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23 de Novembro de 2018 às 06:39

Indicação de Pedro Guimarães para a Caixa sinaliza intenção de privatização


Crédito: Reprodução

Brasília - Embora durante a campanha, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, tenha afirmado que não pretende privatizar a Caixa e o Banco do Brasil (BB), há indícios de que ele possa ter "mudado de ideia". Um deles é a escolha do especialista em privatizações Pedro Guimarães, feita pelo futuro ministro da Economia Paulo Guedes para o comando da Caixa. 

Falta somente a aprovação de Bolsonaro, uma vez que, pelo estatuto do banco, o nome terá de ser indicado pelo futuro presidente da República. Os executivos atuais não poderão ser trocados pelo presidente porque, pelas novas regras, precisam ser escolhidos pelo Conselho da instituição.

Na presidência da Caixa, Guimarães, que é doutor em Economia pela Universidade de Rockester (EUA), onde especializou-se em privatizações, deverá comandar a venda da área de cartões de crédito e de seguros. A ideia de Guedes, conforme matéria da Folha de S. Paulo, é delegar para a iniciativa privada negócios que não são fazem parte da “política pública” conduzida pelo banco.

Essa diretriz também será reproduzida no Banco do Brasil, que deverá vender seu braço de investimentos.

Desmantelamento da empresa pública

Para a diretora do Sindicato e empregada da Caixa Rafaella Gomes, “a escolha de Pedro Guimarães é uma comprovação de que será reforçado de imediato o processo de desmantelamento da empresa pública e diminuição de seu papel, o que já vem ocorrendo na Caixa”.

Ela acrescenta: “Esse processo é irresponsável e causará danos irreparáveis aos trabalhadores da Caixa e principalmente ao país. A privatização só vai favorecer o capital internacional, como vem sendo feito no caso da privatização das subsidiárias da Petrobras e Eletrobras”.

Privatização da Lotex

Prova de que esse processo já foi deflagrado é o leilão da Lotex, marcado para o dia 29 de novembro. Sem contar que no edital, a Caixa está proibida de participar do leilão, mesmo em consórcio com outras empresas, e o texto prevê ainda que só 16% do arrecadado irá para a área social (educação, esporte, cultura, saúde e Previdência), ao contrário dos 40% previstos hoje. Dirigentes sindicais acreditam que o objetivo é privatizar primeiro a Lotex e depois o conjunto das loterias.

Mariluce Fernandes
Do Seeb Brasília


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