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17 de Maio de 2017 às 21:53

De norte a sul, população exige nas ruas renúncia de Temer e eleições diretas já!

Manifestações espontâneas convocadas pelas redes sociais se alastraram por todo o país depois das denúncias de que Temer recebeu propina da JBS para calar Eduardo Cunha


Dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas de norte a sul do país na noite desta quarta-feira 17 exigindo a renúncia do presidente não eleito Michel Temer e exigindo Diretas Já!, depois das revelações de que os donos da JBS entregaram ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, provas de que Temer pediu para a empresa "manter" uma "mesada" a Eduardo Cunha, preso em Curitiba, para evitar que faça uma delação premiada.

“É preciso apurar essas denúncias com urgência e, se confirmadas, Temer tem que renunciar para que novas eleições sejam realizadas para colocar o Brasil de novo no rumo do desenvolvimento e da dignidade”, afirma Cleiton dos Santos, presidente da Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/CN).

“Mais do que nunca é importante que os trabalhadores ocupem Brasília, como a CUT e as centrais sindicais estavam convocando para a semana que vem, para aumentar a pressão e barrar os ataques do governo ilegítimo e do Congresso corrupto contra os direitos trabalhistas e contra a reforma da previdência”, acrescenta Cleiton.

Denúncia também envolve Aécio

As revelações contra Temer foram feitas originalmente pelo jornalista Lauro Jardim, de O Globo, segundo as quais os donos do frigorífico JBS gravaram o presidente Michel Temer dando aval para comprar o silêncio do deputado cassado e ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso na operação Lava Jato. A informação dos empresários foi dada em delação à Procuradoria-Geral da República.

Segundo o jornal, Joesley Batista entregou uma gravação feita em março deste ano em que diz a Temer que estava dando a Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro uma mesada para que permanecessem calados na prisão. Diante dessa informação, Temer diz, na gravação: "tem que manter isso, viu?"

No depoimento aos procuradores da força-tarefa da Lava Jato, Joesley afirma que não foi Temer quem determinou a mesada a Eduardo Cunha, mas que o presidente "tinha pleno conhecimento" da operação pelo silêncio do ex-deputado.

Em outra gravação, também de março, Temer indica o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para "resolver assuntos" da J&F, uma holding que controla a JBS. Posteriormente, Rocha foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil, enviados por Joesley.

O colunista conta que os irmãos Joesley e Wesley Batista estiveram na quarta-feira passada (10) no Supremo Tribunal Federal (STF) no gabinete do ministro relator da Lava Jato, Edson Fachin – responsável por homologar a delação dos empresários. Diante dele, os empresários teriam confirmado que tudo o que contaram à PGR em abril foi de livre e espontânea vontade.

Também na delação de Joesley aparece o senador Aécio Neves, presidente do PSDB, que é gravado pedindo ao empresário R$ 2 milhões, sob a justificativa de que precisava da quantia para pagar despesas com sua defesa na Lava-Jato.

O pedido de ajuda foi aceito e o empresário quis saber quem seria o responsável por pegar as malas com o dinheiro. Segundo o DCM, teria se dado então o seguinte diálogo:

Joesley: “Se for você a pegar em mãos, vou eu mesmo entregar. Mas, se você mandar alguém de sua confiança, mando alguém da minha confiança”.

Aécio: “Tem que ser um que a gente mata ele antes de fazer delação. Vai ser o Fred com um cara seu. Vamos combinar o Fred com um cara seu porque ele sai de lá e vai no cara. E você vai me dar uma ajuda do c....”

Ainda segundo o DCM, Aécio indicou seu primo Frederico Pacheco de Medeiros, para receber o dinheiro. Fred, como é conhecido, foi diretor da Cemig, nomeado por Aécio, e coordenador de logística de sua campanha a presidente em 2014.

Quem levou o dinheiro a Fred foi o diretor de Relações Institucionais da JBS, Ricardo Saud, um dos sete delatores. Foram quatro entregas de R$ 500 mil cada uma. A PF filmou uma delas.

A entrega do dinheiro ao primo de Aécio, também foi filmada.

 

Fetec-CUT/CN, com Rede Brasil Atual


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