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19 de Fevereiro de 2018 às 17:57

Grande mobilização dos trabalhadores barra reforma da previdência de Temer e do mercado

Pressão popular nas ruas e sobre parlamentares, que impediu várias vezes a votação da reforma, obriga governo a suspender tramitação no Congresso


Crédito: SEEB/RO

Convocados pela CUT, demais centrais sindicais e movimentos sociais, dezenas de milhares de trabalhadores de diversas categorias, com destaque para os bancários, realizaram greves, paralisações, manifestações e trancamento de rodovias em todo o país nesta segunda-feira 19 para protestar contra a reforma da previdência que o governo Temer vinha há mais de seis meses tentando colocar em votação no Congresso para atender exigência do mercado financeiro e outros setores empresariais.

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Durante o dia nacional de protesto, o presidente do Senado Eunício de Oliveira anunciou a suspensão da tramitação de todas as propostas de emenda à Constituição (PEC) enquanto vigorar o decreto de intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro anunciada na sexta-feira 16, previsto até dezembro. A suspensão atinge mais de 190 propostas em andamento na Casa, entre elas a reforma da previdência, que só pode ser feita por meio de uma PEC.  

'Se votar, não volta'

“Foi a mobilização dos trabalhadores e do povo brasileiro, que estão há vários meses protestando nas ruas e praças deste país, que barrou a reforma da previdência. Para atender essa exigência dos bancos e dos empresários, o governo Temer tentou várias vezes colocar a reforma em votação no Congresso, mas teve de recuar porque não tinha votos suficientes. Fizemos pressão em todos os Estados sobre os parlamentares, advertindo que, ‘Se votar, não volta’. Essa pressão popular foi imprescindível para derrotar o governo”, afirma Cleiton dos Santos, presidente da Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/CN).

Os líderes governistas estavam anunciando uma nova tentativa de aprovar a reforma da previdência a partir desta terça-feira 20, mas na última sexta-feira, diante da iminência de mais uma derrota, o governo golpista mudou a sua agenda e decretou a intervenção no Rio sabendo que com isso a reforma não poderia ser votada no Congresso.

“Além de ficarmos de olho nos retrocessos que o governo ilegítimo quer impor aos trabalhadores, precisamos também estar mobilizados para impedir que Temer use a intervenção no Rio como cortina de fumaça para avançar na imposição de medidas que sejam um novo golpe e ampliem o estado de exceção no Brasil, visando até mesmo suspender as eleições presidenciais deste ano”, alerta Cleiton dos Santos.   

Veja como foram os protestos dos bancários da região Centro Norte nesta segunda 19 de fevereiro:

> Mobilização no DF reforça defesa da Previdência

> Bancários do Amapá vão às ruas contra a reforma da previdência

> Bancários fazem greve contra Reforma da Previdência no Pará

> Ato unificado contra a Reforma da Previdência em Dourados

˃ Bancários de Mato Grosso protestam em Cuiabá contra reforma da previdência

˃ Bancários de Rondônia foram às ruas contra reforma da previdência

˃ Bancários de Campo Grande protestam contra reforma da previdência

˃ Campo Grande e Dourados fazem manifestações contra reforma mesmo debaixo de chuva  

 

Confira os atos realizados em todo o Brasil nesta segunda-feira:

No ABC, os metalúrgicos nem saíram de casa. Os ônibus chegaram vazios nas portas das fábricas. As paralisações atingiram as montadoras Mercedes-Benz, Scania Volkswagen, Ford e Toyota, entre outras empresas como a Otis, Grundfos Brasil, Proxyon, ZF e Magna Cosma International.

Os metalúrgicos também se mobilizaram em São Carlos (SP), paralisando as atividades na Tecumseh II. Na cidade de Matão (SP), onde realizaram assembleias que atrasaram a entrada nas fábricas. E em Sapucaia do Sul (RS), onde houve manifestação em frente à fábrica da Gerdau – a empresa foi uma das primeiras a implantar a nefasta reforma trabalhista.

Os motoristas do ABC,  de Santo André e São Bernardo do Campo, se uniram aos companheiros de Sorocaba e Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo – todas categorias de sindicados filiados a CUT -, e cruzaram os braços contra a reforma da Previdência do golpista e ilegítimo Michel Temer. 

