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22 de Maio de 2020 às 17:44

Fetec-CUT/CN decide aderir à campanha de socorro aos povos indígenas

Reunião virtual nesta sexta 22 com a Frente Parlamentar em Defesa dos Indígenas é o primeiro passo. Dos 820 mil indígenas brasileiros, 53% vivem no Centro-Norte


A Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN) e os sindicatos filiados reuniram-se por videoconferência nesta sexta-feira 22 com representantes da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas, para discutir como a categoria bancária pode ajudar na campanha de proteção das nações indígenas contra o avanço da pandemia de coronavírus, além de assegurar segurança alimentar e sanitária durante a crise e fortalecer sua luta contra as invasões de seus territórios.

A reunião foi intermediada pela deputada federal Erika Kokay (PT-DF) e contou também com a participação de representantes de outras entidades que atuam na defesa dos povos indígenas. O encontro virtual foi realizado um dia depois que a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 1142/20, que institui medidas de emergência para prevenir a disseminação da Covid-19 junto aos povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais.

O projeto, de autoria da deputada Professora Rosa Neide (PT-MT) e outros, com substitutivo da deputada Joenia Wapichana (Rede-RR), será agora enviado ao Senado. As duas parlamentares participaram da videoconferência com a Fetec-CUT/CN.

“A Federação dos Bancários do Centro-Norte, depois de conversar com os nossos sindicatos filiados, tomou a decisão de aderir à campanha lançada internacionalmente pelo fotógrafo Sebastião Salgado em defesa da saúde, da dignidade, dos direitos e das terras dos povos indígenas. Convocamos essa reunião para discutir como os bancários podem contribuir, somando-se às iniciativas que já estão em andamento”, explicou na reunião Cleiton dos Santos, presidente da Fetec-CUT/CN.

Dos cerca de 820 mil indígenas brasileiros, segundo dados do Censo de 2010, mais da metade (aproximadamente 440 mil, ou 53% do total) vive nas regiões Norte e Centro-Oeste.

“Somos a Federação que mais abriga nações indígenas no Brasil. Em todas as bases territoriais de nossos 12 sindicatos, em oito Estados do Centro-Norte, há grandes contingentes de populações indígenas. O que por si só justifica nossa iniciativa de lutar pela decência e dignidade dos povos originários”, acrescentou Kleytton Moraes, presidente do Sindicato de Brasília.

Somar forças e ampliar a solidariedade

“É muito importante essa iniciativa da Fetec-CUT/CN e dos sindicatos de se aliarem com outras iniciativas na construção desse projeto de solidariedade aos povos indígenas”, destacou a deputada federal Erika Kokay, que é funcionária da Caixa, lembrando a participação decisiva dos bancários na campanha nacional contra a fome coordenada na década de 1990 pelo sociólogo Betinho.

Ficou acertado na reunião que a deputada Joenia Wapichana agendará novo encontro, na próxima semana, com a Frente Parlamentar Mista e outras entidades que atuam em defesa dos direitos dos povos indígenas, principalmente o Grupo de Apoio aos Povos indígenas, para definir a melhor maneira de os bancários participarem da campanha.

“É muito lindo o que vocês estão fazendo, de prestar solidariedade a quem está precisando. Importante contar com esse diálogo e com essa parceria. É uma soma de esforços necessária para uma luta que tem múltiplas frentes e é árdua, a começar pela necessidade de aprovação do Projeto de Lei 1142 no Senado”, elogiou a deputada Joenia Wapichana, que é indígena de Roraima.

A deputada federal Rosa Neide lembrou que somente no Estado de Mato Grosso há 43 nações indígenas, todas passando por necessidades alimentares e ameaças de contaminação pela pandemia. Por exemplo, os indígenas não podem mais ir às cidades comercializar seu artesanato, o que compromete a sobrevivência, e não existe nenhuma barreira sanitária que impeça a entrada de pessoas nas aldeias.

“Há situações gravíssimas no país, estamos sendo ameaçados. Fiquei emocionada com a iniciativa belíssima de vocês. Essa soma de esforços é de fundamental importância”, ressaltou a parlamentar mato-grossense, lembrando que outra grande batalha que está sendo travada no Congresso Nacional é em torno da tramitação do Projeto de Lei PL 2633, conhecido como “PL da Grilagem”, que praticamente libera a invasão de terras indígenas pela agropecuária.

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Fonte: Fetec-CUT/CN


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