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29 de Julho de 2016 às 23:47

“Golpistas, fascistas não passarão e os banqueiros não nos vencerão”, afirma presidente da Contraf-CUT

Bancários abriram nesta sexta a 18ª Conferência Nacional que definirá pauta da Campanha Nacional 2016


Crédito: Jailton Garcia / Contraf-CUT
A pauta unificada de reivindicações da categoria será entregue aos bancos, no dia 9 de agosto

São Paulo - Começou na noite desta sexta-feira (29), em São Paulo, a 18ª Conferência Nacional dos Bancários, que construirá a pauta unificada de reivindicações da categoria, a ser entregue aos bancos, no dia 9 de agosto. Depois da aprovação do regimento foi feita a abertura solene.

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O presidente da Contraf-CUT e um dos coordenadores do Comando Nacional dos Bancários, Roberto von der Osten, analisou a conjuntura atual, com a do ano passado, quando os bancários paralisaram suas atividades por 21 dias, contra a intransigência dos banqueiros, e afirmou que 2016 deve ser um ano ainda mais difícil. “Temos hoje um Congresso golpista e uma mídia golpista, que trabalha para sustentar um governo ilegítimo e golpista. Pautas bombas tentam acabar com os direitos que acumulamos durante anos. Nossa categoria sentiu o risco, saímos em defesa dos bancos públicos, contra a perda de direitos e começamos, nesta conferência, a fazer nosso treinamento”, afirmou.

Roberto von der Osten também exaltou o protagonismo dos bancários na construção da Campanha Nacional e disse ter orgulho das lutas da categoria. “Construímos um sistema de negociação singular, inédito, com consulta ao bancário da base, construção de nossa campanha de mídia e conferências regionais com as reivindicações de todo o país. Um processo amplamente democrático.”

O dirigente sindical ainda ressaltou que, se os banqueiros não demostrarem respeito na negociação, os bancários irão novamente à paralisação. “Se necessário vamos à greve para defender nossas conquistas. Os golpistas e os fascistas não passarão e os banqueiros não nos vencerão”, concluiu Roberto von der Osten. 

União de forças políticas

Para Juvandia Moreira, que falou pela coordenação do Comando Nacional dos Bancários, para os bancos não há crise e quem está pagando por ela são os trabalhadores, é o povo brasileiro. “Temos que nos unir contra esta elite hipócrita e egoísta, que se submete a interesses do imperialismo americano, fica de joelhos diante das grandes multinacionais americanas, que quer vender o patrimônio dos trabalhadores, fazer reforma da Previdência e das leis trabalhistas para atender a estes interesses.”

Juvandia também fez um chamamento à união das forças políticas contra o que chamou de ataque gigantesco aos direitos dos trabalhadores: “Não é momento de dividir, mas de pregar a unidade na prática, de articular a todos os que queiram fazer o enfrentamento contra a retirada de direitos e construir esta luta”, destacou.

A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo e vice-presidenta da Contraf-CUT ressaltou que os bancários precisam inovar e ser criativos para enfrentar a conjuntura que está posta. “Nós temos também os desafios diretamente ligados à categoria bancária, como o desemprego, conquistar o aumento real de salários, garantir mais saúde e segurança para os bancários. Esta tem que ser a nossa pauta, a nossa agenda”, afirmou.

Líderes sindicais, de diversas forças políticas, também analisaram a conjunta política e econômica do país.

Sérgio Nobre - CUT

“Nesta campanha nacional, os bancários e bancárias terão dois grandes desafios diante de uma conjuntura muito difícil. Um deles é o de poder melhorar a convenção coletiva, estabelecendo novos direitos e o outro grande desafio será debater com a categoria a importância da luta política contra o golpe, contra o direito dos trabalhadores. Só a greve geral segura este golpe. No dia 16, chamamos todos para uma grande mobilização nacional rumo à Greve Geral, com nenhuma retirada de direitos.”

