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29 de Novembro de 2019 às 09:28

Documentário e lançamento de cartilha para população negra e LGBT encerram Novembro Negro no Sindicato


As atividades do Sindicato em alusão ao Mês da Consciência Negra foram encerradas na noite desta terça-feira (26) em grande estilo. Além da apresentação do filme Afronte, houve bate-papo com os diretores do curta e o lançamento da cartilha “Você tem Direitos!”, uma parceria entre o Sindicato e a Rede Afro LGBT.

O filme, que cruza ficção e documentário, foi produzido em 2017 e retrata a experiência afetiva de homens negros gays de Brasília. A produção coloca em xeque questões como afrocentrismo e solidão de homens pretos que amam outros homens a partir de personagens reais. 

Durante o bate-papo, Marcus Vinicius, um dos diretores, contou que o filme foi apresentado em muitos festivais de cinema, inclusive os específicos para produções negras, e que, “para muitos, assistir Afronte foi o primeiro contato com a temática que cruza a questão racial à pauta LGBT”. Afronte foi feito por meio de financiamento coletivo.

Afronte é fruto de um trabalho de conclusão de curso, mas o objetivo é estender a produção para uma série de seis episódios onde a realidade das lésbicas, bissexuais, travestis e trans também pudesse ser retratada. O filme foi criticado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que afirmou que o projeto de série, derivado do curta, e outros filmes não teriam aprovação da Agência Nacional do Cinema (Ancine) para captação de recursos por meio da Lei do Audiovisual.

“O projeto da série ainda está de pé, mas seria necessário um orçamento de R$ 400 mil para a produção. Desta vez, não tem como fazer com financiamento coletivo, mas estamos abertos para dialogar”, destacou Marcus.

A cartilha

Depois da conversa com a equipe que produziu o filme, o coletivo Rede Afro LGBT fez o lançamento oficial da cartilha “Você tem Direitos!”. O documento conta com orientações sobre como proceder em casos de racismo e LGBTfobia.

“Num momento onde não há nenhuma política pública para a população LGBT vinda do governo federal, temos que buscar mecanismos para garantir os nossos direitos”, frisou Janaina Oliveira, integrante da coordenação nacional da Rede Afro LGBT e organizadora do material.


Joanna Alves
Do Seeb Brasília


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