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4 de Fevereiro de 2019 às 07:03

Caixa frustra na primeira negociação do ano, marcada por protesto dos empregados


Crédito: Contraf

Brasília - Um protesto da Comissão Executiva dos Empregados (CEE), com cartazes e faixas com palavras de ordem em defesa da Caixa, abriu nesta sexta-feira 1º de fevereiro a primeira rodada do ano da mesa permanente de negociação entre os representantes dos trabalhadores e a direção da empresa, em Brasília. 

A manifestação é uma resposta às declarações do novo presidente da instituição financeira, Pedro Guimarães, que confirmou, em evento do Credit Suisse, que reuniu investidores em São Paulo, a abertura de capital de suas subsidiárias - as unidades de cartões, seguros, loterias e gestão de recursos. 

“É um fatiamento que pode acabar com a empresa, e a reunião começou por esse debate, o que deixou o clima tenso logo de início”, afirmou o diretor do Sindicato e representante da Federação dos Bancários Centro Norte (Fetec-CUT/CN) na CEE, Wandeir Severo.     

Sobre a pauta geral tratada na negociação, o dirigente sindical resume: “Eles [os negociadores do banco] só tinham respostas para as poucas coisas que já estavam decididas da gestão passada. E mesmo algumas coisas que afirmavam [de novo], logo em sequência diziam que ‘isso ainda pode mudar com a nova gestão’”. 

Confira o que foi debatido na reunião: 

Fóruns Regionais de Condições de Trabalho 

A Caixa garante que os fóruns continuarão funcionando e serão retomados a partir do ponto de onde paralisaram os serviços. O banco entregou um modelo de funcionamento que já foi repassado às Gipes e Repes e que, segundo a empresa, está dentro do que foi negociado. A CEE irá conferir o documento. 

Agências digitais 

Vários questionamentos foram feitos pelos bancários em relação às agências digitais, principalmente voltados à condições de trabalho e ergonomia,  jornada,  remuneração, volume de atividades e negócios e ampliação futura. 

A Caixa ressaltou garantiu que o respeito à jornada de trabalho é uma das premissas nessas unidades e informou que os novos gerentes gerais já foram nomeados com função equiparada aos gerentes gerais das demais agências. 

A Caixa conta hoje com um total de 100 agências digitais. 

Promoção por Merecimento 

Depois de cobrada, a Caixa aceitou manter a comissão paritária para discutir as regras que regem a Promoção por Merecimento e realizar a primeira reunião neste mês. 

Foi cobrada pela CEE a apresentação dos números detalhados de 2018 para balizar os debates da comissão. 

Plano de Desligamento Extraordinário (PDE) 

A Caixa informou que 1.426 aderiram ao PDE, sendo 962 deles na rede de atendimento. 

“Novamente fica claro que as agências estão cada vez mais carentes de mão de obra, com saídas sem reposição. Se esse ciclo vicioso não for interrompido,  a Caixa será dizimada e o povo ficará à mercê da ganância dos bancos privados e o seu deus-mercado", reforçou Wandeir. “A nossa cobrança por mais contratações voltou à mesa e deixamos claro que a convocação de todos e todas que estão aprovados em concursos é urgente”.  

O trabalhadores também cobraram que os novos empregados e empregadas admitidos por decisão judicial sejam imediatamente inseridos no Saúde Caixa. 

Aproveitando o debate, a representação da empresa sugeriu que o assunto Saúde Caixa seja remetido ao GT que discute o assunto, mas não houve acordo. Assim, seguiu o debate sobre as várias questões de saúde do trabalhador, sendo cobrada a realização de reunião do grupo de trabalho, que foi marcada para o próximo dia 18.

Por fim, a Caixa não apresentou resposta para a questão dos novos, praticamente admitindo o não cumprimento do acordo até hoje neste item. 