Ricardo Machado - PCO

É fundamental, nesta política golpista de retirada de direitos, nos unirmos com outras categorias, como os petroleiros, metalúrgicos e os companheiros dos correios, para unificar a luta contra o golpe. Nós não podemos ter dúvidas para onde devemos caminhar. Não podemos nos iludir, pois a única forma que conseguiremos barrar a política de ataque aos direitos aos trabalhadores é na rua, através da Greve Geral.

Nilton Esperança - Fórum

Vemos que o governo golpista conseguiu, com unidade, tirar uma presidenta eleita com mais de 54 milhões de votos. Precisamos ir para rua e chamar a população para a unidade inversa. Reunir todas as reivindicações que os bancários das nossas bases anseiam, contra os ataques que estão acontecendo.

Everton Gimenes - CSD

É crucial entendermos que o que unifica neste momento é o Fora Temer e nenhum direito a menos. Estas duas premissas unificam a classe trabalhadora. Temos que ter clareza que sofremos um golpe sofisticado, organizado pelas elites, pelo judiciário, pelo poder midiático, inclusive com ramificações internacionais, que estão querendo atacar todos os movimentos progressistas da América Latina e do mundo. Por isso, nesta campanha salarial temos que debater com a nossa base, unindo principalmente setores de mulheres, jovens, LGBTS, movimentos sociais e sindicais para derrotar o golpe.

Elias Jordão - Artban

Todos aqui trazem de suas bases a expectativa e a esperança de realizarmos uma grande Campanha Nacional. Mas sabemos que, se não houver avanços na mesa, nossa campanha se dará mesmo na rua. E não se trata de uma campanha apenas por salário, mas de resistência para manter nossos direitos.

Idelmar Casagrande - Intersindical

Todos nós somos Fora Temer, mas precisamos pensar qual a saída temos. Nesta campanha salarial, os bancários precisam debater isto com a sociedade. Temos uma das taxas de juros mais altas do mundo e o futuro que nos espera é muito pior com o governo Temer. A Intersindical defende a luta nas ruas, somente o povo, salvará o povo, este é o caminho.

Paulo Caires - Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM)

Vivemos um momento de extrema importância em que é preciso construir a unidade, a luta e enfrentamento do golpe contra o povo brasileiro e os direitos da classe trabalhadora. Precisamos defender a volta da democracia que é um direito inalienável, e respeitar o voto dos mais de 54 milhões de eleitores que votaram na presidenta Dilma Rousseff".

Jeferson Boava - Unidade

O que nos unifica é a defesa dos direitos dos trabalhadores, a luta em defesa da Previdência Social e o combate à terceirização, entre outras questões. Vamos construir nossa Campanha Nacional dos Bancários juntamente com outras categorias e consolidar a unidade da classe trabalhadora, contra as tentativas de retrocesso".

Augusto Vasconcelos - CTB

É preciso preparar as forças populares para a construção de uma greve geral que possa enfrentar o capital, barrar o golpe, e todos os ataques que os trabalhadores vêm sofrendo por parte deste Congresso, o mais conservador da história. Não há crise para o setor financeiro. Os bancos tem gordura suficiente para atender as nossas reivindicações". 

 

A programação da Conferência segue neste sábado (30) e domingo (31).

Sábado, dia 30 de julho

08h30 às 12h – Credenciamento

9h – Dieese – Análise dos Resultados dos Bancos e Apresentação da Sistematização da Consulta Nacional 2016

10h às 16h – Trabalho em Grupos:

Grupo 1 – Emprego.

Grupo 2 - Saúde do Trabalhador, Segurança Bancária e Condições de Trabalho.

Grupo 3 – Remuneração.

Grupo 4 – Estratégia para Organização da Luta e Disputa da Sociedade.

16h – Plenária das Correntes Políticas 

 

Domingo, dia 31 de julho

9h30 às 10h - Apresentação da Campanha de Mídia

10h às 13h - Plenária Final e Encerramento

                                                                                                                                                                 

Fonte: Rede Nacional de Comunicação dos Bancários


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