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12 de Abril de 2019 às 20:01

Em mesa de negociação, Caixa demonstra descaso com reivindicações dos empregados

“A reunião foi bem ruim, improdutiva, com debates infrutíferos e sem avanços”, lamenta o diretor do SEEB/Brasília Wandeir Severo, que representa a Fetec-CUT/CN na CEE/Caixa


Crédito: SEEB/BSB

Brasília - Soluções pífias e respostas prontas. Este é o balanço da rodada de negociação permanente realizada nesta sexta-feira (12), em Brasília, entre a Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa e a direção da empresa. “A reunião foi bem ruim, improdutiva, com debates infrutíferos e sem avanços”, lamenta o diretor do Sindicato Wandeir Severo, que representa a Fetec-CUT/CN na CEE/Caixa. 

Na avaliação de Wandeir, a Caixa não tem a menor intenção de negociar. “Mais uma vez, os representantes da empresa brincaram com a representação dos empregados, com o tempo e com a expectativa de todos”, acrescentou. 

A reunião foi marcada por um protesto contra a redução da participação dos trabalhadores no Conselho Curador do FGTS e a retirada da representação do banco nesta instância, prevista no Decreto nº 9.737/19. 

Confira os temas discutidos na mesa de negociação: 

Intervalo de 30 minutos 

A CEE/Caixa apresentou o modelo de implementação de intervalo de 30 minutos para descanso na jornada de 6 horas. Eles reiteraram a reivindicação dos empregados de que seja optativo (quando não houver hora extra) fazer 15 ou 30 minutos de intervalo. 

Os representantes dos trabalhadores defenderam que o ideal seria que a Caixa tornasse este intervalo estendido como uma opção, nas unidades onde os trabalhadores têm outras condições de trabalho e que podem optar pela manutenção dos 15 minutos, e não impositivo como está sendo implantado. 

A Caixa, no entanto, insiste na intenção de implantar obrigatoriamente para todos os empregados. E anunciou que foi adiada do dia 15 para 22 de abril a implantação do intervalo. 

O tema será retomado na próxima mesa, depois da implantação. 

Agências digitais 

O debate ficou, principalmente, em torno da extrapolação de jornada dos empregados (gerentes gerais) que, segundo denúncias encaminhadas aos sindicatos, chegam a trabalhar 12 horas, sem registro de ponto, e das substituições não remuneradas, devido ao horário de funcionamento estendido. 

A Comissão cobrou o registro de ponto desses trabalhadores. 

Completamente sem acordo, a Caixa insiste que o eventual não deve receber por substituições parciais (apenas parte do expediente). 

CPA 10 E 20 

A Caixa informou que, para eventuais, só irá custear para aqueles que estiverem em banco de habilitados. 

As certificações profissionais CPA 10 e CPA 20 se tornaram condição necessária para quem deseja ingressar ou fazer carreira nos bancos.

Saúde Caixa 

A CEE/Caixa cobrou o compromisso de ativação de comitês de credenciamento e descredenciamento por Gipes e Repes com a participação dos trabalhadores, e com a demanda de também serem responsáveis por receber as reclamações relativas ao plano de saúde. 

O banco informou que até o final da próxima semana encaminhará a relação dos comitês que estão instalados. Para isso, buscará a área gestora para obter concordância. 

Os representantes do banco se comprometeram também a apresentar até a próxima reunião do GT Saúde Caixa, que deve ocorrer em maio, os demonstrativos financeiros mais detalhados do plano de saúde. 

Protesto contra saída da Caixa do Conselho Curador do FGTS 

A CEE/Caixa cobrou o posicionamento do banco sobre o motivo da retirada da representação da Caixa no Conselho Curador do FGTS. 

Os representantes da empresa disseram que o assunto ainda está sendo avaliado pela presidência da Caixa. Ou seja, nada a dizer além do que já foi dito à imprensa. 

Na avaliação dos representantes dos empregados, o presidente da Caixa se sujeita completamente e sem questionar o ministro Paulo Guedes.

Balanço da Caixa 

Os representantes dos trabalhadores também cobraram esclarecimentos sobre o prejuízo registrado no 4º trimestre de 2018, que impactou negativamente o balanço e a PLR. 

As únicas informações da Caixa foram as que já estão publicadas no site da empresa.  

Contratação de empregados 

Sobre a reivindicação de contratação de mais empregados e a cobrança do posicionamento da empresa sobre o fechamento de agências, nada foi definido. 

A Caixa se utilizou de muito discurso, mas não apresentou nada de concreto. Enquanto isso, a rotina é de sobrecarga de trabalho nas unidades. 

Em reunião com as entidades representativas dos trabalhadores, o presidente do banco assumiu o compromisso de fazer novas contratações até atingir o teto, estabelecido pelo SEST, de 87 mil empregados. 

PDV 

Sobre o Programa de Desligamento Voluntário, os representantes da empresa dizem que não há nada de oficial. 

Dotação máxima de hora extra 

A CEE/Caixa cobrou o fim desta sistemática e a retirada do limite. 

A Caixa disse que não irá retirar o teto por questão de economia. 

PSI 

Quanto ao impedimento de participação de empregados em unidades 'não doadoras', a Caixa não aceita mudanças. 

Faltas das greves gerais a desligados

Aos que se aposentaram ou saíram da empresa antes do acordo de retiradas dos reflexos funcionais negativos, resta o prejuízo. 

A Caixa afirma que não tem o que fazer, porque eles não têm mais ligação alguma com a empresa. 

Questionamentos sobre valores divergentes de PLR 

Com relação a este item, casos específicos podem ser enviados pelos canais internos ou via sindicatos, e serão avaliados um a um pela Geret e Cepes (Centralizadora Nacional de Recursos Humanos). 

Tesoureiros 

Os representantes dos trabalhadores reclamaram do número reduzido de tesoureiros e caixas, o que está levando tesoureiros a abrir caixas e outros problemas, como de redução de caixa forte e penalização dos trabalhadores que descumprem as normas relativas às suas atribuições por seguirem determinação e ordem dos gestores. 

Segundo a Caixa, esse assunto continua sendo objeto de estudos pela direção. E aguardando decisão da nova cúpula da empresa. 

A CEE orienta os sindicatos a realizarem reuniões com os tesoureiros para debater propostas de melhorias de condições de trabalho, a serem encaminhadas à mesa de negociação. 

Abertura X fechamento de unidades 

Conforme declarações do presidente da empresa, para este semestre não há previsão de abertura ou fechamento de agências. 

Mudanças nas áreas de marketing 

A empresa diz que está sendo revista a política, mas não há reestruturação envolvendo pessoas. 

Férias 

Os representantes da Caixa abordaram este assunto. E falaram sobre a possibilidade de parcelamento das férias em três vezes. Porém, não houve avanço. 

Conecef 

Em reunião preparatória da negociação, realizada nesta quinta-feira (11), a CEE/Caixa iniciou os preparativos do 35º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef), que será realizado em São Paulo, nos dias 15 e 16 de junho.

 

Fonte: SEEB/Brasília - Da Redação


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