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13 de Outubro de 2016 às 14:54

Força da greve conquista avanços específicos importantes no Banco da Amazônia


Crédito: SEEB/PA

Belém PA - A unidade nacional, disciplina organizacional e disposição de luta da categoria bancária na Campanha Nacional 2016 permitiu a superação de todas as adversidades impostas pela atual conjuntura do país, que acaba de passar por um golpe parlamentar onde as forças políticas neoliberais e ultraconservadoras avançam com sua pauta política de massacre da classe trabalhadora.

Foram 31 dias de paralisação nacional, com forte adesão dos bancários e bancárias em todos os bancos. No Banco da Amazônia, a participação espontânea dos trabalhadores e trabalhadoras no movimento paredista foi bastante influenciada pela grande adesão à greve dentro da matriz da instituição.

O banco tentou como pôde se esquivar das mesas de negociações específicas, que foram travadas pelo desfecho da mesa da Fenaban, mas as mobilizações diárias nas unidades do banco em todo Pará tencionaram e a força da greve arrancaram do Banco do Amazônia avanços importantes no que diz respeito às reivindicações particulares dos empregados e empregadas da instituição.

“Temos que valorizar tudo que conquistamos nessa campanha, sobretudo o abono integral dos dias parados e a garantia de ganho real em 2017 dentro de uma conjuntura onde o governo golpista tenta massacrar a classe trabalhadora. Por isso, cada bancário e bancária que ajudou a construir a greve em todas as regiões do nosso estado estão de parabéns”, destaca a presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, Rosalina Amorim.

“Sabemos que não foi a proposta ideal, mas ela não deixa de ser positiva. Temos que valorizar sim o fato de o Banco da Amazônia seguir a Fenaban e avançar em bandeiras de luta históricas, como o aumento no reembolso do Saúde Amazônia e a construção do novo PCCR, dentre outras conquistas”, ressalta o diretor da Fetec-CUT e empregado do Banco da Amazônia, Ronaldo Fernandes.

Antecipação de PLR – Apesar de ter recomendado aprovação da proposta na assembleia que encerrou a greve no último dia 6 de outubro, o Sindicato reitera sua crítica ao modelo de antecipação da PLR 2016 apresentado pelo banco, o qual adianta o valor pecuniário de R$ 400,00 a ser distribuído proporcional aos meses trabalhados, porém condicionado ao atingimento de meta orçamentária do banco para distribuição da PLR. Caso essa meta não seja tingida, os empregados do Banco da Amazônia deverão devolver essa verba a partir de desconto em filha nos meses de maio e junho de 2017.

“Para nós essa proposta é uma grande injustiça com os empregados do banco, que deveriam ter seu trabalho e esforço reconhecidos através da distribuição da PLR, independentemente do atingimento das metas financeiras estabelecidas pelo banco. Apresar de orientamos a aprovação da proposta, ressaltamos que somos contra esse formato de distribuição da PLR”, afirma o diretor do Sindicato e empregado do banco, Sérgio Trindade.

Principais conquistas da greve 2016 no Banco da Amazônia:

Seguir Fenaban – O acordo de dois anos que vale para a categoria em todas as instituições financeiras, inclusive no Banco da Amazônia, prevê 8% de reajuste mais abono de R$3,5 mil, em 2016; além de 15% de reajuste no vale-alimentação e 10% no vale-refeição e no auxílio creche/babá. Para 2017, a Fenaban e o Banco da Amazônia aceitaram repor integralmente a inflação (INPC/IBGE) mais 1% de aumento real nos salários e em todas as verbas.

Abono dias parados – Abono integral dos 31 dias de greve, um resgate histórico para o movimento sindical bancário e que valoriza a luta da categoria em todas as instituições financeiras.

Saúde Amazônia – Reajuste em 2016 de 10% nas faixas de reembolso aos empregados com o custeio do Plano Saúde Amazônia, e em 2017 de INPC + 1% de ganho real, o que atende a uma bandeira histórica do movimento sindical bancário dentro da instituição. Soma-se a isso a conquista desse ano de aumento no valor de referência do Programa Saúde Amazônia, com base no índice de inflação da ANS, conquista esta que teve atuação direta do Sindicato dos Bancários do Pará, Contraf-CUT e Fetec-CUT Centro Norte junto ao banco.

PCCR – Dentro do Projeto de Gestão de Pessoas o banco apresentou um cronograma de trabalho que prevê a participação das entidades sindicais na construção de diversos subprojetos, dentre eles o novo Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações (PCCR) e a Tabela Salarial e Enquadramentos, previstos para iniciar os debates no dia 30/11/2016. Mais uma bandeira histórica que teve resposta positiva nessa Campanha Nacional 2016.

Adequação de dívidas – O banco disponibilizará um Programa de Readequação de Dívidas dos Empregados, com validade até 12/12/2016.

CRT – A Comissão de Relações Trabalhistas (CRT) terá em dezembro desse ano a instalação de duas comissões específicas para tratar sobre SAÚDE e SEGURANÇA.

Comissão de Segurança – Outra demanda que vem sendo pautada pelos empregados e suas entidades sindicais é a criação de uma comissão específica para debater segurança no banco, e esta foi conquistada com a força da greve 2016 e já será instalada em novembro desse ano, com composição paritária.

Leia aqui na íntegra a proposta aprovada no Banco da Amazônia

Como saber se a proposta para 2017 é boa, se não sabemos o cenário econômico?
Diante de um governo que defende a retirada de direitos, manter todas as cláusulas da nossa CCT garantidas por dois anos e ainda reposição total da inflação mais aumento real de 1%, sem o desgaste da greve, é uma conquista da nossa mobilização este ano.

Mas o Sindicato não defendia o aumento real?
Defendia e defende. Em mais de uma dezena de reuniões com os bancos, o Comando Nacional dos Bancários insistiu na reivindicação do aumento real. Com a nossa luta, conseguimos avançar nos reajustes acima da inflação para vales e auxílios e garantimos elevação da primeira proposta de 6,5% para 8% com abono de R$ 3.500, além da reposição total da inflação mais aumento real de 1% em 2017. Não é a proposta que queríamos, mas é o acordo possível nessa conjuntura. Chegamos ao teto da greve e, após um mês, a grande imprensa jogou os clientes contra a categoria, em um cenário em que o governo também investe contra os direitos dos trabalhadores. O Comando teve responsabilidade com os bancários que fizeram os 31 dias de greve.

O acordo de dois anos não vai proibir que a categoria lute por outras pautas?
Muito pelo contrário. O acordo de dois anos vai permitir que os bancários se mobilizem contra a retirada de direitos, a terceirização, a privatização dos bancos públicos. Teremos garantido que não se repita o reajuste abaixo da inflação, quebrando a lógica do abono que os bancos queriam resgatar dos anos 1990. Durante o ano faremos nossas conferências e teremos mesas para debater com os bancos condições de trabalho, emprego bancário, agências digitais. E greve, inclusive, caso ameacem nossos direitos.

Como ficam vales e auxílios em 2017?
Assim como os salários, vales alimentação, refeição, 13ª cesta-alimentação, auxílio-creche, PLR e demais verbas, tudo será reajustado de acordo com a inflação mais 1% de aumento real. Ou seja, independentemente de quanto for a inflação (5%, 8%, 10%, o que for), os bancários terão direito à reposição desse índice mais 1% de aumento real.

 

Fonte: Bancários PA com SP Bancários


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