Teve manifestação de motoristas também nas garagens de Salvador e Feira de Santana, na Bahia; Natal (RN) e Maceió (AL). Dezenas de ônibus não conseguiram circular na parte da manhã.

Teve protestos também nos aeroportos de Congonhas, em São Paulo, Brasília e em Porto Alegre.

Aeroporto de Brasilia, hoje cedo, recepcionando parlamentaresAeroporto de Brasilia, hoje cedo, recepcionando parlamentares

Petroleiros cruzaram os braços nas refinarias de Bacia de Campos (RJ), Repar (SP e PR), na Usina de Xisto da Petrobras, em São Mateus do Sul, no Paraná e no Terminal Paranaguá, também no Paraná. No estado de São Paulo, os petroleiros paralisaram suas atividades nos terminais de São Caetano do Sul, na Transpetro em Guarulhos e nas refinarias da Petrobras de Paulínia (Replan) e de Capuava (Recap), em Mauá. Participaram trabalhadores diretos e de empresas terceirizadas. Em Macaé (RJ), a paralisação deve continuar nesta terça-feira (20).

Bancários fecham agências em diversas capitais, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belém, Florianópolis, Teresina e Recife. Também teve paralisações no Banpará e Banco da Amazônia, na região Norte. Os bancários do Distrito Federal fizeram um ato no aeroporto de Brasília para recepcionas os parlamentares. E no Rio de Janeiro fizeram manifestações os bancários de Angra, de Macaé e Teresópolis. Aderiram ao movimento a categoria das cidades paulistas: Osasco, Guarulhos, ABC e cidades do interior como Catanduva e Jundiaí.

Foram realizadas manifestações em frente às agências do INSS em Porto Alegre, Curitiba, Passo Fundo, Cuiabá, Campo Grande. Em Boa Vista (RR), manifestantes ocuparam a agência do órgão. Em Criciúma (PR), Recife, Caruaru e Petrolina (PE), os trabalhadores do INSS estão parados. 

Confira o que aconteceu em cada estado:

No Acre, os professores da rede pública, funcionários dos Correios, urbanitários e professores da Universidade Federal organizaram vigília no Aeroporto e protesto no Terminal Urbano.

Em Alagoas centenas de integrantes de movimentos sociais e Sem Terra interditaram a BR 104, na altura do km 38, em União dos Palmares. Também houve interdição na BR101, no KM 179, em Teotônio Vilela.

No Amazonas, teve protesto no Distrito Industrial, Zona Sul de Manaus. A manifestação teve início por volta das 6h na bola da Suframa, um dos principais pontos de acesso para o Distrito. Em Parintins, os professores da rede estadual também se manifestaram nas ruas.

Na Bahia, na Via Parafuso, houve violência policial contra os manifestantes, que pacificamente protestavam contra a reforma da Previdência. Os policiais atiraram com balas de fuzil, borracha e bombas de gás. Em Conceição do Coité, os povos do campo saíram em caminhada denunciando o golpe contra a classe trabalhadora. 

No Ceará, teve atos e manifestações em várias cidades, o maior deles aconteceu nesta manhã no centro de Fortaleza

No Espírito Santo, um ato reuniu trabalhadores rurais e de outras categorias profissionais, na Praça Oito. Depois, eles saíram em caminhada até a agência do INSS, no centro de Vitória. Uma carta contra a reforma da Previdência foi entregue à população.

Ato na capital do Espírito SantoAto na capital do Espírito Santo

Em Goiás, trabalhadores da agricultura familiar ocuparam as ruas em frente à agência do INSS de Goiânia. Os manifestantes se dirigiram em passeata até a Assembleia Legislativa do Estado.

No Espírito Santo, teve manifestação em Vitória. Os trabalhadores e as trabalhadoras se concentraram na Praça Oito, no centro da capital, e saíram em passeata por volta das 9h15, até o prédio da Previdência Social, na Av. Beira Mar.

Em Minas Gerais, os trabalhadores e as trabalhadoras da saúde realizaram uma grande assembleia de adesão à paralisação em Belo Horizonte. 

No Mato Grosso do Sul houve protestos na Capital, Campo Grande. O ato  reuniu categorias como educadores que organizaram paralisações de uma hora nas escolas em todos os municípios do estado. E em Dourados houve manifestação no centro da cidade.

