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9 de Dezembro de 2015 às 09:10

Em mesa de ascensão profissional, bancários defendem melhorias nos processos seletivos do BB

Mesa temática foi uma conquista da Campanha Nacional dos Bancários de 2015. Na reunião realizada em Brasília, trabalhadores reivindicam mais objetividade e transparência nos critérios


Crédito: Guina Ferraz

A primeira rodada da mesa temática sobre ascensão profissional, realizada nesta terça-feira 8 entre o Banco do Brasil e a Comissão de Empresa dos Funcionários, da qual a Federação Centro Norte (Fetec-CUT/CN) faz parte, debateu temas como ascensão profissional, encarreiramento e, sobretudo, mais objetividade e transparência nos critérios dos processos seletivos em todas as unidades do BB. A mesa temática foi conquistada na Campanha Nacional 2015 e consta no Acordo Coletivo de Trabalho deste ano.

Além da Comissão de Empresa dos Funcionários, também participaram da reunião bancários convidados pelas federações e pelos sindicatos, que contribuíram com suas ideias e percepções sobre os processos de ascensão dentro do BB.

Os representantes dos trabalhadores defenderam que o modelo de processo seletivo adotado na Auditoria, que conta com critérios claros e objetivos, avaliação escrita e respeito à ordem de classificação, seja ampliado para o maior número de unidades do BB. Ainda foram citados pelos funcionários os processos seletivos da Diretoria Jurídica (Dijur) e o Progrid da Diretoria de Tecnologia como exemplos que devem ser utilizados de base para o debate, já que também apresentam elementos objetivos preponderantes, clareza de critérios e reduzido papel de análise subjetiva.

“Nos três processos observa-se o respeito à ordem de classificação para chamada dos selecionados”, comenta Rafael Zanon, representante da Fetec-CUT/CN na Comissão de Empresa e diretor do Sindicato de Brasília.

 

Problemas no TAO

Os representantes dos funcionários relataram os problemas que existem no TAO (sistema de recrutamento e seleção), como mudanças repentinas de parametrização, falta de respeito à ordem de classificação, falta de clareza e transparência, inexistência de "feed back" para os não selecionados e ausência de divulgação das nomeações.

“A Comissão de Empresa lembrou que a restrição de nomeações entre os 20 primeiros do TAO representa um avanço em relação ao modelo anterior, quando não havia filtro, mas ainda está muito distante do sistema defendido pelos trabalhadores. Houve denúncias de coação para retirada de nomes das listas do TAO para beneficiamento de candidatos situados após os 20 primeiros”, afirma Rafael Zanon. 

Os dirigentes sindicais também questionaram que alguns trabalhadores ficam alijados da pontuação de certos cursos e treinamentos, por não serem público alvo. “Foi reivindicado mais transparência na abertura de vagas, com prazo definido para as nomeações e  divulgação dos resultados para que os concorrentes tenham claramente as informações de conclusão de cada etapa de uma seleção. Também defendemos aumento na pontuação relativa ao tempo de serviço”, acrescenta Zanon.

Sobre a nomeação interna nas dependências, onde não é exigido estar entre os 20 primeiros do TAO, ficando a cargo do gestor a escolha, a Comissão de Empresa defendeu a criação de critérios claros e objetivos que eliminem o clientelismo e perseguições, principalmente nas grandes dependências. Houve denúncias de utilização de permutas e remoções para nomeação interna de funcionários que anteriormente não estavam entre os 20 primeiros do TAO na vaga ocupada.

 

Igualdade de gênero

Os trabalhadores defenderam programas de ascensão ou bolsas de seleção em todos os níveis gerenciais, inclusive gerentes de equipe, divisão e diretores. A questão da equidade de gênero também foi levantada, com cobrança por mais nomeações de mulheres em cargos estratégicos, por meio da utilização de políticas afirmativas. O BB apresentará dados de como estão as nomeações de mulheres na próxima reunião.

Um tema bastante debatido foi a busca de estratégias para reduzir ou eliminar a subjetividade dos gestores nas seleções, sem perder o mapeamento das competências e da análise dos perfis para cada cargo. Os bancários citaram vários exemplos de seleções que poderiam ser melhor conduzidas e houve a sugestão da participação das Gepes nos processos seletivos.

O banco informou que acontecem, em média, duas mil nomeações por mês, o que torna difícil o acompanhamento de todos os processos pelas unidades de gestão de pessoas. Mas que, ainda assim, o que se busca é melhorar cada vez mais o resultado final das seleções.

Os representantes dos funcionários cobraram a nomeação dos caixas em substituição há mais de 90 dias e os casos de nomeações em atraso nas CABB e sugeriram ainda que se estude a ampliação da ascensão horizontal para o restante do funcionalismo. Tal modelo já ocorre com gerentes nas agências, por intermédio dos módulos básico e avançado.

 

Combate às perseguições

Outro ponto bastante citado e que será debatido também nas próximas rodadas refere-se aos processos de seleção em que, velada ou diretamente, alguns gestores têm usado os códigos de greve para preterir concorrentes em seleções. Foi solicitada a inibição do acesso ao ponto de greve, tema a ser debatido na continuidade da mesa.

Também foi relatada a perseguição aos grevistas em nomeações internas nas dependências, onde os gestores detêm todo o poder de escolha. A criação de critérios nas nomeações internas foi sugestão dos trabalhadores para extinguir essa possibilidade de medida retaliatória.

As certificações internas foram objeto de debate, principalmente em relação à sua importância, aplicabilidade e validade. Também foi questionado o preenchimento das vagas internacionais.

Os bancários cobraram o fim do ato de gestão nos descomissionamentos, por entenderem que, da mesma maneira que deve haver critérios claros e objetivos na ascensão, também no descomissionamento precisam ser observadas essas premissas. Os bancários defenderam o acionamento das substituições e afirmaram que esse é um bom mecanismo de treinamento e preparação para as funções de ascensão.

Para Rafael Zanon, representante da Fetec-CUT/CN, "a mesa anterior de ascensão profissional produziu alguns pequenos avanços, mas os processos estão ainda distantes do anseio dos funcionários, trazendo muita insatisfação. Os trabalhadores apresentaram os diversos problemas existentes e aguardam da empresa um posicionamento sobre os itens elencados. O objetivo é aprimorar o modelo de ascensão dentro da empresa, eliminando o clientelismo e as perseguições, prezando pelo preenchimento justo das vagas disponíveis”.

Mônica Dieb, diretora do Sindicato dos Bancários de Brasília, ainda ressaltou que "vários trabalhadores estão desmotivados dentro da empresa, pela pirâmide de cargos que restringe a ascensão e pela falta de mais clareza e objetividade em grande parte dos processos seletivos na empresa." Lembrou também que "a participação dos bancários de base foi importante, pois “puderam contribuir com suas sugestões na visão das unidades estratégicas, Ditec, agências, PSO e Cenop”. 

Estão previstas mais duas rodadas da mesa de ascensão profissional em fevereiro e abril de 2016, onde serão aprofundados os temas debatidos nessa primeira reunião.

 

Fonte: Fetec-CUT/CN com SEEB/Brasília


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