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25 de Setembro de 2015 às 13:04

Comando rejeita proposta de 5,5% e orienta greve a partir de 6 de outubro

Proposição dos banqueiros, que é 4% inferior à inflação do período e ignora as reivindicações sociais dos bancários, como saúde e condições de trabalho, é um desrespeito aos trabalhadores


Crédito: Jailton Garcia - Contraf-CUT

O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT e integrado pela Federação Centro Norte (Fetec-CUT/CN), rejeitou de pronto na mesa de negociação a proposta apresentada nesta sexta-feira 25 pela Fenaban, de reajuste de apenas 5,5% (4% a menos que a inflação do período), abono salarial de R$ 2.500,00 e manutenção da PLR nos mesmos valores do ano passado. O Comando aprovou um calendário de mobilização que aponta para a deflagração de uma greve nacional por tempo indeterminado a partir de 6 outubro, com assembleias deliberativas no dia 1º, caso até lá os bancos não atendam as reivindicações da categoria. 

“Além de ser uma proposta muito insuficiente nas cláusulas econômicas, na proposta apresentada os banqueiros ignoraram nossas reivindicações sociais, que consideramos muito importantes, como garantia de emprego, saúde e condições de trabalho, combate ao assédio moral, segurança e igualdade de oportunidades”, avalia José Avelino, presidente da Fetec-CUT/CN e integrante do Comando Nacional.

“Com os lucros recordes, que chegaram a R$ 36 bilhões somente no primeiro semestre, a proposta dos bancos é um desrespeito a seus trabalhadores. Por isso vamos intensificar a mobilização e ir para a greve nacional para pressionar os banqueiros a apresentarem uma nova proposta que atenda nossas reivindicações”, acrescenta Avelino.

 

A proposta econômica dos bancos

Reajuste de 5,5% (4% inferior à inflação de 9,88% dos últimos 12 meses) sobre todas as verbas salariais.

Abono salarial de R$ 2.500,00, em única parcela, que não será incorporado aos salários.

Piso portaria após 90 dias - 1.321,26 (incidência dos 5,5% aos valores atuais).

Piso escritório após 90 dias - R$ 1.895,25.

Piso caixa/tesouraria após 90 dias - R$ 2.560,23 (salário mais gratificação mais outras verbas de caixa).

PLR regra básica - 90% do salário mais R$ 1.939,08, limitado a R$ 10.402,22,. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 22.884,87.

PLR parcela adicional - 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 3.878,16.

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Antecipação da PLR

Primeira parcela depositada até dez dias após assinatura da Convenção Coletiva e a segunda até 1º de março de 2016. 

Regra básica - 54% do salário mais fixo de R$ 1.163,44 , limitado a R$ 6.241,33 e ao teto de 12,8% do lucro líquido - o que ocorrer primeiro.

Parcela adicional - 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2015, limitado a R$ 1.939,08.

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Auxílio-refeição - R$ 27,43.

Auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta - R$ 454,87.

Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses) - R$ 378,56.

Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses) - R$ 323,84.

Gratificação de compensador de cheques - R$ 147,11.

Requalificação profissional - R$ 1.294,49.

Auxílio-funeral - R$ 868,58.

Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto - R$ 129.522,56.

Ajuda deslocamento noturno - R$ 90,67.

As principais reivindicações dos bancários

 

A pauta de reivindicações da Campanha 2015 foi definida na 17ª Conferência Nacional dos Bancários, realizada entre 31 de julho e 2 de agosto, em São Paulo. As principais demandas são as seguintes:

• Reajuste salarial de 16% (reposição da inflação mais 5,7% de aumento real).

• PLR de 3 salários mais R$7.246,82 fixos. 

• Piso salarial de R$3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).

• Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (equivalente ao salário mínimo nacional).

• Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral, que adoecem os bancários.

• Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.

• Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS)  para todos os bancários.

• Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.

• Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários. 

• Igualdade de oportunidades: fim das discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transsexuais e pessoas com deficiência (PCDs). 

 

Calendário de mobilização

29/9 – Dia Nacional de Luta.

1º/10 – Assembleias em todo o país para rejeitar a proposta da Fenaban e aprovar deflagração de greve a partir de 6 de outubro.

2/10 – Reunião do Comando Nacional dos Bancários.

5/10 – Assembleias organizativas da greve.

6/10 – Início da greve por tempo indeterminado.

 

Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal

Os dois bancos públicos federais ignoraram pedido de negociação formalizado pela Contraf-CUT e nem se posicionaram em relação a uma data para dar continuidade às discussões das reivindicações específicos da Campanha Nacional 2015.

 

Fonte: Fetec-CUT/CN


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