O Comando Nacional dos Bancários, integrado pela Federação do Centro Norte (Fetec-CUT/CN) e coordenado pela Contraf-CUT, entregou nesta terça-feira 9 à Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) a pauta de reivindicações da Campanha 2016, que tem como destaques aumento de real de 5%, PLR de três salários mais R$ 8.317, piso salarial de R$ 3.940, fim das demissões e mais contratações, melhores condições de trabalho e fim do assédio moral, mais segurança e igualdade de oportunidades.
O Comando Nacional e os bancos definiram na reunião que a primeira rodada de negociação será sobre emprego, no dia 18 de agosto. No dia seguinte, o tema será remuneração. As datas das rodadas de negociação sobre saúde, condições de trabalho e segurança bancária e sobre igualdade de oportunidades serão definidas no dia 18.
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O encontro foi realizado na sede da Fenaban, em São Paulo. Na sequência, no mesmo local, o Comando entregou à direção da Caixa a minuta específica de reivindicações dos empregados. A pauta específica do funcionalismo do Banco do Brasil será entregue à direção da empresa na quinta-feira 11, também em São Paulo. A entrega da minuta específica dos funcionários do Banco da Amazônia e do BNB ainda não tem data definida. No BRB, os bancários definirão sua pauta específica de reivindicações nesta sexta-feira 12.
A Campanha Nacional será unificada entre bancários de bancos públicos e privados. As reivindicações gerais da categoria, o que inclui o índice de reajuste, serão negociadas na mesa única da Fenaban e mesas concomitantes com BB, Caixa, Banco da Amazônia e BNB para as demandas específicas.
“Nós bancários da região Centro Oeste e Norte do país estamos juntos para que tenhamos uma campanha forte em busca de novas conquistas. Unidos, somos fortes. Sabemos que será uma campanha difícil, mas nossa unidade, independente de sermos bancos públicos ou privados, e nossa força com certeza nos levarão à vitória”, afirma José Avelino, presidente da Fetec-CUT/CN, que participou da reunião na Fenaban.
A pauta de reivindicações foi aprovada pela 18ª Conferência Nacional dos Bancários, realizada em São Paulo entre 29 e 31 de julho.
As principais reivindicações
˃ Reajuste salarial de 14,78%, o que significa 5% de aumento real acima da inflação.
˃ PLR de três salários mais R$ 8.317,90 fixos para todos.
˃ Piso salarial de R$ 3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).
˃ Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$ 880,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
˃ Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
˃ Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.
˃ Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
˃ Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
˃ Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, como determina a legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
˃ Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transsexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
A pauta dos empregados da Caixa
Após a entrega da pauta à Fenaban, o Comando Nacional também entregou à direção da Caixa a minuta específica dos empregados, aprovada no 32º Congresso Nacional realizado entre 16 e 19 e junho, em São Paulo.
“Na entrega da minuta, notamos que teremos uma negociação muito difícil em relação aos bancos e na Caixa não será diferente, pois temos uma pauta específica que entre outras reivindicações solicita a contratação de mais empregados, melhores condições de trabalho, Funcef, Saúde caixa. Então o primeiro passo já foi dado e vamos pressionar a Caixa por um bom acordo”, diz Edson Gomes, presidente do Sindicato do Amapá e representante da Fetec-CUT/CN na Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa).
Os empregados defendem o banco 100% público e o fim da reestruturação, adoção de jornada de 6h para todas as funções, isonomia entre novos e antigos empregados, melhores condições de trabalho e políticas de promoção da saúde do trabalhador.
Os empregados também reivindicam que, para os casos de reestruturação a Caixa deve agir com transparência junto à Comissão Executiva dos Empregados (CEE Caixa), realizando debates prévios e objetivos sobre as mudanças em pauta.
Quanto à jornada e ao Sipon, os trabalhadores querem o pagamento obrigatório das horas extras, com acréscimo de 100% da hora normal, adoção de jornada de 6 horas para todas as funções, extinção da jornada indeterminada e proibição do trabalho em dias de descanso remunerado.
Também está na pauta da Caixa isonomia de direitos entre novos e antigos empregados, licença prêmio e anuênio.
Melhores condições de trabalho, principalmente nas questões relativas a segurança bancária e infraestrutura das unidades, além do fim da terceirização e do Caixa Minuto também constituem a minuta.
Os empregados vão reivindicar ainda o fim do programa Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP), combate ao assédio moral e sexual, melhoria no atendimento do Saúde Caixa, além de medidas de prevenção da saúde do trabalhador.
Na Funcef, a luta é pela extinção do voto de minerva em todas as instâncias da Fundação e incorporação do REB ao Novo Plano.
A minuta do funcionalismo do BB
Já o funcionalismo do BB, no 27º Congresso Nacional realizado também entre 16 e 19 de junho, definiu como prioridades para a Campanha Nacional 2016 a unidade e a resistência em defesa dos bancos públicos.
Em relação à remuneração, reivindicam PCR com interstícios de 6% na tabela de antiguidade e mérito, com piso do Dieese, visando também recompor as perdas do governo FHC.
Veja mais reivindicações dos bancários do BB:
˃ Defesa do banco público, contra a privatização.
˃ Jornada de seis horas para todos, sem redução de salário.
˃ Vale alimentação e refeição na licença saúde e maternidade.
˃ Não constar nenhum registro no ponto eletrônico sobre falta de greve.
˃ Fim do desvio de função, pagamento das substituições.
˃ Critérios transparentes e objetivos de ascensão profissional.
˃ Mais contratações.
˃ Redução para 10 anos do prazo de elegibilidade no Previ Futuro.
˃ Prazo amplo para utilização de folgas adquiridas.
˃ Isonomia: licença prêmio e férias de 35 dias para os pós-98.
˃ Fim dos problemas decorrentes da implantação do modelo BB Digital.
˃ Melhoria das condições de trabalho nas PSOs.
˃ Fim dos descomissionamentos imotivados (fim do ato de gestão).
˃ Pagamento de 7ª e 8ª horas.
˃ Maior prazo para cumprimento de horas negativas.
˃ Manutenção de remuneração e praça dos trabalhadores em caso de reestruturações.
˃ Comitês de ética paritários.
˃ Fim da imposição de metas e combate ao assédio moral.
˃ Reivindicações específicas para o Sesmt e Ouvidoria.
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Cassi e Previ
O funcionalismo do BB reivindica ainda mais autonomia na estrutura do Sesmt e implantação na Cassi do modelo de assistência integral à saúde. Na Previ, a luta é pela manutenção da participação de associados na gestão, ameaçada pelo PLP 268, pelo fim do voto de minerva, melhoria dos benefícios para os participantes, redução das taxas de carregamento e administração e contribuição 2B a todos, inclusive incorporados.
BRB
Os bancários do BRB debatem suas demandas e definem sua pauta específica de reivindicações em seminário que será realizado na próxima sexta-feira (12).
Banpará
Os bancários do Banpará entregarão a Minuta Específica, durante reunião na sede do banco em Belém, no próximo dia 11 às 14h. A minuta foi debatida e aprovada durante o 8º Encontro dos Bancários e Bancárias do Banpará realizado em Belém-PA, no dia 11 de junho.
Banco da Amazônia
O Comando Nacional solicitou agenda com o banco para entrega da Minuta para o próximo dia 12 e aguarda a confirmação do banco. A minuta foi debatida e aprovada durante o 8º Congresso Nacional de Bancários e Bancárias do Banco da Amazônia realizado em Belém no dia 02 de julho.
Fonte: Fetec-CUT/CN, com Seeb Brasília - Atualizada às 19h