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5 de Junho de 2020 às 07:22

Brasil tem novo recorde com 1.473 mortes e supera Itália. Morre um brasileiro por minuto e Bolsonaro quer liberar praias

Com 34.021 óbitos pela covid-19, país se tornou terceiro no mundo, atrás apenas de EUA e Reino Unido


Crédito: New York Times
Cemitério da Vila Formosa, em São Paulo

RBA
Hélder Lima

São Paulo – O Brasil superou a Itália em número de mortes por covid-19 neste dia 4 de junho. Com 1.479 óbitos nas últimas 24 horas, o país tem seu terceiro dia seguido de recorde de diário e agora só está atrás de Estados Unidos e Reino Unido em perdas de vidas pela doença. Já são 34.021 mortes desde o início da pandemia, e 614.941 casos confirmados – sendo 30.925 apenas ontem. (Informação acrescentada pela Fetec-CUT: como o dia tem 1.440 minutos, mais de um brasileiro morreu por minuto nesta quinta).

Enquanto a curva de mortes e contaminações pela covid-19 ainda é crescente e a pandemia ainda acelera no país, o presidente Jair Bolsonaro afirmou neste 4 de junho que a Advocacia Geral da União (AGU) vai emitir parecer favorável à liberação de praias durante o período de isolamento social e pandemia.

"Eu não posso ditar uma política para que estados e municípios ataquem melhor essa questão do vírus. Isso é de responsabilidade exclusiva de governadores e prefeitos. E tem certos governadores aí que pelo amor de Deus..., ainda correndo atrás de gente na praia. Eu acho que estava previsto sair hoje da Advocacia Geral da União um parecer favorável a que se usar a praia", afirmou.

"A partir de hoje, ou amanhã, quando para publicado, se alguém entrar na Justiça, já sabe que o governo federal vai opinaravelmente favorecida àquela pessoa ir para a praia. E o juiz de cada cidade que vai recepcionar esse mandado de segurança que vai decidir se o João pode ir para a praia ou não (...). E segundo o Supremo Tribunal Federal não concorre a mim decidir essa questão", afirmou, incentivando a desobediência a medidas de isolamento social.

No estado de São Paulo, epicentro de casos e mortes pela covid-19 no país, e na capital paulista, o governador João Doria e o prefeito Bruno Covas (ambos PSDB), começam a ceder a pressões para abrandar a quarentena. A Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) e o Sindicato dos Advogados de São Paulo (SASP) protocolaram neste dia 4 de junho Ação Civil Pública com pedido de Tutela provisória de Urgência para que o Tribunal de Justiça do Estado contenha a flexibilização do isolamento.

Testículos

Até o momento, 3,12 milhões de testes de laboratório (RT-PCR) foram distribuídos para laboratórios centrais. Conforme o balanço do Ministério da Saúde, desde o início da pandemia foram solicitados 752,4 mil exames. Destes, 620 mil foram requeridos para covid-19 e 132 mil para outros vírus respiratórios. Dos primeiros, 556 mil foram analisados, 32 mil estão em trânsito (amostra foi coletada mas não chegou ao laboratório) e 32 mil em análise.

Os exames operados por laboratórios privados somam 529,7 mil até o momento. Considerando esta modalidade, o total de testes chega a 1,08 milhão. Comparado com o contingente populacional, o Brasil está com uma média de 8,7 mil testes por milhão de habitantes.

A média geral é de 36,3 mil exames por semana. E a média de resultados positivos vem se mantendo em 29%, enquanto os negativos vêm ficando em 70,5%.

Em relação ao tempo de análise, 74,1% foram processados em até cinco dias, sendo 50,2% em até dois dias e 23,9% entre três e cinco dias. Já os testes rápidos (sorológicos) tiveram 748,9 mil kits aplicados até o momento.

Manifestação 

Em Brasília, nesta quinta-feira (4), movimentos de mulheres, entidades sindicais e parlamentares protestaram contra a falta de ações do governo de Jair Bolsonaro contra a covid-19. 

Reportagem de Camila Piacesi, no Seu Jornal, da TVT, mostrou o ato realizado na manhã desta quinta-feira, em frente ao Palácio do Planalto. O ato começou com uma homenagem aos profissionais de saúde que morrem no combate à pandemia. Segundo os dados mais recentes, 150 enfermeiros e mais de 100 médicos já foram vítimas da doença.

"Ele tem criado uma verdade falsa de que a doença infelizmente vai matar e que é assim mesmo. E a gente sabe que isso não é verdade. Hoje, nós estamo em 31 mil mortes e as mortes em ascensão. O governo está há mais de duas semanas sem ministro da saúde", destacou a enfermeira Carine Rodrigues, que participou do ato.

"Nós temos hoje o governo federal negando os recursos necessários para o enfrentamento à pandemia pelos estados e municípios", diz a deputada federal Érika Kokay (PT-DF). Esses recursos foram fundamentais para a aquisição de EPIs e respiradores. "A União não está fornecendo os instrumentos necessários para que estados e municípios possam fazer frente à pandemia. O descaso do governo com trabalhadores e renda também foi alvo do ato.

Ministério

Na quarta-feira (3), foi publicado no Diário Oficial da União decreto do presidente Jair Bolsonaro com a nomeação de Eduardo Pazuello como ministro interino da Saúde. Pazuello é nomeado após 19 dias à frente do ministério, como secretário-executivo da pasta. No decreto de ontem, Pazuello foi exonerado da carga, para assumir a interinidade.

Pazuello responde pelo ministério desde 15 de maio, quando Nelson Teich anunciou sua saída.

Nesta quinta-feira (4), Bolsonaro nomeou o coronel Antônio Elcio Franco Filho como secretário executivo do Ministério da Saúde, no lugar de Pazuello.

Desde o mês passado, Franco já era adjunto da Secretaria Executiva da pasta. A portaria de nomeação foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União nesta quinta-feira.

 

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