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19 de Julho de 2017 às 10:21

Conferência Regional da Fetec-CUT/CN começa com discussão sobre sistema financeiro e segurança

Encontro, que termina nesta quinta 20 em Brasília, também discutiu a conjuntura nacional, definiu propostas de ação e referendou os 67 delegados que o Centro Norte enviará à Conferência Nacional dos Bancários, de 28 a 30 de julho


(Atualizado às 18h05)

A Conferência Regional dos Bancários e Bancárias da Fetec-CUT/CN foi iniciada nesta quarta-feira 19 de julho, em Brasília, com o economista Carlos Eduardo Carvalho, professor da PUC-SP, fazendo uma retrospectiva do projeto de regulamentação do Artigo 192 da Constituição, que trata do sistema financeiro nacional, elaborado e apresentado pelo movimento sindical bancário em 1992 ao Congresso Nacional. Depois de discutir a conjuntura e propostas de ação para a Campanha deste ano, no final da tarde o encontro referendou os 67 delegados e observadores (eleitos nas conferências estaduais) que a Federação Centro Norte enviará à Conferência Nacional dos Bancários, que será realizada de 28 a 30 de julho em São Paulo.

"Queremos retomar essa história como ponto de partida para uma nova discussão da categoria bancária com vistas à elaboração de um novo projeto para o sistema financeiro nacional, que passa pela defesa e pela definição do papel dos bancos públicos. É um debate importante que devemos fazer tendo em vista a eleição presidencial do ano que vem”, afirma Cleiton dos Santos, presidente da Fetec-CUT/CN.

O economista Carlos Eduardo foi um dos principais coordenadores do debate realizado em 1991 e 1992 pela então Confederação Nacional dos Bancários (CNB-CUT), que resultou na elaboração do projeto de resolução do Artigo 192, apresentado ao Congresso na época, mas que foi engavetado pelos parlamentares.

Para o professor da PUC-SP, apesar de as forças progressistas estarem sob ataque cerrado, há espaço para a retomada dessa discussão. “A ofensiva liberal é muito forte, mas é também bastante  promissora, porque também é muito grande a confusão no campo conservador – e no centro do pensamento liberal a nível internacional é maior ainda. Estamos na defensiva, mas eles também não sabem o que fazer, o que permite brecha para que possamos intervir”, acredita Carlos Eduardo Carvalho.

Foi apresentado como proposta um roteiro de discussão do tema, a ser discutido e deliberado pelos delegados e delegadas presentes à Conferência.

Segurança bancária corre riscos

Depois da discussão do SFN, o presidente da Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), José Boaventura Santos, fez exposição alertando sobre os graves retrocessos para os bancários e para os vigilantes contidos no Estatuto da Segurança Privada, que substitui a lei em vigor, já foi aprovado na Câmara dos Deputados e está tramitando no Senado Federal com o número 135/2010.



“O Estatuto de Segurança Privada incorpora uma série de reivindicações dos bancários e dos vigilantes, mas traz graves problemas. Entre eles, define que a segurança das agências bancárias é assunto de interesse nacional, que tem o objetivo de acabar com as leis municipais sobre o tema, e que os serviços executados por bancários e vigilantes passam a ser considerados de segurança nacional perante a Lei de Greve”, afirma Boaventura.

O projeto está na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e pode ir a plenário do Senado a qualquer momento. “Isso é muito grave. Se isso passar, tanto bancários como vigilantes seremos categorias essenciais e não poderemos mais fazer greve. Precisamos urgentemente fazer essa discussão em todo o país e pressionar os senadores para que esse projeto não seja aprovado”, adverte o presidente da CNTV.

Grave crise econômica


Na parte da tarde, o técnico da subseção do Dieese do Sindicato de Brasília, Pedro Tupinambá, fez uma apresentação sobre a grave crise econômica que o país atravessa – a mais grave da história, segundo ele – e o desempenho do sistema financeiro nacional.

O consumo está em queda em razão do desemprego, há redução do salário real, os investimentos privados não crescem e os gastos do governo estão contidos.

O PIB caiu 3,6% em 2016, depois de queda de 3,8% no ano anterior, enquanto o lucro dos bancos tem leve recuo, embora continuem altíssimos. Em 2017, houve uma queda das operações de crédito de 2,6% até maio (índice menor nos bancos públicos), apesar de os juros e spreds continuarem altos.

De janeiro a junho de 2017, os bancos fecharam 10.752 postos de trabalho, incluindo os PDVs. O economista do Dieese alerta para os riscos de terceirizações no sistema financeiro.

No final da tarde, os dirigentes da Fetec-CUT/CN e de sindicatos filiados que integram o Comando Nacional dos Bancários (foto acima) fizeram uma avaliação das últimas campanhas nacionais e as perspectivas para a campanha 2017.

Como o índice de reajuste para 2017 já foi definido em 1% acima da inflação no acordo de dois anos assinado com a Fenaban no ano passado, foram discutidas propostas sobre emprego, saúde e condições de trabalho, segurança, igualdade de oportunidas e defesa dos bancos públicos a serem levadas à Conferência Nacional dos Bancários. E no final foram referendados os nomes dos 61 delegados e delegadas que representarão o Centro Norte na Conferência Nacional, além de seis observadores.

Por sindicato, a relação é a seguinte:

Acre 1

Amapá 1

Brasília 30

Campo Grande 5

Dourados 2

Mato Grosso 5

Roraima 1

Pará 9

Rondonópolis 2

Rondônia 3

Sintraf Ride 1

Sinbama 1


A Conferência termina nesta quinta-feira 20, com a seguinte programação:

20 de julho -  Painel (no Teatro dos Bancários)

9h00 -  A reforma trabalhista: Impactos e desafios.
Palestrantes: Economista Dari Klein, professor da Unicamp, e dr. Grijalbo Coutinho, presidente da Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho (Anamatra)

10h30 – Debate.

12h – Debate.

11h30 – Encaminhamentos.

12h - Encerramento.

 

61 delegados e observadores

Acre 1

Amapá 1

Brasília 30

Campo Grande 5

Dourados 2

Mato Grosso 5

Roraima 1

Pará 9

Rondonòpolis 2

Rondônia 3

Sintraf Ride 1

Sinbama 1


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