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6 de Abril de 2018 às 10:14

Lula diz que não vai se entregar em Curitiba. Ministro do STJ nega HC contra a prisão

Ex-presidente está reunido com dirigentes políticos e de movimentos sociais e sindical no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, tomado por milhares de simpatizantes


Crédito: RICARDO STUCKERT
Lula na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC

(Última atualização: 16h48)

O ex-presidente  Lula disse nesta sexta-feira 6 de manhã ao jornalista Ricardo Kotscho, seu ex-assessor de imprensa no primeiro mandato presidencial de 2003 a 2006, que não vai seentregar à Polícia Federal em Curitiba. A matéria foi publicada pela Folha de São Paulo.

Lula está desde ontem à noite na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, que se transformou novamente numa trincheira de resistência como na repressão às históricas greves dos anos 1980 que projetaram o líder metalúrgico para a arena política nacional.

Dirigentes políticos e milhares de pessoas se aglomeram dentro e fora da sede do Sindicato, atendendo convocação da CUT e movimentos sociais como Frente Brasil Popular e Frente Povo sem Medo.

"Em rápida conversa telefónica, o 'petista' disse que estava tranquilo, bem disposto, e que já tinha feito seus exercícios matinais como faz todos os dias", escreveu a Folha de São Paulo, sem atribuir diretamente qualquer frase ao ex-presidente.

Caso Lula decida se entregar, ele o fará na Superintendência da PF em São Paulo, localizada na zona oeste da capital paulista. Não está descartada, no entanto, a possibilidade de o ex-presidente permanecer no sindicato, que é seu berço político, fazendo com que os policiais tenham de ir lá prendê-lo.

A posição de Lula foi manifestada horas depois de a defesa do ex-presidente ter anunciado que entrou com um novo pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal de Justiça (STJ) para tentar impedir a sua prisão imediata, como foi decretado por Sérgio Moro na quinta-feira. No meio da tarde, o ministro do STJ Félix Fischer negou o pedido de habeas corpus.

O argumento principal dos advogados de Lula é o de que ainda há recursos que podem ser apresentados ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) e que, por isso, a pena ainda não pode ser cumprida. Outro argumento é de que a decisão de Moro antecipou a publicação do acórdão do Supremo Tribunal Federal, que dava conta da derrota do primeiro pedido de habeas corpus, e que, por isso, é inválida.

"A expedição de mandado de prisão nesta data contraria decisão proferida pelo próprio TRF-4 no dia 24/01, que condicionou a providência - incompatível com a garantia da presunção da inocência - ao exaurimento dos recursos possíveis de serem apresentados para aquele Tribunal, o que ainda não ocorreu", diz a nota enviada pelos advogados de Lula, antes de entrar com o recurso.   

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Fetec-CUT/CN, com Folha de São Paulo, Reuters, RBA e Brasil247


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