Sobre a manutenção do Saúde Caixa aos que saíram via PDE, será prorrogado o prazo para apresentação da documentação ncessária, mas é preciso estar atento ao fato de as regras não haverem mudado, de acordo com a resolução da empresa em relação aos que se aposentaram (ou protocolaram o pedido) pelo INSS até 31/12/2018. 

GDP  

Exposto o problema de descomissionamento baseados na Gestão de Desempenho de Pessoas, alvo de recorrentes críticas do Sindicato, a Caixa insiste que os ciclos de avaliação do programa estão sendo respeitados. A representação dos trabalhadores, porém, apresentou vários casos em que eles não foram. 

Validação de atestados

A pauta diz respeito aos empregados que estão sendo chamados a revalidar/homologar os atestados médico durante a sua vigência. A Caixa se agarra a uma legislação alegando que é direito da empresa fazê-lo, mas não apresenta o critério que utiliza para a convocação dos bancários. 

Quanto à recusa em aceitar atestados de comparecimento, a Caixa ficou de enviar a queixa dos bancários à área gestora, para avaliação e com vistas a sanar o problema. 

PSICs 

Foram colocados os vários problemas constatados nos Processos Seletivos Interno por Competência (PSICs), quase todos relacionados às vedações de participação. 

Contudo, a Caixa não demonstra disposição alguma em melhorar as condições de avaliação. Como não poderia deixar de ser, o debate girou em torno da justiça nos critérios de acesso aos processos e o consequente direcionamento de vagas, tendo em vista que alguns PSICs são usados para “maquiar” nomeações por indicação. 

No longo debate, coube ainda um protesto da Comissão Executiva contra a ocupação de vice-presidências da Caixa por pessoas com perfil completamente alheio à empresa e escandalosamente distante do ramo financeiro e de fomento. 

O debate foi ríspido e com ânimos exaltados, porém se encerrou sem avanço.

Metas de vendas e descomissionamento de Caixas  

Denúncias de metas e pressão por vendas nos guichês de caixa, ocasionando,  inclusive, descomissionamentos, deram o tom da discussão sobre esse tópico. 

A Caixa admite que há produtos que podem ser comercializados nos caixas, mas nega que haja meta para vendas. Limitou-se, entretanto, apenas a levar tais demandas à área gestora e avaliar a possibilidade de reforçar as orientações relativas a GDP, objetivos smart, Conquiste Caixa. 

Verticalização 

A Caixa garante que estão mantidas, neste momento, as funções, mesmo dos gerentes e das gerentes que ainda não estão com carteiras completas. Contudo, fica evidente que não há qualquer garantia de manutenção da diretriz atual, dadas as mudanças na alta gestão da empresa. 

Segundo o dirigente sindical Wandeir Severo, “podem haver cortes de função em massa a qualquer momento, considerando as posturas da atual diretoria da empresa e as profundas mudanças nos andares mais altos da Matriz”. 

Fechamento de unidades 

A empresa não soube informar quantas agências pretende fechar em 2019. 

Gerentes de Atendimento de Canais

Foi liberado para esse segmento o auxílio combustível/deslocamento, reivindicação muito antiga, e nada mais das demais reivindicações. 

Gerente de Atendimento PJ     

Nenhuma reivindicação desses bancários foi atendida. E o cenário ainda pode piorar com o advento da nova gestão.  

Sobre o piloto de novos modelos de agências (sem caixa) por segmentação,  a Caixa informou que está suspenso aguardando a nova gestão. 

Censura prévia nos malotes 

A Caixa garante que não há qualquer censura no envio de malotes dentro das regras normalizadas. 

Leilão da Lotex

A Caixa ainda insiste em fazer o leilão. 

Dias parados de greves passadas

Segundo o banco, permanecem os impactos e descontos financeiros dos dias parados.  

GT Funcef

Quanto ao GT para debater o contencioso da Funcef, segundo a Caixa, enquanto o fundo de pensão não aceitar participar dele, a empresa não instalará o grupo.

Fonte: SEEB/Brasília - Da Redação


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