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18 de Outubro de 2018 às 16:04

Haddad diz que Bolsonaro pediu ‘de viva voz’ doações ilegais para whatsApp


Valor Econômico
Malu Delgado e Leila Souza Lima 

O PT analisa nesta quinta-feira uma série de medidas judiciais que serão tomadas para apurar o que a campanha de Fernando Haddad à Presidência aponta como crimes de organização criminosa, caixa dois, calúnia e difamação, lavagem de dinheiro da candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) para financiar a propagação de mensagens de WhatsApp com doações empresariais ilegais e ilícitas.

Reportagem da "Folha de S.Paulo" publicada nesta quinta mostra o envolvimento de empresas na compra de pacotes de disparos em massa de mensagens contra o PT no WhatsApp, com contratos que podem chegar a R$ 12 milhões. A prática é ilegal.

Fernando Haddad afirmou no início desta tarde que o PT já tem um levantamento "de vários empresários que participaram" do suposto esquema, e que o partido exigirá que tais testemunhas sejam ouvidas em investigações conduzidas pela Polícia Federal.

"Ele [Bolsonaro] deixou rastro e nós vamos atrás do rastro para saber todo mundo que botou dinheiro sujo numa campanha de difamação", afirmou Haddad, nesta quinta-feira.

O candidato disse ainda que podem ser pedidas prisões em flagrante ou preventivas. O partido também formulou uma denúncia na Organização de Estados Americanos (OEA) de fraude internacional.

"Já sabemos vários que participaram. E estão vindo à tona os nomes, que nos vamos evidentemente preservar, mas pedir investigação junto à Polícia Federal."

O petista afirmou ainda que Bolsonaro deixou rastros e o PT não medirá esforços para assegurar as apurações. "Vamos levar ao conhecimento da Justiça todos os indícios. Alguns que estão chegando agora que ele, de viva voz, pediu o apoio de WhatsApp, ou seja, que ele próprio, em jantares com empresários, fez o pedido para que a doação fosse feita desta maneira, de forma ilegal", disse Haddad.

Uma frente jurídica suprapartidária auxilia o candidato do PT a formular uma série de pedidos de abertura de investigação de crimes cometidos pela campanha de Jair Bolsonaro, em várias frentes. Os maiores criminalistas do Brasil estão envolvidos das discussões e se colocaram à disposição para colaborar.

O partido não descarta o pedido de impugnação da candidatura de Bolsonaro, o que, se atendido, levaria a um cenário em que o terceiro colocado, Ciro Gomes (PDT), disputaria o segundo turno com Haddad. Reservadamente, no entanto, integrantes da equipe jurídica consideram a hipótese de impugnação ainda remota.

Haddad afirmou que "houve montagem de uma organização criminosa de empresários que, via caixa dois, promoveram essa campanha de difamação tentando fraudar a eleição no primeiro turno, acabar com a eleição no primeiro turno".

"Em qualquer lugar do mundo isso seria um escândalo de proporções avassaladoras, e poderia se dar até a impugnação da candidatura com a chamada do terceiro colocado para disputar o segundo turno. Vamos levar ao conhecimento da Justiça todos os indícios", enfatizou.

O candidato do PT disse, ainda, que, independentemente das questões eleitorais, vai buscar, pessoalmente, a reparação das calúnias e ofensas promovidas por Bolsonaro contra ele. "No que me diz respeito, a luta por minha dignidade extrapola 28 de outubro. Vou buscar reparação dos ataques que ele me fez, via internet. Ele patrocinou [difamação da honra] com dinheiro sujo."

Ciro Gomes

Haddad disse que, em virtude das denúncias, o segundo turno deve se dar entre ele e Ciro Gomes (PDT), terceiro colocado no primeiro turno. 

Para Haddad, cabem todas as ações judiciais, inclusive prisões preventivas. "O correto é o segundo turno se dar entre Ciro e eu. Ele (Bolsonaro) tentou fraudar eleição. Felizmente não deu primeiro turno."

"O importante agora é prender os empresários que, com caixa 2, financiaram o Bolsonaro numa campanha de difamação. Se prender um empresário desse vai ter delação premiada. Basta prender um que vai ter delação, e vão entregar a quadrilha toda. Estamos falando de 20 a 30 empresários envolvidos nesse esquema", disse Haddad, na chegada a evento organizado por entidades em defesa dos animais, em São Paulo. Segundo ele, basta isso para em menos se dez dias aparecer uma lista. "Ele já foi condenado pela Justiça federal a retirar um vídeo dizendo mentiras sobre mim. Ele é condenado diariamente. E agora a gente sabe que ele está fazendo isso com dinheiro sujo. É o suficiente pra mandar prender."

 


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