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16 de Agosto de 2017 às 16:06

Contra reestruturação, bancários da Caixa protestam em Dia Nacional de Luta


Os empregados e empregadas da Caixa protestaram em todo o país, nesta terça-feira (15), contra a reestruturação em curso na empresa. A mobilização organizada pelo Sindicato em Brasília, neste Dia Nacional de Luta, quando ocorreu rodada de negociação entre a Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) e a empresa, se concentrou em frente ao Matriz III e reforçou a posição dos trabalhadores contra a precarização das condições de trabalho.

A ação também cobrou mais respeito da Caixa aos direitos conquistados pelos trabalhadores, uma vez que o processo de reestruturação tem sido implementado sem consulta aos atingidos. Entre as medidas anunciadas pela empresa estão a ampliação do programa GDP (Gestão de Desempenho de Pessoas), considerado uma ferramenta de assédio moral institucionalizada, a verticalização, que prejudica clientes, principalmente os de baixa renda, a migração de trabalhadores e a extinção de filiais. A Caixa pretende fechar 131 unidades internas e administrativas, mantendo 293 dos 424 departamentos em todo o país.

 Em Brasília, serão encerradas as atividades da Gerência Integrada de Gestão de Pessoas (Gipes/BR), responsável, entre outras demandas, pela gestão do plano de saúde dos empregados da empresa, o Saúde Caixa. Com a redução do quadro funcional do departamento, ficam dificultadas as autorizações para procedimentos médicos, sem contar que será extinto o atendimento presencial dos usuários. Em ofício enviado ao diretor de Pessoas da Caixa, o Sindicato demonstra preocupação com a extinção da unidade e cobra explicações sobre como se dará o processo de gestão do plano de saúde, entre outras atividades de competência da Gipes, como SESMT e PCMSO.

“A Caixa precisa garantir os empregos dos trabalhadores lotados nas áreas afetadas, pois, até o momento, eles estão impedidos de participar dos Processo Seletivos Internos, os PSIs. Além disso, se a empresa fecha uma unidade, deve garantir que nenhum empregado ficará sobrecarregado com o aumento de demanda”, alerta a diretora do Sindicato Rafaella Gomes.

Outra medida da Caixa duramente criticada é a redução de postos de trabalho no banco, que chegou a ter 101 mil empregados em 2014 e poderá ficar com menos de 90 mil após o Programa de Desligamento Voluntário Extraordinário (PDVE), reaberto em 14 de julho pela empresa.

Caixa 100% pública

Para a diretora do Sindicato dos Bancários de Pernambuco e da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), Anabele Silva, a reestruturação e, consequentemente, o desmonte da empresa afetarão sobremaneira a manutenção de programas fundamentais para o povo brasileiro.

“O acesso aos programas sociais como Bolsa Família, PIS, Fies, de saneamento e habitação, por exemplo, estão fortemente ameaçados com a ofensiva do governo Temer. A Caixa, como patrimônio do país, deve ser defendida por todos, empregados e população, já que não existem políticas públicas se não houver bancos públicos”, destaca Anabele.

 

Joanna Alves
Do Seeb Brasília


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