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7 de Junho de 2019 às 13:53

Caixa: reestruturação arbitrária é alvo de protesto dos empregados


Crédito: SEEB/BSB

Brasília - Os empregados e empregadas da Caixa não vão se calar. Aos som da bateria da Escola de Samba Capela Imperial de Taguatinga, os trabalhadores denunciaram nesta quinta-feira (6), em frente ao edifício Matriz II, a tentativa de reestruturação arbitrária anunciada por Pedro Guimarães sem debate com os bancários. Cerca de 800 empregados lotados em Brasília estão na lista do presidente da instituição.

A manifestação, que se repetiu em outros estados, contou com a adesão de vários trabalhadores, que ressaltaram a gravidade da medida idealizado por Pedro Guimarães/Paulo Guedes (PGs), que tem como objetivo claro o enfraquecimento da Caixa, facilitando assim sua privatização.

“Pedro Guimarães quer que os bancários sem função da Matriz e filiais, vinculados a algumas vice-presidências, sejam transferidos para agências como se isso resolvesse a questão de falta de pessoal. Tem concursado de 2014 esperando ser chamado até hoje. Além dessa insegurança, o presidente ainda lança um Programa de Demissão Voluntária (PDV), deixando claro que quer esvaziar a Caixa, seguindo os comandos do ‘guru econômico’ desse desgoverno”, destacou o diretor do Sindicato e empregado da Caixa Antonio Abdan.

O protesto, de acordo com Vanessa Sobreira, diretora do Sindicato e da CUT Brasília, “é contra essa política nefasta que tem sido aplicada pela direção da Caixa, que sequer tem criatividade. Se remete àquela reestruturação nos bancos públicos lá nos anos 90, que também tinha um público-alvo. De novo, os empregados sem função dos prédios estão na mira da direção da empresa”.

Para Maria Gaia, diretora da Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/CN), “essa história já é conhecida pelos empregados da Caixa, tanto os que entraram antes quanto os que ingressaram depois de 2002. Depois dos oito anos de governo FHC, a Caixa ficou arrasada com a redução de 75 mil para 56 mil empregados, substituindo fraudulentamente o bancário por estagiários, e ampliando a terceirização. É esse processo que está em curso na Caixa, a partir de uma direção sem compromisso com o social e com este patrimônio público centenário brasileiro”.

Bancária da Caixa aposentada e diretora do Sindicato, Marlene Dias chamou o presidente no diminutivo ao questionar: “Pedrinho, quando você está entre seus familiares, você não se envergonha de tentar acabar com a estrutura da Caixa Econômica Federal, uma empresa centenária?”

Kleytton Morais, presidente eleito do Sindicato em maio para o triênio 2019-2022 e bancário do BB, destacou que “é com unidade que nós estabeleceremos esse espaço de diálogo e resistência. São várias as ameaças que cercam os bancos públicos. A intenção deste governo é fragilizar aqueles e aquelas que sustentam a Caixa, instrumentos reais da defesa da empresa. Não o farão e este ato marca o prenúncio da resistência dos empregados deste patrimônio do povo”.

Domingos José D’Amico, empregado lotado no Matriz II e que faz parte do público-alvo da reestruturação, lembrou que as unidades estão esvaziadas, fruto da política quem vem sendo adotada nos últimos anos por governos privatistas. “Não sobra gente em nenhuma área, como argumenta o presidente. Na verdade, falta pessoal porque só saiu gente. Essas medidas distorcem o papel central da empresa, que não é dar lucro, mas atender a sociedade brasileira com qualidade”, frisou D’Amico.

Jurídico do Sindicato

O departamento jurídico do Sindicato tem conquistado vitórias importantes para os empregados e empregadas da Caixa nos últimos meses.

Secretária de Assuntos Jurídicos da entidade, Marianna Coelho disse que “a atuação do Sindicato não se esgota na política, uma vez que, não vencendo pela estratégia da negociação, a representação dos trabalhadores recorre ao judiciário”. E acrescentou: assim que tomamos conhecimento desta reestruturação, já entramos com uma liminar que adia o processo de transferência forçada dos bancários lotados na Matriz e filiais para as agências”.

Com esta estratégia, o Sindicato ganha tempo para outras ações que pretendem encerrar essa arbitrariedade travestida de reestruturação.

Para agendar atendimento jurídico, basta entrar em contato pela Central de Atendimento do Sindicato pelo 3262-9090 ou pelo [email protected]. O Sindicato também oferece atendimento ao bancário que estiver passando por sofrimento. Estamos juntos para acolher o colega, por meio da Clínica do Trabalho da Secretaria de Saúde.

Defesa dos bancos públicos na Greve Geral

Diretores do Sindicato de outros bancos participaram da atividade em solidariedade. Ricardo Machado, funcionário do BB, mencionou que “o que vem acontecendo é mais uma medida desse governo golpista de Bolsonaro que vem atacando sistematicamente os trabalhadores e o patrimônio público nacional na perspectiva da sua privatização. Essa pauta será levada por nós para as ruas, na Greve Geral de 14 de junho, porque não vamos permitir que entreguem os bancos públicos para meia dúzia de banqueiros e para o capital internacional”.

“Há um conjunto de propostas nefastas que tem o claro entendimento de minar a população mais pobre. O desmonte da Caixa não dialoga com a questão da privatização, mas com o desmonte da sociedade brasileira. Quando você ataca os bancos públicos, muitas vezes os únicos a atender no interior do país, nas pequenas cidades, há um impacto enorme para toda a população, principalmente pelas políticas públicas de responsabilidade de empresas como o BB e a Caixa”, explica o diretor do Sindicato e da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Jefão Meira.

Dirigentes da Fetec-CUT/CN e da Fenae somaram forças ao protesto.

 

 

Joanna Alves
Do Seeb Brasília


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