadores nos Conselhos de Administração.

Fonte: Fenae Net

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