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15 de Janeiro de 2018 às 14:39

Citigroup anuncia que pretende acabar com diferenças salariais por gênero e por raça


Bloomberg, no Valor Econômico

NOVA YORK  -  O Citigroup anunciou que vai averiguar, publicar e tomar medidas para acabar com as diferenças salariais entre homens e mulheres e entre minorias nos Estados Unidos e outros dois países. A medida se deve a uma proposta apresentada pela acionista Arjuna Capital, com sede em Boston, e é a primeira do tipo a ser tomada por um grande banco americano. 

Além dos EUA, o Citigroup também estudou a remuneração no Reino Unido - onde esse tipo de relatório agora é obrigatório - e na Alemanha. 

O Citigroup aumentará a remuneração das mulheres e das minorias nos EUA e também nos casos em que os aumentos sejam justificados para acabar com a desigualdade, informou o banco em comunicado. A instituição também prometeu fazer análises similares nos outros países onde seus mais de 200.000 funcionários trabalham.

O foco no pagamento "respalda nossas iniciativas para atrair e reter os melhores profissionais e para recompensar o desempenho", afirmou o Citigroup. Cerca de metade dos funcionários do banco são mulheres, mas apenas um quarto dos executivos seniores são mulheres; 11% dos seus empregados dos EUA são afro-americanos, embora apenas 1,6% dos executivos seniores sejam afro-americanos.

O Citigroup informou que analisou a remuneração total de seus funcionários nos EUA, Reino Unido e na Alemanha considerando fatores como nível do cargo, função e localização geográfica. O banco concluiu que as mulheres ganharam, em média, 99% do salário dos homens e que as minorias dos EUA obtiveram 99% do salário de grupos não minoritários.

O Reino Unido exige que todas as empresas, incluindo as estrangeiras, como o Citigroup, informem publicamente os dados salariais segundo o gênero a partir de abril. Os números se baseiam nas médias da força de trabalho total, e aqueles relatados pelas instituições financeiras, até agora, tendem a ser muito maiores que a disparidade nacional de remuneração de gênero, de 18%. Brian Levine, sócio da Mercer Consulting, que analisa a remuneração, disse que esses números diminuem entre 1% e 3% para a maioria das empresas quando a função do cargo, o tempo de casa e outros fatores são levados em consideração, principalmente porque as mulheres estão concentradas em empregos de menor de menor remuneração. Ele acrescentou que algumas empresas estão realizando análises de forma proativa em todo o mundo antes da divulgação exigida pelo Reino Unido.

"O Citigroup está assumindo um papel de liderança na diferença de remuneração por gênero que não vimos em nenhum de seus pares financeiros dos EUA", disse Natasha Lamb, sócia da Arjuna, que espera que outros bancos sigam o exemplo. 

A empresa pressionou, com êxito, sete companhias de tecnologia a divulgar suas diferenças salariais por gênero em 2016. Ela empreendeu uma iniciativa semelhante com os bancos dos EUA, no ano passado, incluindo o Citigroup, mas foi rejeitada pelas instituições financeiras.

Outras oito instituições financeiras serão alvo da Arjuna na temporada de reuniões com acionistas de 2018: JPMorgan Chase, Wells Fargo, Bank of America, Bank of New York Mellon, American Express, Mastercard, Reinsurance Group of America e Progressive. As propostas solicitam que as empresas publiquem suas políticas e metas para reduzir as disparidades salariais por gênero.



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