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8 de Setembro de 2019 às 08:01

Grito dos Excluídos tem protestos contra os retrocessos de Bolsonaro em todo o Brasil

Na região Centro-Norte, houve manifestações em pelo menos 37 cidades. A maioria dos manifestantes vestiu peça de roupa preta denunciar a retirada de direitos


Na manhã deste sábado (7) milhares de manifestantes saíram às ruas em todos os estados para participar do 25º Grito dos Excluídos, manifestação realizada anualmente por movimentos populares no Dia da Independência do Brasil. Neste ano, o lema que norteia os protestos é “Este sistema não vale, lutamos por justiça, direitos e liberdade”, denunciando os crimes socioambientais e os ataques aos direitos dos trabalhadores promovidos desde a derrubada da presidenta eleita Dilma Roussef em 2016.

Na região Centro-Norte, houve manifestações em pelo menos 37 cidades. Em Brasília, os manifestantes saíram às ruas vestidos de preto para denunciar a desigualdade social e uma conjuntura de retirada de direitos e extinção de políticas públicas. A cor escolhida para estampar as camisetas de quem protestava, além de ser um contraponto ao chamado do presidente Jair Bolsonaro, que pediu que o povo fosse às ruas de verde e amarelo no Dia da Independência, também representou o luto da sociedade diante das políticas antipovo do ultraliberal.

A mesma compreensão foi compartilhada pela deputada federal Erika Kokay (PT-DF) que, em seu discurso no carro de som, afirmou que essa harmonia deve ser constante.

“O nosso verde e amarelo não pode ser o verde e amarelo que vai ser pisoteado pelos interesses estadunidenses. O nosso verde e amarelo está na pele, no corpo e no coração para dizer que o nosso compromisso é com a soberania nacional. E nossa soberania não será construída se não houver valorização das nossas estatais”, disse.


Manifestação em Dourados (MS)

Em São Paulo, a concentração aconteceu pela manhã na Avenida Paulista. Boa parte dos manifestantes vestiu preto, em protesto contra o governo, e entre suas bandeiras destacavam-se a luta por direitos e em defesa da educação e da Amazônia. Vestidos de preto, estudantes gritavam “cara pintada voltou”, fazendo referências aos protestos pelo impeachment do então presidente Fernando Collor, em 1992. 


Os "caras pintadas" na avenida Paulista

Estudantes também se destacaram na concentração em frente à Torre da TV em Brasília. Nicolas Nascimento, de 20 anos, participou pela 1ª vez do ato. “Este 7 de setembro é um marco pra eles, que defendem tanto a bandeira do Brasil, mas na verdade só querem entregar as riquezas nacionais”, disse, em entrevista ao Brasil de Fato. A deputada federal Erica Kokay (PT-DF) também esteve presente na manifestação e discursou no ato. “Não há soberania nacional e independência verdadeira com Bolsonaro na presidência da República”, disse.

Houve manifestações no interior de São Paulo, em cidades como Campinas e Aparecida. Em Mogi das Cruzes, o ato teve início por volta das 8h50, com discurso do bispo Dom Pedro Luiz Stringhini e às 9h30 foi realizada uma passeata até o Largo do Rosário, na região central.

Na cidade de Fortaleza, manifestantes seguiram da Escola Municipal Frei Tito para a Praça Dom Hélder Câmara, lembrando a tragédia ocorrida em Brumadinho e com palavras de ordem contra os cortes de verbas na educação e pela defesa da região amazônica. Já em Belém o ato teve concentração no Mercado de São Brás, com saída às 10h em caminhada em direção à avenida Presidente Vargas, onde ocorreu o desfile militar. Segundo a organização, 5 mil pessoas participaram do ato na capital paraense.

A primeira edição do Gritos dos Excluídos foi realizada em 7 de setembro de 1995 em 170 do país, uma iniciativa das pastorais sociais da igreja católica. O tema principal se relacionava com o da Campanha da Fraternidade – “Eras Tu, Senhor”, voltado aos esquecidos da sociedade. Também estão programados atos para o período da tarde deste sábado.

O Grito

O Grito dos Excluídos é um conjunto de manifestações que ocorre todos os anos, desde 1995, em diversos estados, no decorrer da semana da Independência do Brasil. Os manifestos, que compreendem atos públicos, marchas, seminários, debates e outros, têm o objetivo de dar visibilidade aos excluídos da sociedade, denunciando os dispositivos de exclusão e propondo formas alternativas para se alcançar um ambiente social mais inclusivo.


Fonte: Fetec-CUT/CN, com RBA e CUT Brasília


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