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11 de Maio de 2019 às 08:28

Greve da educação e greve geral ganham reforço dos movimentos sociais

Movimentos sociais aderem à greve da educação contra cortes de verbas e em defesa da aposentadoria no dia 15 de maio, e greve geral da classe trabalhadora no dia 14 de junho, pela aposentadoria e empregos


CUT Nacional

Faltando cinco dias para a greve nacional da educação contra o corte de verbas na educação e em defesa da aposentadoria, no dia 15 de maio, e um pouco mais de um mês para a greve geral da classe trabalhadora, no dia 14 de junho, pela aposentadoria e por empregos, os movimentos sociais mais representativos do país confirmaram presença nas mobilizações.

A decisão foi anunciada na reunião, realizada nesta sexta-feira (10) entre a CUT e demais centrais - CTB, Força Sindical, CGTB, CTB, Intersindical central e instrumento de Luta, CSB, Nova Central e UGT -, as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo - que reúnem mais de 90 entidades - e outros movimentos, como Frente Nacional dos Evangélicos pelo Estado de Direito, e partidos políticos como PT e PCdoB.

O Secretário-Geral da CUT, Sérgio Nobre, abriu a reunião falando sobre a importância da união das entidades sociais na construção da resistência contra a reforma da Previdência, por mais empregos decentes e a favor da educação pública e de qualidade para todos e todas.

“O corte do orçamento na educação, anunciado no fim do mês pelo governo do Bolsonaro, engrossou ainda mais a mobilização da classe trabalhadora para o dia 14 de junho contra a reforma da Previdência”, disse Sérgio, que completou: “as centrais estarão juntas com todo setor da educação no dia 15 de maio, em cada canto deste país, para resistir contra esse ataque à educação.”

“Entendemos que só juntos iremos barrar estes retrocessos contra o povo brasileiro”, disse o dirigente.

Os presidentes das outras centrais também anunciaram a participação nas duas datas de mobilização contra os ataques aos  direitos da classe trabalhadora feitos pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL).

ROBERTO PARIZOTTI

Roberto Parizotti (Sapão)

 A mobilização só cresce

A secretária-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE), Fátima Aparecida da Silva, disse que a greve da educação no dia 15 vai ser realizada em todas as regiões e envolvera toda rede de ensino particular e pública, federais, estaduais e municipais, e que, segundo ela, só vai fortalecer ainda mais o dia 14 de junho.

“O corte na educação atingiu todos e todas. As merendas e os transportes públicos de vários municípios, por exemplo, já foram atingidos e essa medida do Bolsonaro só ajudou unificar todos nós e iremos fazer uma grande mobilização no dia 15 de maio, que vai acumular forças para o dia 14 de junho”, afirmou Fátima.

JORDANA MERCADO

Jordana MercadoFátima da CNTE na reunião das centrais e movimentos sociais

O diretor da União Nacional dos Estudantes (UNE), Iago Campos disse que os estudantes em todo país estão fazendo assembleias nas escolas e institutos federais aprovando participação ativa nos dias 15 e 14.

“Quando o governo disse que as verbas da educação poderiam ser reavaliadas depois da aprovação da reforma da Previdência pautou ainda mais o movimento. O projeto de Bolsonaro para acabar com a aposentadoria do povo virou a pauta da juventude também e o dia 15 será fundamental para fazermos a greve geral da classe trabalhadora no dia 14 de junho”, disse Iago.

Cada movimento presente na reunião tem suas pautas específicas, como moradia, alimento saudável, educação, saúde, direitos das mulheres, dos negros, entre outros. Mas todos e todas serão fortemente impactados por essa reforma que, se aprovada, acaba com as aposentadorias por tempo de contribuição e especial de categorias como rurais e professores e torna obrigatória a idade mínima para se aposentar de 65 anos para os homens e 62 para as mulheres.

“Todos os polos do campo vão parar nos dias 14 de maio e 15 de junho para alertar a sociedade e este governo que o povo do campo também não quer está reforma, que ataca diretamente a vida dos camponeses”, disse o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Paulo.

“Vamos fazer o trabalho corpo a corpo com a sociedade, fazer plenárias organizativas e dialogar com toda população sobre as maldades nesta proposta de acabar com a previdência pública e solidaria e parar o Brasil nos dias 15 de maio e 14 de junho”.

