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24 de Junho de 2018 às 15:07

Caixa é o único grande banco que se recusa a iniciar negociação da campanha 2018


Crédito: Reprodução

Brasília - Ignorando os pedidos do movimento sindical, a Caixa Econômica Federal é o único entre os grandes bancos que ainda não agendou com os trabalhadores uma data para o início das negociações da minuta de reivindicações específicas, passadas mais de duas semanas da entrega da pauta à direção da empresa.  

O diretor do Sindicato e representante da Federação Centro Norte (Fetec-CUT/CN) na Comissão Executiva dos Empregados, Wandeir Severo, diz ver com estranheza esse tipo de postura, já que a Caixa integra a mesa única de negociação com a Fenaban, que, nesta quinta-feira (28), deu início às discussões da Campanha 2018 com o Comando Nacional dos Bancários. Ele também lembra que, com o Banco do Brasil, os representantes dos trabalhadores debatem a pauta específica nesta sexta (29).  

“Se antes a desconfiança era de que a direção da Caixa iria se esconder atrás da mesa geral da Fenaban para fugir da mesa específica, isso agora ficou claro”, dispara o dirigente sindical, criticando o fato de que o banco quer marcar a primeira rodada somente para o dia 23 de julho. “Qual a razão para não começar logo o processo negocial? Por que para daqui a quase um mês?”, questiona. “Se os outros bancos estão negociando, do que está fugindo a Caixa? Por que o boicote ao processo negocial? Nem dá para dizer que esta direção é inábil. Muito pelo contrário! As suas intenções são claras em deteriorar a Caixa, seu patrimônio e seus empregados e empregadas”.   

‘Negociação’ via Judiciário 

Tanta demora é só mais uma demonstração da incompetência da atual direção da empresa em lidar com as demandas dos empregados e seus representantes sindicais. Wandeir lembra que essa postura está se tornando permanente e a Caixa vem colecionando desastres quando o assunto são práticas de gestão – impondo decisões, falta com comprometimento com os empregados e o futuro do banco, esvaziado do seu papel social a cada dia e da sua importância para a promoção das políticas públicas e o desenvolvimento econômico.    

Prova cabal desse “modelo de gestão” antiquado é que Caixa só está tratando das pendências com os trabalhadores no Judiciário, acionado pelos trabalhadores. Basta ver o caso do Saúde Caixa. Assim como outras entidades que não foram ouvidas, o Sindicato ingressou com uma ação judicial contra o reajuste dos valores do plano de saúde dos empregados, feito de forma arbitrária, obtendo decisão favorável. O banco não só passou por cima do acordo aditivo como não apresentou nenhuma informação relativa ao aumento nas últimas reuniões com as entidades representativas dos empregados. 

O Sindicato também teve que recorrer à Justiça e obteve liminar contra a Caixa numa ação civil pública reivindicando a imediata suspensão dos efeitos da revogação do RH 151 e das alterações decorrentes para os empregados admitidos até 9 de novembro de 2017.  

São exemplos, entre muitos outros que poderiam ser enumerados, de embates entre trabalhadores e banco que não onerariam tanto os primeiros se fossem resolvidos como deveria ser se mantido o curso normal da relação entre uma centenária empresa pública e aqueles que fazem dela o que ela é: com diálogo, boa-fé e respeito. Ingredientes que a Caixa decidiu jogar para debaixo do tapete, para onde também sua direção parece querer varrer o banco e seus empregados. 


Fonte: Seeb Brasília



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