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16 de Setembro de 2019 às 08:30

Há 10 meses na promessa de rever equacionamento, Funcef divulga resultados do semestre

Participantes continuam sem definição sobre a revisão do valor pago mensalmente, mesmo a Funcef tendo autorização legal para fazer isso


Brasília - Há 10 meses, a Funcef informou que estava realizando estudos internos e que logo se pronunciaria sobre a possibilidade de revisão do equacionamento, a partir da então recém-editada resolução 30, do Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC). Quase um ano depois, a fundação ainda não concluiu os estudos e não dá qualquer previsão.

A regulamentação permite que os planos de equacionamento sejam revistos e tenham seus prazos ampliados, de modo que se possa diluir o impacto das contribuições extraordinárias.

Os participantes esperavam novidades quanto à revisão dos planos de equacionamento do Reg/Replan Saldado e Não Saldado ontem à noite, quando a Funcef divulgou os resultados do semestre, mas nada aconteceu. O diretor de Benefícios da Funcef, Délvio de Brito, afirmou não ter tido tempo suficiente para realizar todo o processo e desfiou um longo rosário de desculpas para justificar a morosidade.

Para tentar resolver o problema, a Federação Nacional das Associações de Pessoal da Caixa Fenae) já foi à Previc tratar do tema. A Fenae também solicitou reuniões e promoveu um abaixo-assinado, para pressionar a diretoria da Funcef.  Mas, ao que parece, a entidade não consegue entender a urgência dessa situação ou não se sensibiliza com a situação do participante.  

“A cada apresentação de resultado, cria-se uma expectativa nos participantes que já estão angustiados com a cobrança de parcela de equacionamento sobre décimo terceiro. Novembro está aí e a Funcef não se manifesta”, lamenta a diretora de Saúde e Previdência da Fenae, Fabiana Matheus.

RESULTADOS

Sem a revisão do equacionamento, a perspectiva futura dos participantes do Saldado não é boa. O deficit acumulado dos planos de benefícios, isto é, o que falta para integralizar a reserva necessária para honrar todos os benefícios, cresceu R$ 806 milhões no acumulado do ano e chegou a R$ 6 bilhões. Isto é, os participantes correm risco de ficarem sem a extensão do prazo dos equacionamentos e ainda ter de pagar mais um.

Os mais atingidos são os participantes da modalidade Reg/Replan Saldado. Com grande maioria dos participantes já em fase de receber benefícios, o Saldado alcançou rentabilidade de 3,82%, quando a meta era de 4,73%.

Amargando três planos de equacionamento, referentes aos resultados de 2014, 2015 e 2016, e com cerca de 20% de sua renda mensal empenhada para o pagamento das contribuições extraordinárias, os aposentados temem um quarto plano de equalização, enquanto a Funcef não define se vai mudar sua política de investimentos e diversificar mais sua carteira, saindo da renda fixa, que no atual cenário não vai permitir que os planos saiam do vermelho.

 

Com tantos resultados negativos, os dirigentes da Funcef já assumiram que a política de investimentos voltada para a renda fixa poderia dar um resultado positivo no curto prazo, mas a “maquiagem” não ia durar para sempre. Depois de tanto demonizar a renda variável e os Fip´s, os dirigentes agora assumem o óbvio, que só diversificando os investimentos e correndo mais riscos será possível sair da situação em que a fundação se encontra.

A tarefa da Funcef não será fácil. Outra angústia diz respeito à cobrança de parcela de equacionamento sobre décimo terceiro, que será pago em novembro. Até o momento, a Funcef não emitiu nenhuma declaração e, ao que tudo indica, vai sobrar para os trabalhadores de novo.

Fonte: Fenae


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