Papel dos movimentos sociais

Tanto na greve nacional da educação quando na greve geral da classe trabalhadora, os movimentos sociais ficaram de ajudar as centrais com atos de ruas, panfletagens, diálogos com a população, visita nos gabinetes dos parlamentares, pressão nos deputados e deputadas nos aeroportos e nas suas bases.

O coordenador da Central de Movimentos Populares (CMP), Raimundo Bonfim, lembrou que a comunicação do movimento grevista precisa ser intensificada para disputar a narrativa da mídia comercial, que faturou milhões de Bolsonaro para enganar o povo sobre a reforma da Previdência.

“Eles contrataram espaços e apresentadores da mídia comercial e pagaram mais de 40 milhões para enganar o povo que a reforma vai ser boa para a sociedade. Temos que mobilizar toda a comunicação que temos para falar que é mentira e trazer a população para nosso lado”, afirmou Bonfim.

ROBERTO PARIZOTTI

Roberto ParizottiRepresentantes das centrais e movimentos sociais juntos na preparação das greves

A coordenadora da Marcha Mundial das Mulheres, Sonia Coelho, disse que o movimento feminista já está dialogando com a população nas praças e nas ruas sobre os impactos da reforma  para a vida das mulheres.

“Faremos um Dia Nacional de visibilidade das mulheres e vamos participar de debates na Comissão Especial que discute a reforma da Previdência na Câmara e sensibilizar os parlamentares para votar contra a reforma”, disse Sonia.

Um representante da Frente dos Evangélicos pelo Estado de Direito também participou da reunião e prometeu pressionar os deputados evangélicos.

Outros setores, como a igreja católica, que já se posicionaram contra a reforma, serão procurados pelos sindicalistas e movimentos sociais.  

“Nós vamos juntos visitar todos os estados, os centros, as periferias, os locais de trabalho de todas as categorias, os gabinetes em Brasília e conversar com setores importantes da igreja, do movimento como mulheres, negros, LGBTs, juventude e fazer uma grande mobilização no dia 15 de maio e a maior greve da classe trabalhadora na história deste país no dia 14”, finalizou Sérgio Nobre.

As CUT e demais centrais juntos com os movimentos sociais divulgaram uma nota sobre a unidade e resistência na luta. Veja abaixo o documento na íntegra.

Representantes das Centrais Sindicais, dos movimentos sociais, populares, estudantis e religiosos, reunidos em 10 de maio, deliberam:

  • Apoiar e atuar para fortalecer a luta dos professores e estudantes em defesa da educação e da previdência social dos professores, em 15 de maio;
  • Atuar de forma unitária, congregando esforços para a preparação da greve geral, em 14 de junho, em defesa da aposentadoria, seguridade e previdência social.
  • Selar compromisso para atuar visando à ampliação do envolvimento de outras organizações e movimentos para a construção da grande greve geral em 14 de junho.
  • Celebrar compromisso para manter a unidade de luta a fim de enfrentar toda a agenda decorrente da reforma da previdência e assegurar o pacto para outras lutas unitárias construídas em conjunto.

Reafirmamos a centralidade da luta e declaramos nosso compromisso de unidade.

Confira como será a mobilização do dia 15 em cada Estado: (em atualização)

As escolas e universidades ficarão vazias, mas professores, professoras e funcionários do administrativo não vão ficar em casa, vão participar de grandes atos nas capitais e em vários municípios do interior do país.

Acre

Greve geral no Estado, com ato público na capital

Alagoas

Greve, com ato Público – concentração no Centro Educacional de Pesquisa Aplicada (CEPA) às 07h

Amapá

Dia 15 é feriado. A proposta é da paralisação ser no dia 14/05

Bahia

As redes estadual e municipal de Salvador e do interior, universidades federais e estaduais, rede privada, técnicos das universidades, movimento estudantil vão parar suas atividades e participar do ato às 9 horas, no Campo Grande. Algumas escolas terão aula com toda comunidade para debater a reforma da Previdência de Bolsonaro. Algumas entidades de trabalhadores ainda estão articulando mobilizações

Brasília

Greve, com ato no Museu Nacional, as 10h, organizado por ampla frente com as entidades da educação

Ceará

Os servidores Públicos de Educação e de Cultura do Estado irão cruzar os braços e depois irão fazer um ato unificado. Vão se concentrar na Praça da Bandeira, às 08h e sairão em caminhada até a Praça do Ferreira. Os trabalhadores e as trabalhadoras da educação farão uma caminhada da Praça da Imprensa até a Assembleia Legislativa. Concentração será às 8h.