No Pará houve uma grande passeata que contou com grande participação dos trabalhadores da agricultura e outras categorias em Belém.

No Paraná, no centro de Curitiba  houve manifestação com panfletagem no Terminal Guadalupe, caminhada no centro até a Boca Maldita e aula pública sobre o que representa essa reforma da Previdência para milhões de brasileiros que não conseguirão se aposentar, além de paralisações em unidades da Petrobras em todo o Estado. Em Maringá (PR), manifestantes ocuparam o escritório político do ministro Ricardo Barros.

Em Pernambuco, petroleiros da refinaria Abreu e Lima (PE), trabalhadores da Receita Federal, metalúrgicos, professores, bancários, previdência, municipais e outras categorias aderiram à paralisação. No fim da tarde, teve ato político no Parque 13 de Maio. Cinco mil pessoas participaram do ato.  

No Piauíem Teresina, a manifestação contra a reforma da previdência foi na Praça Rio Branco, no centro da Capital. Houve uma grande manifestação nas principais ruas e avenidas do centro da capital que contou com a participação de servidores, agricultores familiares e outras categorias.  

No Rio de Janeiro, em Casimiro de Abreu (RJ), manifestantes interditaram a BR-101. Professores, petroleiros, bancários do Rio, de Campos e Macaé e outras categorias também se manifestaram contra a reforma.

No Rio Grande do Norte, trabalhadores do setor de asseio e limpeza, motoristas entraram na luta contra a reforma Previdenciária.

No Rio Grande do Sul, teve manifestação no saguão de embarque do aeroporto de Porto Alegre, depois, os trabalhadores e trabalhadoras se deslocaram até a Estação Rodoviária, no centro da capital gaúcha, onde fizeram às 7h outra concentração, com panfletagem aos usuários de ônibus e do Trensurb. Além disso, eles levantaram cartazes, faixas e bandeiras, gritando palavras de ordem, enquanto dirigentes de entidades de diferentes categorias falavam para a população. Às 8h30, os participantes saíram em marcha até o prédio do INSS, na Travessa Cinco Paus, ao lado do Mercado Público, onde foi realizada, às 9h, outra manifestação. Às 17 horas, teve ato na Esquina Democrática.

Em Santa Catarina, as cidades de Florianópolis, São José, Biguaçu e Palhoça amanheceram sem ônibus, sem coleta de lixo. A paralisação deve durar 24h. Rodovias também foram interditadas. 

Ainda no Estado, os trabalhadores da agricultura familiar se somaram à luta contra a reforma da Previdência e realizaram manifestação em frente à multinacional Havan. Trabalhadores da limpeza de Florianópolis (COMCAP) também pararam nesta segunda-feira.

Houve passeata no centro da Capital em defesa da aposentadoria. Na cidade de Rio do Sul, trabalhadores da Agricultura Familiar da Fetraf ocuparam a frente da agência do Bradesco e denunciaram as dívidas do banco à Previdência.

Também ocorreram manifestações nas cidades de: Caçador, Lages, Joinville,  Jaraguá do Sul, Criciúma e em Blumenau.

Em São Paulo os movimentos populares fecharam as rodovias Régis Bittencourt, no Km 274, e Dutra, no Km 214. E os Químicos de São Paulo fecharam o cruzamento da Avenida Nações Unidas/Interlagos.  Em São Bernardo, a empresa plástica Faurecia e a farmacêutica UCI-Farma estão paradas. 

Em Sergipe, 14 categorias de trabalhadores aderiram à greve e realizaram dois grandes protestos em Aracaju. Pela manhã, a agência do INSS da Avenida Ivo do Prado ficou repleta de manifestantes. À tarde, em frente ao Palácio do Governo, servidores públicos da ativa e aposentados denunciaram o governo Jackson Barreto (MDB) por implantar em Sergipe a mesma política do governo ilegítimo de Michel Temer (PMDB) de massacre aos aposentados, perseguição aos trabalhadores e desmonte do Estado. Os professores municipais de Aracaju aderiram à greve em defesa da aposentadoria. Cerca de 30 mil alunos não tiveram aula em 75 escolas municipais.Cerca de 30 mil alunos não tiveram aula em 75 escolas municipais.

 

Fonte: Fetec-CUT/CN, com CUT Nacional


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