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6 de Junho de 2019 às 07:27

Dando sequência ao desmonte, Caixa pressiona os empregados a saírem no PDV


Crédito: Reprodução

Brasília - A direção da Caixa Econômica Federal anunciou uma nova reestruturação do banco. Todos os bancários sem função da Matriz e filiais, vinculados a algumas vice-presidências, o que corresponde em Brasília a algo em torno de 800 trabalhadores, serão transferidos para agências. A medida tomada, unilateralmente, sem debate com os bancários, não resolve a carência de pessoal existente nas agências e pode, junto com o Plano de Demissão Voluntária (PDV), criar uma sobrecarga maior nas áreas meio.

Na visão do Sindicato, o real objetivo da Caixa é pressionar empregados elegíveis ao PDV a saírem da empresa. “Chega a ser criminosa a forma como a direção do banco trata seus empregados, que tanto se empenham por garantir o seu crescimento e sustentabilidade. A solução apresentada não resolve o problema de atendimento nas agências, porque quem chegará forçado, por mais profissional que seja, não estará satisfeito e, com certeza, sua produção não seria a mesma, caso a opção fosse dele”, ressalta o diretor do Sindicato e empregado da Caixa Antonio Abdan.

Na opinião do dirigente sindical, “o que resolve o problema de falta de pessoal das agências é a contratação de novos empregados e um melhor encarreiramento, com a criação de mais funções e oportunidades”.

A proposta da Caixa cria um clima de insegurança entre os empregados, tanto do ponto de vista da descontinuidade de processos como de carreira. Empregados com vasto conhecimento e experiência estão sendo descartados de suas unidades (na verdade, o objetivo é descartar da empresa) sob a alegação de que, por estarem sem função, não são mais necessários.

“Isso é um tremendo erro de estratégia, pois, além de comprometer processos vitais ao crescimento do banco, joga no lixo todo um investimento em RH, inteligência da empresa, que teve um alto custo. Isso não é governança, é estupidez. Não se pode administrar uma empresa do porte e importância da Caixa como se tivesse gerenciando um boteco qualquer. Na realidade, o objetivo do Pedro Guimarães/Paulo Guedes (os PGs) é o esfacelamento da Caixa e sua futura privatização”, aponta Fabiana Uehara, diretora do Sindicato e da Contraf-CUT.

Para Maria Gaia, diretora da Fetec-CUT/CN e empregada da Caixa, “esse processo é conhecido. Foi utilizado na década de 90, no governo FHC, com o objetivo principal de possibilitar e facilitar a privatização da empresa. Foram anos muito difíceis, com transferências indiscriminadas, demissões imotivadas pelo RH 008, alterações no Saúde Caixa e PDV. À época, o que impediu a privatização da Caixa foi a união de todos os empregados, sejam de agências, filiais ou Matriz. Esse momento requer que tenhamos essa consciência, de que é necessário se unir e resistir em defesa da Caixa e de nossos empregos”.

Caixa perdeu 17 mil postos de trabalho

Em 2014, a Caixa chegou a ter 101 mil empregados e a demanda das entidades assinada em acordo era contratar mais dois mil trabalhadores, elevando o quadro de pessoal para 103 mil. “Nos últimos três anos, o banco perdeu quase 17 mil postos de trabalho. Isso vem afetando as condições de trabalho, provocando adoecimento dos trabalhadores e comprometendo a qualidade do atendimento à população”, enfatiza o presidente eleito do Sindicato, Kleytton Morais, que é funcionário do Banco do Brasil e se solidariza com a apreensão dos empregados da Caixa.

Kleytton acrescenta que, “além de mexer na rotina dos empregados com transferências compulsórias, a direção da empresa estará sobrecarregando os que ficarem, uma vez que estes terão que incorporar os serviços dos que saírem”.

O Sindicato está agindo

Desde que teve conhecimento de mais esta arbitrariedade por parte da direção da Caixa, o Sindicato dos Bancários de Brasília está trabalhando para evitar que os trabalhadores sejam prejudicados em seus direitos. “Além de procurar junto à empresa maiores esclarecimentos, acionamos nosso departamento jurídico para encontrar soluções caso a empresa não volte atrás em sua forma de agir”, informa Elis Regina, diretora da Fetec-CUT/CN e empregada da Caixa.

A dirigente sindical lembra que “a luta não pode ser só do Sindicato. Todos os empregados, principalmente o público-alvo deste desmando, precisa se mobilizar para dar um recado ao PG. Por isso, pretendemos fazer atividades, com maior ênfase nos prédios, e solicitamos que os empregados desçam e participem. Nosso descontentamento tem de ganhar vulto, por isso a participação de todos é mais que necessária”.

Fonte: SEEB/Brasília - Da Redação


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