Espírito Santo

Greve geral na rede estadual e nos grandes municípios. Ato unitário com trabalhadores, alunos e professores na Praça do Papa, às 08h30

Goiás

Greve com ato público na Praça Cívica em Goiânia

Maranhão

Greve nacional, com ato público em Frente ao Instituto de Previdência dos Servidores Municipais. Outras categorias também farão parte da mobilização.

Mato Grosso

Em Cuiabá – o ato Público será na Praça Alencastro  às 14 horas. A categoria no interior vai realizar atos locais e outras atividades de mobilização, como reuniões, panfletagens e outros, envolvendo outros sindicatos e a sociedade para organizar a luta e barrar a Reforma da Previdência.

Mato Grosso do Sul

Estão sendo organizados atos por município, por região e um estadual. Os professores da Universidade Federal do Estado (UFMS) vão parar e outras categorias profissionais vão se somar à luta.

Minas Gerais

Ato público na Praça da Estação, às 14h e atos locais nos municípios. Também terá um debate sobre a reforma da previdência na UFMG

Pará

Mobilização da rede estadual e da rede municipal em diversos municípios, que na grande maioria irá concentrar os educadores em frente às prefeituras e secretarias municipais de educação e também nas cidades pólos e nas Unidades Regionais de Educação espalhadas pelo interior do estado. Na rede estadual serão realizadas atividades em Belém.

Paraná

Em Curitiba, às 8h30 vai ter um ato na Praça Santos Andrade com caminhada até o Centro Cívico, além de outras mobilizações em diversas cidades do estado. Em Londrina, o , ato unificado da educação será a partir das 9 no Calçadão. 

Pernambuco

Articulação com organizações da educação e sociais. Grandes atos no centro do Recife, como em Caruaru e Petrolina. Os trabalhadore e as trabalhadoras da educação no Cabo de Santo Agostinho vão parar as atividades e depois seguem para o ato unificado no Recife.

Piauí

Greve, com articulação de outras entidades da educação e Universidades

Rio Grande do Norte

Greve, com atos públicos na maioria das regionais do Sindicato, pela manhã. À tarde ato na capital juntamente com Universidades e Institutos Federais.

Rio de Janeiro

Atividades descentralizadas estão marcadas para as primeiras horas do dia em todo o estado e, às 15h, será realizado um ato unificado na Candelária.

Rio Grande do Sul

Em Ijuí, os professores do município e do estado aula pública na praça central da cidade, com os seguintes temas: bloqueio de verbas para a educação; escola sem partido; militarização do ensino público; e reforma da previdência.

No Estado, terá greve, com atividades regionais, aulas públicas e atos públicos. Na capital serão feitas atividades durante todo dia, em três espaços diferentes. Ações com universidades, movimento estudantil, IFES, entidades municipais da educação também estão sendo articuladas.

Os trabalhadores da educação no Rio Grande farão panfletagem na parte da manhã no centro da cidade, plenária sobre a reforma da Previdência, no auditório da Escola Juvenal Miller, e a noite vai ter uma passeata luminosa.

Roraima

Greve articulada com organizações da educação, como a UFRR. Reunião em 09/05 para definir manifestações.

Santa Catarina

Em Florianópolis, no dia 15 de maio, a concentração será às 15h, em frente a Catedral. Entre 16h e 17h, iniciará uma grande marcha pela cidade, finalizando com um ato no TICEN. Em São Miguel acontecerá um ato unificado. A concentração acontecerá na Praça Belarmino Annoni a partir das 14 horas. Em seguida, os participantes seguirão em caminhada até a praça municipal Walnir Bottaro Daniel. Em Joinville - ato unificado às 15h, na Praça da Bandeira

São Paulo

Os trabalhadores e as trabalhadoras ligados a Apeoesp e o Simpeem vão cruzar os braços e depois vão para ato no MASP, às 14h, envolvendo entidades da educação e movimentos sociais

Sergipe

Pela manhã, o SINDIPEMA (Professores) vai realizar um Ato Público em frente da Câmara Municipal de Aracaju enquanto a ADUFS (Docentes/UFS) e SINTUFS (Trabalhadores/UFS) organizarão protesto na porta da Universidade, no campus São Cristóvão. A partir das 14h, haverá a concentração de toda a população na Pça General Valadão, no Centro de Aracaju.

Tocantins

Em mobilização, com indicativo de Paralisação


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